Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.    

Mateus 20:28 

INTRODUÇÃO

 

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   É muito comum as pessoas falarem da morte de Cristo na cruz, comemorarem a Páscoa e até mesmo participarem da Santa Ceia em suas igrejas cristãs. O fato é que também é muito comum as pessoas não saberem todo o significado da morte de Cristo na cruz. Por que ele fez isso? Por que era necessário? Qual o sentido disso tudo e o que isso muda na minha vida agora? Quando fazemos essas perguntas para uma pessoa que participa da Santa Ceia regularmente em sua igreja, é comum ela não saber responder todas essas perguntas, ou respondê-las de forma muito superficial. Por isso, o estudo dessa lição se faz importante para que possamos entender claramente e profundamente os efeitos da morte de Jesus na cruz. Quando temos esse nível de conhecimento, nosso relacionamento com Deus é muito maior e nossa gratidão por Jesus também atinge um nível superior, pois passamos a entender nossa condição humana no passado, presente e a que está por vir.

 

  1. Substituição

   Antes de falar sobre substituição, é necessário entender como funcionava o processo de purificação e perdão dos pecados no Antigo Testamento.

   “Se alguma pessoa pecar e fizer contra algum dos mandamentos do SENHOR aquilo que não se deve fazer, ainda que não tenha se dado conta disso, será culpada mesmo assim e levará a sua iniquidade. E do rebanho trará ao sacerdote um carneiro sem defeito, conforme avaliação feita, para oferta pela culpa, e o sacerdote, por essa pessoa, fará expiação no que se refere ao erro que, de forma involuntária, cometeu, e lhe será perdoado. É oferta pela culpa, pois certamente se tornou culpada diante do SENHOR” (Levíticos 5:17-19).

   Aqui fica claro que havia um processo de expiação pelo pecado da pessoa. Um cordeiro deveria ser morto. E a morte desse cordeiro perdoava o pecado que a pessoa tinha cometido. Isso acontecia, pois o pecado é punido com a morte, como se vê em Ezequiel 18:4b “...a alma que pecar, essa morrerá”. Por isso, alguém deveria morrer quando um pecado fosse cometido. Vemos isso desde o Éden, em Gênesis 3:21 “Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu” quando o homem peca e é expulso do paraíso, o próprio Deus faz vestimenta para eles de pele de animal, ou seja, um animal teve que ser morto para que isso pudesse acontecer.

   Além desse episódio, vemos inúmeras situações de sacrifícios que os sacerdotes fizeram pelo povo para que seus pecados pudessem ser perdoados por Deus. Mas isso não perdurou para sempre. Num determinado momento algo mudou. Quando lemos os evangelhos, mais precisamente no evangelho de João 1:29 que diz: “No dia seguinte, vendo que Jesus vinha em sua direção, João disse: - Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”.

   João, o precursor, aquele que veio antes para preparar o caminho do Messias, quando ele se encontra com Jesus, ele declara que Jesus é “O cordeiro”. Interessante que ele não diz “um cordeiro”, mas sim, “o cordeiro”, dando a ideia de que Ele é o único e suficiente cordeiro que tira o pecado do mundo. Já em Romanos 3:23 diz que todos pecaram e separados estão da glória de Deus, e o apóstolo Paulo completa no capítulo 6 verso 23 desse mesmo livro que o salário do pecado é a morte. Finalmente, o verso mais conhecido no meio cristão: João 3:16 relata que Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu filho para que as pessoas pudessem ter vida eterna.

   O problema é que, depois de Cristo, houveram muitos teólogos que criaram diversas teorias sobre essa substituição de Cristo na cruz, pelo sacrifício de remissão dos pecados, vejamos alguns deles:

   - Teoria da Influência Moral: também chamada de exemplarismo, diz que Deus não exige pagamento pelo pecado, mas com amor perdoou graciosamente.[1] Essa teoria mostra o amor de Deus, mas tira da cruz qualquer efeito expiador pelos nossos pecados. Além de considerar somente a bondade de Deus, esquecendo que ele é justo também (Romanos 11:22), pois Ele não pode ir contra Suas leis que criou no Antigo Testamento.

   - Teoria do Resgate: Essa teoria enfatiza a vitória de Cristo sobre Satanás. Por causa do nosso pecado, estamos sob o domínio de Satanás. Mas Deus, por nos amar, ofereceu Seu filho ao diabo como preço do resgate para nos libertar. O maligno ficou mais do que feliz com a troca, mas desconhecia o fato de que não conseguiria manter Cristo no Hades, e, com a ressurreição, perdeu tanto o resgate quanto seus presos originais. [2] Essa teoria enfatiza a vitória de Cristo sobre o diabo, mas não podemos aceitar a ideia de que Deus usou de astúcia com o diabo entregando Jesus para ele e depois pegando de volta, contrariando 1 Pedro 1:16...sejam santos porque eu sou santo”.

   - Teoria da Satisfação: ela diz que as pessoas, ao pecarem, ultrajam a honra do Deus soberano e infinito. A ofensa contra um soberano não pode passar sem castigo, e exige satisfação. Como somos pecadores, devemos uma satisfação. Porém, como somente Deus poderia pagar o preço e somente nós devemos pagá-lo, apenas um Deus-homem poderia dar uma satisfação pela ofensa contra a honra de Deus e pagar o preço infinito do perdão. Essa teoria ressalta a expiação exigida por Deus, a gravidade do pecado e a necessidade do resgate. Mas a teoria da satisfação apresenta também suas fraquezas. Torna Deus um senhor feudal cujos vassalos o desonraram gravemente. E Ele não pode deixar tal coisa passar sem castigo, para conservar sua posição.

   Essa teoria deixou de levar em conta a possibilidade de que um soberano pudesse ser misericordioso sem prejudicar sua posição de superioridade. A teoria parece subentender um conflito entre os atributos de Deus, o que a Bíblia não pode confirmar. Além disso, assume uma dimensão quantitativa: sendo os pecados virtualmente infinitos em número e na sua natureza - porque cometidos contra um Deus infinito - sacrifício também deve ser quantitativa e qualitativamente infinito. Embora esta explicação não deva ser totalmente rejeitada, a ênfase bíblica não recai numa transação comercial, mas na ação de um Deus amoroso e gracioso.[3]

   - Teoria Governamental: Ela considerava Deus um Legislador que tanto promulga quanto sustenta as leis do Universo. A Lei é o resultado da vontade de Deus, e Ele tem a liberdade para "alterá-la ou até mesmo ab-rogá-la". A Lei declara inequivocamente: "A alma que pecar, essa morrerá". A justiça rigorosa exige a morte eterna dos pecadores. Como poderia Deus impor respeito à Lei e, ao mesmo tempo, demonstrar clemência aos pecadores? Perdoá-los simplesmente, o que Ele poderia ter feito, não sustentaria a Lei. Ele mesmo a sustentou, não aplacando um princípio de ira judicial em sua natureza, mas apresentando a morte de Cristo como "um exemplo público da profundidade do pecado e de até que ponto Deus iria para sustentar a ordem moral do Universo". Os efeitos da morte de Cristo não se aplicariam diretamente a nós, mas apenas de modo secundário, sendo que Ele não teria morrido em nosso lugar, somente em nosso favor.[4] Embora essa teoria mostre a severidade e santidade de Deus em relação ao pecado, ela deixa aberto que, esse sacrifício, poderia ser feito por qualquer um. Pois, se pecou, deve haver morte, não necessariamente precisava ser um “sem pecado” para esse sacrifício, o que vai contra o que a Bíblia diz.

   - Teoria da Substituição Penal: Esta declara que Cristo suportou em nosso lugar a total penalidade que deveríamos pagar. Ou seja, Sua morte foi vicária, totalmente em favor dos outros. Significa que Ele sofreu, não meramente para nosso benefício ou vantagem, mas em nosso lugar. O Novo Testamento jamais emprega a expressão "substituição penal", mas de todas as teorias esta parece representar mais adequadamente os ensinos da Bíblia. Leva a sério a Bíblia, que retrata a santidade e a justiça de Deus expressa na Sua ira judicial. Considera plenamente o que a Bíblia diz a respeito de nossa depravação e a consequente incapacidade de nos salvarmos. Aceita literalmente as declarações que dizem tipologicamente (no sistema sacrificial), profeticamente (nas predições diretas) e historicamente (no registro do Novo Testamento) que Cristo "tomou o nosso lugar".

   A teoria da substituição minimiza a livre graça de Deus ao sugerir que Ele não perdoaria, e realmente não poderia perdoar, a não ser que fosse aplacado por um sacrifício. Embora haja nesta objeção alguma verdade, é falha por não reconhecer que a obra expiadora de Cristo é o próprio perdão de Deus, onde Ele demonstra que é perdoador e que realmente perdoa. Os que levantam objeções à teoria da substituição penal precisam reconhecer as implicações de semelhante decisão. Quem realmente suporta a penalidade pelo pecado: Cristo ou nós? Precisamos decidir entre os dois caminhos da redenção. O Cristianismo é uma religião de redenção? Se não for, onde está a nossa esperança? Caso afirmativo, fica implícita a substituição.[5]

 

  1. Redenção

   Esse termo é utilizado na teologia para se referir a um Livramento de alguma forma de escravidão com base no pagamento de um preço por um redentor. Redenção é um conceito básico para a visão bíblica da salvação. No Antigo Testamento, a redenção está integralmente associada à vida familiar, social e nacional de Israel. Um indivíduo israelita poderia agir como um redentor, pagando um resgate para a libertação de um escravo (Levíticos 25:48), para recuperar um campo (Levíticos 25:23-24), ao invés de sacrificar um macho primogênito (Êxodo 13:12-13), e em favor de alguém que de outra forma seria condenado à morte (Êx 21:28-30).[6]

   Vemos diversas vezes o Senhor Deus Se revelando de forma redentora no Antigo Testamento, quando Ele livra o povo de Israel do Egito, quando livra o Seu povo da Babilônia, quando resgata várias vezes os hebreus dos povos opressores na época dos Juízes e o mais importante de todos: quando ele apresenta o plano de resgate no Éden como está escrito em Gênesis 3:15 “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela. Este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. Aqui o Senhor Deus diz “o descendente dela”, ou seja, o descendente da mulher, essa expressão está no singular mostrando que seria uma única pessoa. Além disso, Deus diz que o descendente seria da mulher, e não do homem com a mulher. E quando paramos para analisar as escrituras, todos os seres humanos vieram de um homem com uma mulher, menos um: Jesus Cristo, ele é nascido de uma mulher, mas vindo do Espírito Santo. Desde o Éden, logo após o pecado, o Senhor Deus já havia traçado o plano redentor para toda a humanidade.

   Hebreus 9:25-28 nos conta com mais detalhes como isso aconteceu: 

   “Ele não entrou para oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote entra todos os anos no Santo dos Santos com sangue alheio. Se fosse assim, ele precisaria ter sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao chegar o fim dos tempos, ele se manifestou uma vez por todas, para aniquilar o pecado por meio do sacrifício de si mesmo. E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez por todas para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, não para tirar pecados, mas para salvar aqueles que esperam por ele”.

   Esse texto deixa claro que Jesus veio ao mundo e cumpriu o que Deus disse no Éden. Como Cristo era perfeito, sem nenhum pecado, o sacrifício d’Ele foi perfeito e suficiente para resgatar todas as pessoas, de todas as raças, tribos e nações, de todos os tempos e eras e de todos os pecados, uma vez por todas! Quem nos garante isso é o capitulo 10 de Hebreus “Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, para exercer o serviço sagrado e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados. Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados”(vs. 11 a 14).

   Com Seu sangue, Cristo nos comprou da escravidão do pecado e nos trouxe para Sua maravilhosa luz, ele pagou o preço e nos comprou de volta. “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”(1 Pedro 1:18-19).

   Cristo é o nosso redentor, nosso resgatador. Deus viu nossa condição de pecado “...Porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus...” (Romanos 3:23) e viu que nenhum de nós poderia se salvar por si mesmo “...Não há um justo, nem um sequer” (Romanos 3:10), e por isso, Ele, em Seu infinito amor para conosco, envia Seu único filho para nos resgatar para Si mesmo. E Jesus, também por amor a nós, cumpre fielmente essa missão e nos liberta de nossa natureza pecaminosa, “sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé...”(Romanos 3:23-25).

 

  1. Morte da natureza pecaminosa

   Quando o apóstolo Paulo exorta a igreja de Éfeso a se despir da velha natureza: “Quanto à maneira antiga de viver, vocês foram instruídos a deixar de lado a velha natureza, que se corrompe segundo desejos enganosos  a se deixar renovar no espírito do entendimento de vocês, e a se revestir da nova natureza, criada segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Efésios 4:22-24), ele deixa claro que existem 2 naturezas: a velha e a nova.

   A velha natureza é a natureza pecaminosa, ela é aquela que se corrompe pelos desejos da carne, essa velha natureza começou quando Adão pecou no Éden. Depois desse pecado, houve uma separação entre Deus e o homem, e o ser humano começa a viver de forma independente e autônoma, ou seja, totalmente alheio à vontade perfeita de Deus.

   Só que essa independência não quer dizer que ele é livre, muito pelo contrário, quando ele peca, ele se torna escravo do pecado e, quanto mais ele vive, mais ele peca e mais escravo ele se torna. O problema é que as pessoas não se dão conta disso. Elas acham que são livres para fazerem o que quiser, mas na verdade, elas não conseguem perceber que, por mais que elas queiram, elas não conseguem mudar de comportamento, não conseguem controlar suas vontades e sempre caem em tentações, e depois pagam um alto preço das consequências de seus pecados e concupiscências. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem eles sabem em que tropeçam” (Provérbios 4:19).

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   Todos os seres humanos já nascem assim, com essa natureza pecaminosa. É um erro a afirmação de que o ser humano nasce bom ou nasce “zerado”. Pois desde criancinha, vemos que elas mentem quando fazem algo de errado, elas mordem ou batem em outras crianças quando estão nervosas, elas são egoístas com seus brinquedos, elas desafiam as instruções dos pais quando estes dizem “não” para alguma coisa que elas querem... Enfim, quem ensina esses maus costumes e maus comportamentos para os filhos? Os pais? Claro que não! Os pais precisam educar seus filhos para os bons costumes, pois os maus, elas já nascem com eles. Todos nós somos descendentes de Adão e carregamos em nós essa semente pecaminosa. Vejamos um texto do apóstolo:

   “Porque bem sabemos que a lei é espiritual. Eu, porém, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, concordo com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isso já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo. Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim” (Romanos 7:14-20).

   Esse texto deixa clara a ação da natureza pecaminosa na vida de uma pessoa sem Deus. Quando ela descobre a Palavra de Deus, entende que isso é bom para ela, e quer viver essa palavra em sua vida, ela percebe que, por mais que ela tente, ela não consegue, pois ela é escrava do pecado e não consegue se libertar disso pelas suas próprias forças. Se todas as pessoas estão nessa condição, como sair dessa situação? Quem poderia nos libertar dessa escravidão, sendo que todos estão subjugados ao pecado? Para isso, retomemos o texto já lido nessa lição que está em João 1:29 que diz:  “No dia seguinte, vendo que Jesus vinha em sua direção, João disse:- Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”.

   Percebe-se que João diz que Jesus tira “o pecado” do mundo, ele não disse que Jesus tira “os pecados” do mundo. Isso pode passar despercebido para alguns, mas essa colocação de João faz uma diferença enorme. Pois, se Jesus tivesse vindo a terra para tirar “os pecados” do mundo, ele estaria agindo de forma superficial, ele estaria agindo nas nossas ações e comportamentos. Mas não foi isso que Ele fez, Jesus veio a terra para tirar “o pecado” do mundo, ou seja, Ele veio cortar o mal pela raiz, Quando Ele morre na cruz pela humanidade, ele derrota a natureza pecaminosa, e não somente os pecados em si. Ou seja, se os pecados fossem frutos, a natureza pecaminosa seria a árvore desses frutos. Então, Jesus veio cortar a árvore toda, não somente os frutos. Por isso, Ele muda nossa essência por completo, Ele veio nos dar uma nova vida, uma vida livre do pecado.

   Dessa forma, quem não conhece a Cristo, peca porque é escravo do pecado, porque não consegue se livrar disso. Mas quem conhece a Cristo, tem uma vida diferente “Porque, quando vocês eram escravos do pecado, estavam livres em relação à justiça. Naquele tempo, que frutos vocês colheram? Somente as coisas de que agora vocês se envergonham. Porque o fim delas é morte. Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, o fruto que vocês colhem é para a santificação. E o fim, neste caso, é a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”(Romanos 6:20-23). Quem está em Cristo é livre do pecado, pois Cristo derrotou a natureza pecaminosa que havia em nós! Quem está em Cristo tem sua vida transformada e, sua essência, seu íntimo, quer viver de uma forma que agrada seu Senhor e Salvador. Não se trata apenas de ações ou comportamentos, mas sim de algo que vem de dentro, todo o ser da pessoa: vive, pensa, sente, fala, ouve e toca de uma maneira pura, diferente daquele que é escravo do pecado.

   Partindo desse pressuposto, pode ficar a seguinte pergunta: se não somos mais escravos do pecado, por que ainda pecamos?

   Em Colossenses 3:5-10, “Portanto, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena: imoralidade sexual, impureza, paixões, maus desejos e a avareza, que é idolatria; por causa destas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Vocês também andaram nessas mesmas coisas, no passado, quando viviam nelas. Agora, porém, abandonem igualmente todas estas coisas: ira, indignação, maldade, blasfêmia, linguagem obscena no falar. Não mintam uns aos outros, uma vez que vocês se despiram da velha natureza com as suas práticas e se revestiram da nova natureza que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que a criou”. Aqui o apóstolo Paulo exorta os irmãos para que deixem de fazer as coisas da velha natureza, e que se revistam da nova, ou seja, antes o pecado dominava a nossa vida, agora, o pecado é uma escolha. E, quando a pessoa aceita Jesus em sua vida ela recebe essa nova natureza, por isso ela entra no processo da santificação em que, dia após dia, movida pelo Espírito Santo, ela faz morrer essa velha natureza como está escrito nos versos acima. E esse processo de santificação segue enquanto vivermos nessa terra, pois: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Provérbios 4:18).

   E para finalizar, Jesus disse “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41). Quanto mais nos alimentarmos das coisas do Espírito, maior será nosso relacionamento com Deus e menor será a frequência com que iremos pecar, pois Cristo já venceu essa natureza pecaminosa em nós e nos resgatou da escravidão do pecado para Seu Reino de Luz!

 

APLICAÇÃO

 

   Quando entendemos nosso estado de pecado antes de conhecer a Cristo, quando percebemos que nunca iríamos nos salvar por nós mesmos, pois não conseguíamos nos livrar das garras do pecado, quando lembramos que havia uma sentença de morte para cada um de nós e não tinha nada que poderíamos fazer, podemos olhar para Jesus, aceitá-lO como nosso único e suficiente salvador e, em todas as cerimônias de Santa Ceia e Páscoa, relembrarmos desse amor que Ele teve para conosco, de forma que possamos analisar nossa vida: se temos amado nosso Senhor como forma de gratidão por tudo o que ele fez por nós, pois Jesus disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele” (João 14:21).

 

CONCLUSÃO

 

   A morte de Jesus na cruz foi algo tremendo que mudou a história da humanidade. Jesus, com um amor que nunca seremos capazes de entender, morre na cruz em nosso lugar, como um sacrifício perfeito e agradável ao Senhor Deus. Por isso, Ele nos resgata do reino das trevas, Ele derrota a natureza pecaminosa por todos os humanos. E, além de tudo isso, Ele nos entrega a vida, não uma vida qualquer, mas abundante e eterna! Cabe a nós, aceitarmos essa nova vida, deixando a velha natureza para viver a nova, fazendo assim, valer a pena esse sacrifício maravilhoso que Jesus fez na cruz por nós!

 

            QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

 

  1. Explique o que foi a substituição que Jesus fez na cruz.

R.:

 

  1. Por que nós precisávamos de um redentor?

R.:

 

  1. Explique o que é a velha e a nova natureza. Cite exemplos de cada uma.

R.:

 

  1. Se não somos mais escravos do pecado, por que ainda pecamos?

R.:

 

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