Cada ano que passa parece ser o pior ano da história das últimas décadas. A situação é calamitosa em todas as partes do mundo. O terrorismo estraçalha os países do Oriente Médio, as guerras regionais avolumam-se em quantidade assustadora, a fome mata sem compaixão, as doenças e epidemias varrem vilas inteiras e deixam os países em clima de terror. Vivemos dias extremamente difíceis.

No Brasil de hoje enxergamos um país amedrontado, parado, desesperado e sem rumo. O pão e o circo que sustentavam a ilusão já mostrou-se insuficiente. O circo gastou o pão e gerou uma tragédia, não um espetáculo. E o pão já está ausente de boa porcentagem da população. A tragédia da seca no Sudeste, a tragédia da morte de um candidato e a tragédia da inflação tornam o espírito brasileiro ansioso, perplexo e desesperado.

As igrejas cristãs também sofrem, não apenas com as consequências dos pontos acima citados, mas com uma grave crise de identidade e de credibilidade. Tornaram-se tão integradas à vida social que perderam a referência do transcendental: já nem crêem mais em Céu. Perderam a vocação da eternidade. "igreja: gente que gosta de gente!", um belo epitáfio em algumas grandes igrejas, demonstração evidente do entretenimento como produto e da vida terrena como ênfase. Nos países que foram dominados pelos terroristas, os cristãos estão abdicando da fé, fugindo das cidades, pagando altas quantias para garantir a sobrevivência ou sendo martirizadas por sua fé.

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É o progresso da apostasia. Esta palavra significa "estar longe de". O mundo prepara-se para a retirada da igreja de Cristo, ao menos a parte que se constitui em legítima igreja. Por mais que os incrédulos em escatologia chiem, não podem negar que:

  1. O mal prolifera;
  2. Os referenciais escatológicos e proféticos se cumprem em série;
  3. Não há reavivamento algum acontecendo a nível mundial e
  4. A fé mistura-se, dilui-se e perde-se. Evangelho tornou-se filosofia vã, capitalismo dos espertalhões e entretenimento religioso para faixas de população, sejam etárias ou econômicas.

O que fazer num mundo em crise, onde tecnologias de ponta, como a biometria, começam a ser usadas exatamente como as Escrituras Sagradas previam? Em Apocalipse 11 diz-se que quem não portar "o número da besta, que é número de homem" não poderá comprar e nem vender, e que tal sinal estará na testa e na mão. Hoje os bancos impõem aos clientes a biometria para o exercício da compra e da venda; o governo a impõe aos eleitores; na Venezuela quem não tiver a biometria não poderá comprar produtos do supermercado. A tecnologia não é o problema, mas nas mãos de quem ela estará. Assim, o palco está em franca preparação: o cenário ergue-se de forma monstruosa para o período mais terrível de nossa história.

Como crentes em Jesus Cristo, regenerados pela Sua graça eficaz, portadores do Espirito Santo em nossos corações, precisamos de atenção triplicada em nossa vigilância e preparação para a volta do Senhor, que pode acontecer em nosso tempo ou ainda demorar, dependendo da misericórdia dEle pelos que ainda estão perdidos ou de cumprir-se eficazmente cada uma das profecias bíblicas para o Grande Regresso. Sugiro para mim, e compartilho com os meus amigos, sete providências diárias para estarmos preparados, prontos e dignos em meio à crise deste tempo:

1) Testemunhando de Cristo com eficácia.

Antigamente era muito mais simples ser um crente em Jesus Cristo. Vivíamos como na linguagem binária: ou éramos ou não éramos. Hoje, com a estratégica satânica, surgiram os que são mais ou menos, os que acham que são e não são, os que parecem, os que querem ser e não podem, os que dizem não ser e são, os que enganam os que querem ser para não serem. Espécies, sub-espécies, vertentes, escolas de pensamento, ênfases teológicas, movimentos, as igrejas perdem-se em mil facetas de um cristianismo absolutamente descaracterizado. A solução para um crente legítimo é testemunhar de Cristo, quer seja para crentes ou para não crentes. Partilhar o plano de salvação, compartilhar o que Deus diz sobre o homem, o pecado, a perdição, a vinda de Cristo, Sua obra no Calvário, Sua ressurreição, a necessidade de uma conversão, a confissão e o passo decisivo para a transformação. E ajudar os que se converterem a aprender o básico de nossa fé: como comportar-se, como crer, como viver, como morrer.

2) Orando e lendo a Bíblia com regularidade

O entretenimento nos afasta do Calvário, nos arremete para milhas de distância de uma vida em comunhão com Deus. Ousar dizer sim à leitura bíblica e a uma vida de intensa oração e não para a banalidade de um comportamento social inóquo (vivendo a tirar "selfies", curtindo frases, "twitando" os amigos). Ler a bíblia mesmo quando não tiver vontade e orar mesmo quando não sentir um mínimo desejo. Há coisas que são compromissos de obediência e não meramente ofertas de vontade esporádica. Queremos os grandes avivamentos do passado sem pagar o preço de uma intensidade de busca. É claro que nunca alcançaremos nada com essa falta de propósito. Orar e ler a Palavra: grandes aceleradores para uma sólida comunhão.

3) Uma vida intensa de dedicação numa igreja local

Sim, não há "crentes de carreira-solo" ou "desigrejados". O Senhor que fundou a igreja não saiu dela para formar "igreja de desigrejados". A Bíblia nos recomenda a não abandonarmos a nossa congregação. Mas é importante que se observe que tipo de congregação é a nossa. Se for mera congregação secular, de entretenimento gospel, cuja doutrina não passe de auto-ajuda, fortalecimento do ego e criação de mega-instituições que mais servem de massa de manobra do que vida comum de discípulos, é hora de trocar de igreja. Deus cobrará a nossa participação nesses covis de salteadores. A boa igreja não se caracteriza por popularidade, por prédios suntuosos, por volume de seguidores ou por líderes contemporâneos, mas por fidelidade à doutrina dos apóstolos (da bíblia), pelo partir do pão, pela oração, pela leitura bíblica, pela comunhão e pelo serviço ao próximo.

4) Dedicação ao serviço do próximo

Ao ler os noticiosos fico perplexo de saber que o nosso país gasta no exterior 3 vezes mais o que a soma de todos os turistas gastaram aqui no período da copa. E muitos destes turistas são crentes. Cultuamos o consumismo, compramos o que não precisamos e exaltamos o luxo e a banalidade. O dinheiro que temos não deve ser gasto com o que não é pão, isto é, com aquilo que não tem valor real. Somos mordomos dos bens de Deus, que Ele nos confiou. João Batista disse que quem tivesse duas túnicas deveria repartir uma com quem nada tivesse. Devemos ser generosos. Não significa distribuir dinheiro para nada, mas investir em obras que ajudem a minimizar o sofrimento de quem nada tem. Nisto está contribuir com missões, contribuir para o auxílio aos doentes, os orfanatos, asilos, obras sociais etc. E significa ser voluntário, não apenas pagar para os outros fazerem. Se o povo de Deus fosse mais generoso o mundo veria a glória de Deus com mais facilidade.

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5) Ser grato por tudo

A gratidão tem que ser um modo de vida, não um ato isolado. A Bíblia nos recomenda sermos agradecidos. E gratos pelo que? Ah, há tanto para agradecer! Há sempre alguém a sofrer mais do que nós! E Deus tem sido generoso para conosco! Devemos agradecer por tudo, meticulosamente, com sinceridade, honestidade e profunda contrição. Gratidão expressa-se pelo bom aproveitamento das oportunidades: se tenho pernas, usá-las bem, se tenho emprego, desenvolvê-lo bem; se tenho escola, aproveitar a chance; se tenho família, transformá-la numa bênção. Há tantos que gostariam de ter o que temos e não têm! Mas gratidão também expressa-se por reconhecer que a vontade de Deus é sempre melhor para nós, mesmo quando não representa a nossa própria escolha. Se chamamos a Deus de Pai, devemos crer que Ele cuida de nós. E se outros sofrem, devemos ajudar e agradecer por ter como ajudar!

6) Lutar pela verdade

A luta pelo que é certo deve ser uma constante em nossa vida. Quem é cristão deve lutar pela justiça, pela vida moral e correta, pela decência, pelas boas relações, pela harmonia em família, pelo bom uso dos gastos públicos, pela dignidade de nossos políticos, pela legitimidade de nossos atos. Lutar pela verdade é falar o que tem que ser falado, denunciar o que tem que ser denunciado, contribuir naquilo que tem que ser feito e fortalecer os braços de quem está no lado certo. A verdade, doa a quem doer. A verdade religiosa tem que ser dita e proclamada, ainda que custe o nosso pescoço em nosso grupo. Se estivermos do lado da verdade, não precisaremos temer nada. E a verdade é a Palavra de Deus.

7) Esperar a Jesus Cristo com convicção

Ele não voltou ainda. Passaram-se dois mil anos e ele não regressou. Muitos sucumbiram à sua ausência física, pregando, inclusive, que a escatologia é apenas uma utopia pragmática, uma mentira que inventamos só para satisfazer o nosso desejo de servir melhor ou de ter uma ilusão com a qual nos ludibriarmos. Não! A volta de Cristo é uma realidade! Ele voltará fisicamente, em pessoa! Ele não nascerá de novo e nem do povo, mas virá do Céu, sobre as nuvens! Quer venha sobre as nuvens para um arrebatamento inicial (como creio), quer una isso para um regresso em glória e estabelecimento de Seu império e reinado eterno, Ele virá, não tenhamos dúvida! É preciso cantar a Sua volta! E é preciso estarmos preparados para irmos ao Seu encontro, caso morramos no aguardo. Somos do Senhor. Se morrermos voltaremos em júbilo para a ressurreição com Ele; se vivermos o encontraremos nos ares para o grande encontro. Devemos voltar a proclamar a Sua vinda.

 Espero que estas meditações nos ajudem a enfrentar esse tempo de crise.

 MARANATA!

 Wagner Antonio de Araújo*


* Houve uma breve alteração no título e no primeiro parágrafo no intuito de deixar o artigo atemporal. Artigo de 2014.

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