Com a vinda de Cristo a este mundo, a situação das mulheres mudou dramaticamente. Nas nações pagãs da antiguidade, as mulheres eram consideradas como possuindo posição inferior à das crianças ou mesmo dos escravos. Muitas eram mortas ao nascer apenas por serem meninas; oferecidas como sacrifício em rituais pagãos ou obrigadas a prostituir-se em honra a ‘deuses’ da região.

À medida que os povos bárbaros foram sendo evangelizados com a mensagem de salvação do Cristianismo, as mulheres foram sendo valorizadas e sua dignidade, recuperada. Na própria história primitiva do Cristianismo as mulheres tiveram papel indispensável. Vemos isso exemplificado nas mulheres que seguiam e aoiavam Jesus (Lucas 8:1-3), na virgem Maria (Atos dos Apóstolos 1:14), em Priscila (Atos dos Apóstolos 18:26), Febe (Romanos 16:1), Trifena, Trifosa e Pérside (Romanos 16:12), apenas para citar algumas.

Para os Batistas do Sétimo Dia, a atuação das mulheres sempre foi relevante. Neste artigo, gostaria de apresentar alguns nomes pouco conhecidos, mas que fizeram parte da história da denominação.

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Dorothy Traske foi esposa e apoiadora de John Traske, um dos primeiros pregadores sobre a doutrina da guarda do Sábado, em Londres, em 1617. John Traske sofreu diversas humilhações, foi proibido de pregar, teve de pagar uma multa bastante alta e condenado à prisão perpétua. Depois de um ano preso, abriu mão de suas crenças e retornou à Igreja da Inglaterra. Contudo, Dorothy não abriu mão de sua fé, tendo permanecido na prisão por 25 anos. Que exemplo de determinação e firmeza de fé! Embora o casal Traske não tenha tido relações com o grupo que posteriormente se tornaria a Igreja Batista do Sétimo Dia, suas idéias e pregações ajudaram na divulgação da questão sobre o verdadeiro dia do Senhor.

Ann Mumford e seu esposo Stephen Mumford foram os primeiros Batistas do Sétimo Dia no continente americano, tendo migrado da Inglaterra. Documentos Batistas de 1661 apontam o casal como guardadores do Sábado. Em razão da influência e exemplo de ambos, muitos membros da Igreja Batista em Newport foram convencidos da legitimidade da guarda do Sábado.

Tacy Hubbard e seu esposo Samuel Hubbard também vieram da Inglaterra para os Estados Unidos; ele em 1633, e ela em 1634. Casaram-se em 1636. Em 1647, converteram-se à fé Batista. Samuel afirma que o esclarecimento da ordenança do batismo como válida apenas para adultos veio primeiramente à Tacy, e que ela foi zelosa na defesa dessa doutrina. Em 1665, ambos creram a respeito do Sábado, sendo, mais uma vez, Tacy a primeira a enxergar a nova luz. Samuel escreveu em seu diário: ‘Minha esposa convenceu-se da guarda do Sábado como dia santo do Senhor em 10 de março de 1665. Eu aceitei-o em 1º de abril de 1665.’ Devido à oposição que receberam da igreja que frequentavam, ambos foram obrigados a retirar-se dela em 1671, quando organizou-se então a primeira Igreja Batista do Sétimo Dia na América.

Lucy Carpenter e seu esposo Solomon Carpenter estavam entre os primeiros missionários enviados pela denominação para a China, sendo responsáveis pela organização da Igreja em Xangai, em 1850. Ela era professora nos Estados Unidos antes de decidir acompanhar o seu esposo na obra evangelística. Por motivos de saúde, tiveram de retornar aos EUA em 1858, deixando a igreja com 11 membros sem liderança pastoral. Quando retornaram em 1860, a igreja estava viva e brilhante. Em 1864, voltaram para casa novamente devido a problemas de saúde. Retornaram à China em 1873, mas Lucy faleceu de cólera em 1874. Em 1949, a Igreja Batista do Sétimo Dia de Xangai, plantada com muito amor e esforço pelo casal Carpenter, contava com 670 membros – simplesmente a congregação com o maior número de membros da denominação no mundo!

Hannah Lanphere Hull (1787-1845) foi importante para a conversão de seu esposo, Richard Hull. Foi ela quem o ensinou a ler e escrever, e ele veio a se tornar um importante pastor e evangelista da denominação. Quatro dos filhos do casal se tornaram pastores, e a filha, Martha, também pregava ocasionalmente. Não podemos subestimar o papel das mulheres em nossa história. O seu zelo e amor por Cristo têm feito muito pela Igreja e à sociedade em geral. Nesse momento, em nossas igrejas do Brasil, os ministérios femininos têm abençoado as congregações e dado um toque especial a cada uma delas. Que tal agradecer hoje a Deus pelas mulheres que Ele levanta para a Sua obra, e parabenizá-las por seus esforços, que, embora muitas vezes não vistos, estão registrados nos livros do céu?

Referências

MANGALWADI, Vishal. O Livro que Fez o Seu Mundo. Como a Bíblia Criou a Alma da Civilização Ocidental. Editora Vida, 2012. 464 p.

SANFORD, DON A. Um Povo que Escolhe: A História dos Batistas do Sétimo Dia. Conferência Batista do Sétimo Dia, 2007. 476 p. 

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