História da Igreja Batista do Sétimo Dia no Brasil

A Igreja Batista do Sétimo Dia tem a sua origem no “Movimento Separatista” do século XVII, na Inglaterra. Com a ênfase renovada nas Escrituras, buscando seguir os ensinamentos da Palavra de Deus, em teoria e prática, James Ockford, William Saller, Peter Chamberlain, Francis Bampfield, Edward e Joseph Stennett concluíram que observar o Sábado como dia de descanso e adoração era uma exigência imprescindível do cristianismo bíblico.

De início, eles permaneceram unidos dentro da Igreja Batista, tendo convicções compartilhadas, praticando, porém, a observância confidencial do Sábado. A partir do momento em que o poder do Estado foi usado para impor a conformação a um dia comum da adoração, ou seja, o domingo, a separação tornou-se necessária.

A primeira Igreja Batista a guardar o sábado começou a reunir-se entre 1653-54, na cidade de Londres, Inglaterra, recebendo o nome de Mill Yard Seventh Day Baptist Church, liderada pelo Dr. Peter Chamberlain, médico pessoal tanto de Carlos I quanto de Carlos II. A inscrição em sua lápide afirma ter morrido em 1683 e que ele havia sido um cristão que guardara os mandamentos de Deus e a fé em Jesus e que observara o sábado por mais de 32 anos.

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Os batistas do sétimo dia não cresceram muito na Inglaterra, mas atraíram adeptos na América do Norte e entre os alemães.

O estudo das Escrituras na América do Norte trouxe Samuel e Tacy Hubbard ao princípio batista do batismo do crente, em 1647, e a participação como membros da Primeira Igreja Batista de Newport, em Rhode Island. Em 1665, sua família e diversas outras se convenceram acerca da guarda do Sábado como “dia santo do Senhor”, e uniram-se em aliança com Stephen Mumford e sua esposa Anne, que haviam apreendido sobre o Sábado quando ainda eram membros de uma Igreja Batista de Tewksbury, Inglaterra.

Quando Samuel e Tacy assumiram publicamente suas convicções sobre o Sábado, os demais membros entenderam ser difícil compartilhar da comunhão com eles dentro da Primeira Igreja Batista de Newport. Assim, cinco membros juntaram-se com os Mumfords, estabelecendo a Primeira Igreja Batista do Sétimo Dia na América do Norte, em 23 de dezembro de 1671.

A igreja de Newport já não existe mais e muitos de seus membros também o eram da Igreja Batista do Sétimo Dia Ocidental. Esta igreja observou o sábado regularmente na casa de John Crandall, durante trinta anos. Em 1708 as duas igrejas se tornaram congregações separadas, mas mantiveram um companheirismo íntimo por muitos anos. A igreja Ocidental é recebeu o nome de Primeira Igreja Batista do Sétimo Dia de Hopkinton, e ainda hoje está em plena atividade.

Uma separação similar ocorreu em 1705, em Piscataway, New Jersey, quando um diácono da Igreja Batista, Edmund Dunham, se convenceu da base bíblica para a observância do Sábado. Dunham e dezesseis outros membros retiraram-se para dar forma à sua própria igreja. Um terceiro grupo de igrejas saiu dos Quakers, na região de Filadélfia, aproximadamente em 1700.

Outra Igreja Batista do Sétimo Dia bastante antiga, mas ainda em atividade, está em New Jersey. A Igreja Batista do Sétimo Dia de Shiloh, New Jersey, foi fundada em 22 de novembro de 1737, quando cerca de 40 homens se reuniram na casa de um membro da Igreja de Shiloh.

A origem da Igreja Batista do Sétimo Dia, no Brasil, remonta a 1913. Em uma reunião administrativa regional da Igreja Adventista do Sétimo Dia - Conferência do Paraná, realizada em 19 de janeiro daquele ano, na cidade de Curitiba, Paraná, cinco líderes e outros membros dessa igreja solicitaram demissão por discordarem de alguns pontos doutrinários, especialmente quanto à importância atribuída aos escritos de Ellen Gould White. Naquela ocasião, desligaram-se dessa igreja os irmãos Theodoro P. Neumann, Jorge P. Wischral, Júlio Nísio, Gustavo Schier e Cândido M. de Godoy, sendo que os dois primeiros eram membros da Comissão Administrativa da referida Conferência.

No dia seguinte, esses irmãos, juntamente com outro líder demitente – Germano Echterhoff –, reuniram-se nessa cidade e resolveram fundar uma nova denominação com o nome de “Evangélicos Adventistas do Sétimo Dia”. No dia 25 de janeiro de 1913, foi publicado um manifesto, subscrito pelos seis líderes, esclarecendo as razões de sua atitude e confirmando sua nova fé.

Em 21 de junho de 1916 foram aprovados o Estatuto e o Regimento Interno, sob o nome de “Conferência da Igreja Evangélica Adventista”, que vigoraram até 4 de novembro de 1950, quando, em Assembleia Geral Extraordinária, realizada em Curitiba, Paraná, os mesmos foram alterados, sendo adotado, então, o nome de Igreja Batista do Sétimo Dia no Brasil, após os entendimentos protocolares com a Igreja Batista do Sétimo Dia de Hamburgo, Alemanha, face à identidade de doutrinas.

Posteriormente, em Assembleias Gerais realizadas em 1960, na cidade de Itararé, São Paulo, e em 1965, em Curitiba, esses documentos foram reformados, sendo que nesta última reunião foram aprovadas a “Declaração de Fé dos Batistas do Sétimo Dia” e a associação da igreja brasileira à Federação Mundial Batista do Sétimo Dia, atualmente com sede em Janesville, Wisconsin, nos Estados Unidos da América.

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