Quando recebi a notícia de que seria mãe, milhões de dúvidas e preocupações vieram à minha cabeça. Surgiu o medo da responsabilidade e um friozinho na barriga ao imaginar as hipotéticas situações que viveria com aquele ser ainda sem forma em meu ventre.

Como seria senti-lo crescer dentro de mim? Como meu corpo reagiria ao seu crescimento? Como era possível amá-lo sem nem tê-lo visto ou mesmo tocado? Quais as consequências para o meu casamento? Para o meu lar? Para o meu relacionamento com Deus? O que mudaria? Eu seria uma mãe dedicada? Dedicada ao meu filho? Ao meu esposo? Dedicada a Deus? Pois eu firmemente sustentava a ideia de que tudo mudaria. E realmente muda quando Deus é centro das nossas vidas.

Confesso que eu mesma não tinha planos de ser mãe, ainda tão jovem. Mas, Deus tão amorosamente me fez entender, que era o Seu tempo para eu ser mãe e que este era um dos Seus grandes planos para mim.

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Falando em “tempo de ser mãe”, gostaria de compartilhar minha admiração por uma mulher que perseverou em oração e suplicou a Deus que lhe concedesse tal privilégio: Ana.

Ana é uma das verdadeiras grandes mulheres da Bíblia. Viveu por volta de 1.170 anos antes de Cristo. Seu marido, Elcana, a amava. Porém, ela era muito infeliz, porque não tinha nenhum filho. Ficava extremamente angustiada todo ano, quando iam a Siló, para adorar o Senhor (1 Samuel 1:1-2:21). Embora recebesse uma parte excelente daquilo que seu marido sacrificava e sua maior afeição, Ana era psicológica, emocional e socialmente pressionada por ser estéril.

Elcana possuía duas esposas: Penina, com quem já tinha filhos e filhas, e Ana, sua preferida. A Bíblia nos relata que Penina era excessivamente provocadora, pois se aproveitava do fato de que Ana era estéril e a humilhava diante de todos.

O papel da mulher, naqueles dias, era o de ser mãe. Bem-aventurada era aquela que podia oferecer ao seu esposo herdeiros e herdeiras. A infeliz Ana olhava para todas as circunstâncias e se achava pequena, inútil e impotente. Ficava profundamente abatida, chorava e abstinha-se de comer.

Um certo dia, com amargura de alma, orou ao Senhor Deus, e chorou abundantemente.  Ela resolveu expor ao Deus Todo-Poderoso toda a sua angústia e o ardente desejo de ter um filho.  E Deus a ouviu. Chegou o seu tempo de ser mãe! Tempo de ser mãe de um filho que seria dedicado ao Senhor. Isso mesmo! Ela se tornou a mãe de um dos maiores homens que já andou na terra: Samuel. E, à medida que analisamos a importância do nascimento e da vida de Samuel, notamos o perfil de uma mãe dedicada a Deus.

Sobre este importante momento histórico, o Rev. John F. MacArthur diz que quando o livro de Samuel começa, estamos no período dos juízes. Não há nenhum rei em Israel ainda. É tempo de desordem e confusão. A nação de Israel está vulnerável aos Filisteus e moralmente decaída. Aquele era um período de degeneração religiosa, de aflição política. O sacerdócio era corrupto e imoral. A nação estava fraca. E, o pior de tudo, o versículo 1 do capítulo 3 diz que a Palavra do Senhor era rara naqueles dias e as visões não eram frequentes. Deus mesmo não tinha nada a dizer. A nação necessitava de um grande líder, um grande homem. E Deus necessitava de uma grande mulher para dar forma a esse grande homem. E Samuel, um dos maiores homens que já existiu, era não somente o produto do trabalho de Deus, mas o fruto de uma mãe dedicada a Deus. E ela deu à sua nação e ao mundo o maior legado que uma mulher poderia dar: uma criança dedicada a Deus. Ser uma mãe dedicada a Deus envolve um relacionamento perfeito com o marido, um relacionamento celestial perfeito e um relacionamento perfeito no lar. Ana tinha tudo isto. Deus honrou tudo isto. E ela nos deu um modelo a seguir.

Eu realmente admiro Ana, sua perseverança, seu desejo por mudança, sua coragem e dedicação, naquela circunstância tão aparentemente irreversível e sendo covardemente pressionada por provocações e desonras. Uma mulher de fé, que se levantou e buscou por Aquele que poderia mudar tudo.

Hoje já não se espera tanto que a mulher seja mãe, mas que ela seja dona do seu tempo, independente, livre para decidir e viver suas próprias escolhas. Os relacionamentos se tornam cada vez mais superficiais, e as famílias vão sendo desconstruídas e substituídas pelas redes sociais...

Luto para não ser envolvida pela sociedade do vazio, porque eu creio num Deus pleno. E, Ele tem me ensinado a ser mãe. Tem me ensinado a lidar com situações inusitadas, perguntas difíceis, momentos de rebeldia e rejeição. Não é fácil ser mãe nesta sociedade na qual se prega muito o evangelho, porém se vive pouco os princípios do Reino de Deus.

Tempo de ser mãe... Aos meus olhos, talvez eu não estivesse preparada, assim como muitas mulheres talvez também se achem nesta situação. É certo que não teremos resposta para tudo, e por muitas vezes não saberemos nem mesmo o que fazer. Mas, hoje, eu compreendo que não existe uma preparação para ser mãe. O que nos garante o êxito é a nossa dedicação e comunhão com Deus, pois a cada momento Ele nos transforma e nos aperfeiçoa. Neste tempo de ser mãe, entendemos que Ele é Soberano e que tudo está perfeitamente alinhado em Seus propósitos.

Feliz Dia das Mães!