O assunto de como o cristão deve se relacionar com a Graça e a Lei de Deus é um dos temas mais discutidos no mundo cristão. Para esclarecer a questão, nada mais ideal do que estudar o que o apóstolo Paulo, um dos maiores escritores cristãos do Novo Testamento, disse a respeito do assunto. A “entrevista” a seguir é fictícia, mas os textos são diretamente extraídos das Escrituras Sagradas.

Entrevistador: Olá Paulo. Obrigado por nos conceder essa entrevista. Você poderia iniciar se apresentando para aqueles que não te conhecem?

Apóstolo Paulo: “Paulo, apóstolo enviado, não da parte de homens nem por meio de pessoa alguma, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos.” (Gálatas 1:1)

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Entrevistador: Paulo, nossa primeira pergunta é a respeito da doutrina da salvação. Como exatamente o homem é salvo dos seus pecados? Isso tem a ver com a obediência à Lei de Deus e à prática de boas obras?

Apóstolo Paulo: “Vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9)

“Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à Lei, pois é mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado.” (Romanos 3:20)

“... sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus, também nós temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois por obras da lei ninguém será justificado.” (Gálatas 2:16)

Entrevistador: Mas qual é então o papel das boas obras na vida do cristão?

Apóstolo Paulo: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos.” (Efésios 2:8-10)

Entrevistador: Então a graça de Deus não anula a Lei, como muitas denominações cristãs de hoje ensinam?

Apóstolo Paulo: “Anulamos então a Lei pela fé? De maneira nenhuma! Ao contrário, confirmamos a Lei.” (Romanos 3:31)

Entrevistador: Permita-me insistir no assunto. A Lei de Deus não é algo negativo para a vida cristã, uma espécie de “fardo” que precisamos carregar? Como seria possível nós, pecadores por natureza, tentarmos cumprir os mandamentos de Deus?

Apóstolo Paulo: “De fato a Lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom.” (Romanos 7:12)

“Porque, aquilo que a Lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da Lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (Romanos 8:3-4)

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Entrevistador: Alguns cristãos poderiam pensar que visto que a salvação é pela graça e não pela obediência à Lei, isso poderia servir como uma espécie de “incentivo” para se viver uma vida desregrada. Seria algo como “vamos pecar mais, para que venha mais graça”. Você não pensa que essa seria uma consequência lógica?

Apóstolo Paulo: “Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele? Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.” (Romanos 6:2-4)

Entrevistador: Muitos cristãos (como os Batistas do Sétimo Dia) fazem uma classificação da Lei entre preceitos morais, civis e cerimoniais. Os primeiros, praticamente todos concordam que devemos seguir (isso você mesmo declara em sua carta aos Romanos 13:8-10 e em sua carta aos Efésios 6:1-4). E quanto aos demais? Estamos ainda sujeitos às ordenanças envolvendo sacrifícios, comida, bebida e sábados cerimoniais (Páscoa, Pentecostes, Trombetas etc.), por exemplo?

Apóstolo Paulo: “Não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo.” (Colossenses 2:16-17)

Entrevistador: Você poderia explicar melhor então qual era o motivo por trás dessas estipulações?

Apóstolo Paulo: “Antes que viesse essa fé, estávamos sob a custódia da Lei, nela encerrados, até que a fé que haveria de vir fosse revelada. Assim, a Lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora, porém, tendo chegado a fé, já não estamos mais sob o controle do tutor.” (Gálatas 3:23-25)

Entrevistador: Isso significaria que algumas seções do que chamamos hoje de “Antigo Testamento” já perderam a sua importância para o cristão?

Apóstolo Paulo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16-17)

“Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança.” (Romanos 15:4)

Entrevistador: Paulo, agradecemos todos os seus esclarecimentos. Suas palavras com certeza foram inspiradas pelo Espírito Santo. E colocamo-nos à disposição de nossos leitores para quaisquer esclarecimentos adicionais que forem necessários.

Apóstolo Paulo: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês.” (2 Coríntios 13:13)

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