Sem dúvidas, cursar o ensino superior faz parte dos objetivos de muitas pessoas. É durante a graduação, seja técnica ou superior, que temos a oportunidade de aprender uma profissão. O período que precede os vestibulares e a tão sonhada matrícula é cercado de ansiedades: certeza do curso escolhido, como pagar as mensalidades, como se manter durante o curso, como lidar com as responsabilidades desse novo desafio e etc. Essas ansiedades são previstas e vivenciadas por praticamente todos os ingressantes no ensino superior, entretanto existe uma outra questão com a qual nós cristãos devemos nos preocupar: como manter a fé e testemunhar sobre ela na faculdade?

A universidade é um local que nos auxilia a ampliar nossos horizontes: conhecemos novas pessoas, deparamo-nos com realidades diferentes, com diversas perspectivas e consequentemente com questões que colocam à prova nossa fidelidade, nosso caráter e nossa fé em Deus. É um ambiente predominantemente laico (o que não é um problema) , cercado por festas - é impressionante a quantidade de produtos, viagens e festas destinadas a universitários, um ambiente que pode favorecer nosso distanciamento das bases da nossa fé, seja pelo aumento das responsabilidades, seja por novas teorias com que entramos em contato, novas amizades e etc.

Como manter a fé durante a graduação?

Placa de Universidade

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Um dos conselhos de Paulo para os cristãos tessalonicenses foi: “Examinai tudo. Retende o bem” (1 Tessalonicenses 5:21). E isso pode ser aplicado o tempo todo durante nossa graduação (e vida em geral). Paulo nos incentiva a examinar tudo, a conhecer o que nos for proposto, a aproveitar o que nos for apresentado e com o discernimento do Espírito Santo reter o bem, ou seja, reconhecer o que pode ser agregado a nossa fé, tornando o que for bom como princípio de nossas vidas também.

Muitos cristãos procuram se abster da companhia dos não-cristãos a fim de não caírem em tentação ou serem profundamente influenciados. É uma atitude admirável, contudo nem sempre podemos escolher com quem fazer os trabalhos, com quem pegar o ônibus, com quem ir para o restaurante universitário, enfim, com quem conviver. Sabendo disso, sabendo da impossibilidade da “blindagem” das consideradas influências não-cristãs, precisamos nos preparar para essa convivência. A receita dessa preparação já sabemos: oração, leitura da Palavra, comunhão diária com Deus, entre outros conselhos que ouvimos das pessoas mais experientes na fé e na nossa caminhada com Cristo.

Obviamente esses conselhos são preciosos, porém agora é a nossa hora de construir nossa relação com Deus. Já deixamos de ser crianças e adolescentes, estamos passando o tempo todo pelo amadurecimento espiritual. De várias formas, podemos nos sentir mais perto dEle: cantando, tocando, ajudando o próximo, estudando a Bíblia, frequentando os cultos de oração e etc. Se você ainda não está na faculdade, eu recomendo que invista tempo descobrindo qual é o meio que você se sente mais próximo a Deus e aprimore esse meio; que esse meio o ajude a solidificar sua fé.

Depois que entrar na faculdade, priorize os hábitos que o aproximam de Deus na sua rotina. Virão diversas responsabilidades novas, reajustes no cotidiano, afinal todos os dias você terá que dedicar tempo para sua graduação, mas faça do Reino de Deus e a sua Justiça (Mateus 6:33) sua prioridade. Se já está na faculdade, avalie como tem utilizado seu tempo e como melhorar sua comunhão diária com Deus. Talvez não seja mais possível frequentar todos os cultos semanais, mas faça questão de estar presente em pelo menos alguns deles, procure tempo para conversar com Deus, pode ser no ônibus, no metrô, no intervalo durante as aulas, enfim, diz o velho ditado que “quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma desculpa”. É a presença dEle que nos fará sábios, tanto do ponta de vista de rendimento acadêmico, pensando nos trabalhos, provas e etc., quanto do ponto de vista de maturidade pessoal: quais serão nossas atitudes, o que esperar de nossos comportamentos, da qualidade dos nossos relacionamentos, da nossa formação como profissional e nossa ética e moral.

Outra preocupação que nos cerca durante a graduação é sobre como nos manter financeiramente durante os anos do curso. É mais recomendável começar a pensar nisso depois do primeiro semestre, visto que você terá mais conhecimento da sua área para atuar em algum estágio. Ao ingressar na faculdade, procure informar-se se a mesma oferece programas de iniciação científica, desta forma poderá se habituar com pesquisas de cunho científico e ganhar uma bolsa para o auxiliar em gastos gerais. Ademais, algumas universidades oferecem auxílios financeiros para estudantes de baixa renda.

Em minha experiência pessoal na faculdade, tenho notado que muitos não-cristãos têm curiosidades sobre nossos posicionamentos acerca de assuntos socialmente polêmicos, desde legalização de drogas até de nossa posição sobre o casamento. Para não passarmos vergonha ou sermos vistos como “mal informados”, é bom se cercar de argumentos a nosso favor: desde evidências que alguns cientistas têm mostrado sobre o Criacionismo, até bases bíblicas para o relacionamento com os pais. Como disse o sábio Rei Salomão “o temor do Senhor é o princípio da Sabedoria” (Provérbios 9:10a), e ainda encontramos em Tiago 1:5 “E se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a para Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada”. Peça sabedoria a Deus, peça inteligência e prudência Àquele que tem um propósito de salvação na sua vida.

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  Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês", diz o Senhor, "planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.    

Jeremias 29:11

Sugiro que você procure por grupos cristãos na sua faculdade, de uma “célula” a um grupo oficial de alguma denominação. Provavelmente haverá outros discípulos de Jesus que enfrentam problemas parecidos com os seus durante a vida universitária, esses grupos podem ser uma boa fonte de conhecimento e troca de experiências produtivas sobre o agir de Deus na sua Instituição de ensino. Eu frequento a ABU (Aliança Bíblica Universitária) que tem sido uma grande bênção em meus dias.

Segundo o Dicionário Informal, o termo cristão significa “pequeno Cristo”, essa designação foi feita pela primeira vez em Antioquia, na Ásia, no início da era Cristã (Atos dos Apóstolos 11:26). Nessa cidade, algumas pessoas começaram a observar o comportamento de outras e concluíram que esse comportamento muito parecia com o de Cristo. Como será que era esse comportamento? Como devia ser a conduta desses “pequenos cristos”? Com certeza, não era isenta de erros, mas pelo que presumimos era uma conduta de imitação do Mestre. Existem pessoas nos observando: observando nosso jeito de falar, de dirigir, de administrar nosso dinheiro, a forma de relacionarmos com nossos pais, entre outras atitudes. Será que por intermédio de nossas ações alguém pode nos considerar um “pequeno Cristo” ou seja, um cristão? Ser igual a Cristo deve ser nossa maior preocupação diante de todas as situações.

Na oração de Davi encontrada em 1 Crônicas 29 no versículo 14, encontramos o seguinte: “Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos” (grifo da autora). Esse versículo abre espaço para grandes reflexões, mas em geral compreendo que tudo vem de Deus; as oportunidades que surgem em nossas vidas, nossos amigos, família, renda, saúde e entre outras coisas que gastaríamos muitos caracteres para listar. Tudo vem dEle, e a partir dessas bênçãos Lhe oferecemos algo. Agora, como estudante, como um universitário, busque oferecer algo a Deus considerando que Ele lhe presenteou com essa oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Que nós possamos dedicar ao Eterno nossas conquistas, nossas qualidades, nosso comportamento e por que não também nossa profissão? A centralidade da presença dEle em nossas vidas com certeza nos fará mais aptos a enfrentarmos as dificuldades e a sermos bem sucedidos no âmbito profissional, financeiro e, acima de todos, o espiritual.

 Porque dEle e por Ele e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém.    

Romanos 11:36

Sobre a autora: Daniele Hein frequenta a IB7 Guarulhos – SP. Cursa Terapia Ocupacional na Universidade de São Paulo. Ama cachorros, música e livros.

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