Há um slogan sobre o Malaui que afirma que eles são o coração acolhedor da África (The warm heart of Africa). É desta forma que o país se apresenta.

Sempre opinei que slogans são, na maioria das vezes, apenas palavras vazias. Palavras bonitas, reconheço, porém vazias quando carecem de verdade ao não encontrar eco na realidade. Meros adornos utilizados como expressão de desejo.

Mas este não é o caso aqui, queridos irmãos. O coração acolhedor malauiano é real, bate forte e se fez sentir intensamente desde o instante de nosso desembarque no aeroporto de Chileka, em Blantyre, onde nos aguardavam em festa diversos irmãos da IB7, em um recebimento tão sincero e transbordante que foi como se retornássemos à casa. Nossos corações apreensivos, mas confiantes, uniram-se aos deles em alegria, e em alegria estivemos os 50 dias em que dividimos - e realizamos - o difícil sonho que ousaram sonhar.

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O Malaui é considerado o sexto país mais pobre do mundo. O país não possui água tratada e apresenta taxa de mortalidade infantil de 80 óbitos a cada mil nascidos vivos (a taxa brasileira é de 13,8). No Malaui se pode adoecer, diariamente, por tomar um simples copo de água da torneira. Sem contar as muitas casas que nem torneira possuem, e esta situação obriga a muitas mulheres e crianças a transportarem água em baldes sobre suas cabeças, água poluída, trazida de longas jornadas a pé. A população do Malaui, em geral, não tem dinheiro para comprar comida. Muito menos para o luxo da água engarrafada. A maioria da população do Malaui padece de sede, de fome, de falta de atenção médica. Carecem da falta de orientação e educação que ensinam coisas singelas, como ferver a água de beber. Mas do que não carecem e tem em abundância é a alegria e a gratidão. Pode parecer que a população do Malaui não tenha nada a oferecer, mas desejem a experiência de serem recebidos por eles em um aeroporto e conviver com seus sorrisos alguns dias. "O coração acolhedor da África" não é apenas uma frase de efeito. É verbo feito carne.

O desafio de ensinar música a trinta jovens, neste breve espaço de tempo dedicado a tal fim, jovens que nunca tiveram contato com instrumentos até então, em um país tão distante - não só geograficamente - e em outro idioma, pode parecer loucura, e talvez seja, para aqueles de pouca fé.

Embarcamos confiantes de que a missão seria positiva, mas o que vivemos junto a eles, acompanhando-os na dura realidade de seu dia a dia, percorrendo de norte a sul seu território montanhoso - no único e combalido veículo que a igreja possui em todo o país - presenciando o enorme e comovente esforço dos membros para com aqueles jovens, e o esforço destes para aprender sem descanso, foi muito mais intenso e profundo do que meu pai e eu sequer poderíamos imaginar, muitíssimo mais do que positivo.

Hoje, esses trinta jovens da IB7 estão capacitados em teoria musical, técnicas de canto e flauta doce, alguns em percussão, outros em violão, teclado, regência, baixo elétrico, trompete e violino; também estão equipados e, principalmente, motivados a louvar ao Senhor e espalhar a Sua palavra através da música e ensinar o que aprenderam a tantos outros irmãos.

Um dos primeiros objetivos daqueles que nos convidaram para realizar a sublime missão era para que os nossos alunos liderassem os hinos durante o congresso nacional anual ocorrido entre os dias 20 e 23 de setembro. O Congresso reuniu aproximadamente 500 membros de todo o país, pastores em sua maioria, em Makapwa, pequena vila ao sul de Blantyre onde o trabalho missionário de David e Betty Pearson deu início à IB7 no país há quase 50 anos. Atualmente a IB7 no Malaui possui 12.000 membros sendo a maior conferência da IB7 no mundo.

Acredito que a música não aproxime pessoas, mas sim que preenche espaços entre elas, sem importar a distância. Para os que têm Deus no coração, a proximidade não se mede, se sente.

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Agradecimentos especiais

À nossa família pelo amor e doações e aos demais doadores a seguir, sem os quais a aquisição dos instrumentos e equipamentos de som teria sido impossível: IB7 da Ponte Alta e IB7 de Jaguaré em São Paulo, a irmã Alessandra e sua mãe, de Joinville, e a sociedade missionária da IB7 nos EUA que promoveu uma campanha de arrecadação.

Gostaríamos de agradecer a todos os irmãos do Malaui envolvidos direta e indiretamente nessa missão, principalmente, ao Dr. Alfred Chanza, quem nos hospedou durante todo esse período e nos tratou como parte de sua família.

Considerações finais

Nos pareceu claro que o país precisa de ajuda e estamos determinados a iniciar uma fundação de apoio humanitário destinada à educação em questões relacionadas, principalmente, à higiene e ao tratamento de água. Oportunamente divulgaremos mais informações a esse respeito na certeza de que contaremos com a ajuda e apoio dos irmãos neste novo sonho.

De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: "Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se", sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta.

Tiago 2:14-17

Veja a seguir as fotos e assista aos vídeos das aulas:

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