NOSSA DECLARAÇÃO:

“Cremos que a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus e é nossa autoridade final e soberana em assuntos de fé e prática. Cremos que Jesus Cristo, em Sua vida e nos Seus ensinos, como registrado na Bíblia, é o intérprete supremo da vontade de Deus para o ser humano.”

“Em 100 anos, a Bíblia será esquecida e poderá ser encontrada apenas nas prateleiras de museus.” Assim pensava Voltaire, filósofo iluminista do século XVIII, responsável por destruir a fé de inúmeras pessoas. Ele faleceu em 1728; e, 50 anos depois, a Sociedade Bíblica de Genebra adquiriu a sua casa para a impressão de milhares de Bíblias!  Podemos afirmar que, mais do que nunca, a Bíblia está viva e passa bem.

De fato, de 1997 a 2002, a United Biblical Societies, a Associação Mundial de Sociedades Bíblicas, distribuiu 2.979.000.000 de cópias da Bíblia (completa ou porções). Há 200 anos, as Escrituras encontravam-se disponíveis em 68 idiomas; ao final de 2002, esse número havia subido para 2.203, cobrindo mais de 90% da população do mundo! E há projetos de tradução para mais 600 línguas.

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O que torna a Bíblia um livro tão especial? Por que o interesse pela obra aumenta continuamente? Como foi produzida? Qual o propósito de sua escrita? Como podemos nos certificar de que realmente é confiável? O que significa afirmar que a Bíblia é nossa regra de fé e prática?

~ A HISTÓRIA DA BÍBLIA ~

A palavra “Bíblia” é de origem grega e significa “livros” ou “rolos”. O termo (que não aparece na própria obra) passou a designar um conjunto de livros agrupados em único volume. A Bíblia intitula a si mesma como “Palavra de Deus” (Romanos 9:6), “Palavra de Cristo” (Colossenses 3:16), “Livro do Senhor” (Isaías 34:16), “Oráculos de Deus” (Rm3:2), “Escritura” (2 Timóteo 3:16), “Escrituras” (João 5:39), “Sagradas Letras” (2 Timóteo 3:15), “Lei de Moisés, Profetas e Salmos” (Lucas 24:44), entre outros nomes.

Trata-se de uma obra inspirada por Deus. (2 Timóteo 3:16, 2 Pedro 1:19-21) Embora seus livros tenham sido escritos por seres humanos, suas palavras são indicadas pelo Espírito Santo. Isso não significa que o texto da Escritura tenha sido ditado, como se os autores fossem máquinas ou “secretários”. Deus não desrespeitou a personalidade e o estilo de escrita dos profetas que escolhera.

A Escritura, como a temos hoje, divide-se em duas partes: o Antigo Testamento (AT), com 39 livros; e o Novo Testamento (NT), com 27. O Antigo Testamento foi escrito na língua hebraica (com alguns trechos de Daniel e Esdras em aramaico), de 1400 a.C. até cerca de 400 a.C. O Novo Testamento foi produzido em grego, entre as décadas de 40 e 90 d.C. Esses 66 livros foram compostos por cerca de 40 autores de muitas terras e em circunstâncias bastante distintas. Os autores ocupavam diversas posições sociais (Josué era chefe militar; Salomão, rei; Jeremias, sacerdote; Amós, boiadeiro; Mateus, coletor de impostos; Lucas, médico; Paulo, fabricante de tendas etc.). Escreveram em diversos gêneros literários, sobre variados assuntos.

O Antigo Testamento divide-se em cinco grupos: os cinco livros da Lei (Gênesis a Deuteronômio); 12 são históricos (Josué a Ester); outros cinco, poéticos (Jó a Cântico dos Cânticos); cinco pertencem a Profetas Maiores (Isaías a Daniel) e 12, a Profetas Menores (Oseias a Malaquias). Ele descreve como Deus realizou a Aliança com um povo específico (Israel) e preparou-o para a vinda do Salvador, dando-lhe mandamentos, promessas, profecias e ritos especiais. Israel, constantemente, caía em apostasia e afastava-se dos caminhos divinos, mas o Senhor sempre lhes deu a conhecer tanto o Seu juízo quanto a Sua misericórdia.

O Novo Testamento inicia com os quatro Evangelhos (Mateus a João), obras que descrevem a vinda do Messias prometido, o Senhor Jesus. O livro de Atos dos Apóstolos, uma continuação do Evangelho de Lucas, descreve os conflitos e avanços da Igreja cristã primitiva. A seguir, vêm as cartas de Paulo e dos demais apóstolos, fornecendo orientações doutrinárias e práticas para a Igreja. E, por fim, a Escritura encerra-se com o Apocalipse de João, que trata de acontecimentos futuros. “O Antigo Testamento é a preparação. (Isaías 40:3) Os Evangelhos, a manifestação. (João 1:29) O livro dos Atos mostra-se como a propagação. (Atos dos Apóstolos 1:8) As Epístolas são a explicação (Colossenses 1:27); e o Apocalipse, a consumação. (Apocalipse 1:7) A Bíblia é toda sobre Jesus.”

Mas, como todos esses escritos vieram a formar o cânon sagrado? Segundo Ralph O. Muncaster, três seções da Bíblia foram canonizadas em diferentes épocas: a Torá ou lei de Moisés; o Tanakh ou o Antigo Testamento; e o Novo Testamento.

Os primeiros cinco livros da Bíblia foram imediatamente recebidos pelo povo judeu como Sagrada Escritura. (Êx 19:1-8) Após verem todos os sinais realizados, por intermédio de Moisés, para a libertação do Egito, ele foi reconhecido como porta-voz oficial do Senhor. Jesus confirmou a inspiração da Torá e afirmou que ela apontava para Ele. (João 5:46)

Os livros restantes do Antigo Testamento foram sendo recebidos como Escritura, em tempos diferentes. Por exemplo, quando Daniel estava na Babilônia, o livro de Jeremias já fazia parte do cânon. (Daniel 9:2) As profecias de curto prazo cumpridas eram utilizadas para determinar se um profeta falava em nome do Senhor. (Deuteronômio 18:20-22) O Antigo Testamento, como um todo, foi oficializado como Escritura após 167 a.C., quando o governante sírio Antíoco Epífanes IV profanou o templo, gerando uma revolta do povo judeu.

Os apóstolos possuíam autoridade por terem sido diretamente escolhidos por Cristo. Os livros do Novo Testamento, escritos pelos apóstolos ou por seus companheiros (Lucas foi companheiro de Paulo; e Marcos, de Pedro), foram logo recebidos pela Igreja cristã. Pedro chega a igualar as cartas de Paulo às Escrituras do Antigo Testamento (2 Pedro 3:16), e Paulo cita o evangelho de Lucas lado a lado com Deuteronômio (compare 1 Timóteo 5:18 com Deuteronômio 25:4 e Lucas 10:7), ainda antes do final do primeiro século. Embora tenham ocorrido algumas discussões sobre a autenticidade de alguns livros, Irineu (nascido em 130 d.C.) e Orígenes (nascido em 180 d.C.) relacionaram a lista dos 27 livros do Novo Testamento. A oficialização final do cânon ocorreu no Concílio de Cartago, em 397 d.C.

~ A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS ~

Os críticos, muitas vezes, afirmam que a Bíblia é um livro não confiável, com diversos erros, modificado inúmeras vezes, ao longo da História. Mas Deus forneceu-nos várias evidências quanto à confiabilidade e à origem divina de Sua Palavra. Vejamos alguns exemplos.

a) Harmonia interna. Como apontado anteriormente, apesar de toda a diversidade de autores, circunstâncias, datas de escrita, gêneros literários e assuntos tratados, do início ao fim, a Bíblia é uma unidade coerente e harmônica, apontando para Jesus Cristo. Essa harmonia interna só pode ser explicada pela supervisão divina em sua produção, ao longo dos séculos.

b) Precisão científica. Embora a Bíblia não seja um livro de Ciências (pois seu objetivo é mostrar ao homem o caminho da salvação em Jesus Cristo), quando ela aborda questões científicas, apresenta informações corretas e, muitas vezes, antes da própria Ciência descobri-las! Eis alguns exemplos: o universo teve um começo no tempo (Gênesis 1); a Terra é esférica (Isaías 40:22), apresenta magma abaixo de sua superfície (Jó 28:5) e paira sobre o nada (Jó 26:7); o ar possui peso (Jó 28:25); a água passa por um ciclo natural (Eclesiastes 1:7 Amós 5:8 e Jó 36:27-28); o dia ideal para a circuncisão (Gênesis 17:2); o ano sabático (Levíticos 25), que permitia a recuperação da camada de húmus do solo; o isolamento dos doentes (Levíticos 13:46) e a importância do saneamento básico (Deuteronômio 23:12-13).

c) Incomparável preservação. A cópia hebraica mais antiga que possuíamos do Antigo Testamento datava de 1008 d.C., até 1947. Nesse ano, descobriram os famosos Manuscritos do Mar Morto, um conjunto de textos bíblicos da época de Cristo e ainda anteriores. Foram encontradas cópias de cada livro do Antigo Testamento, com exceção do de Ester. Tais documentos comprovaram que o Antigo Testamento lido por Cristo corresponde, exatamente, ao que temos em nossas Bíblias hoje!

Em relação ao Novo Testamento, possuímos 5.500 manuscritos gregos dos primeiros séculos depois de Cristo, além de 18.000 textos em outras línguas. O fragmento mais antigo data de 120 d.C. A cópia mais velha que possuímos de As Guerras Púnicas de César é de 1.000 anos após ser escrita. A primeira cópia completa da Odisseia, de Homero, surge 2.200 anos após sua redação. Comparada com outras obras históricas, o Novo Testamento é insuperável.

d) Comprovação histórica. Como nenhuma outra obra, os relatos históricos da Bíblia têm sido comprovados pelas pesquisas da Arqueologia, ciência que estuda os vestígios deixados pelos povos antigos. Mais de 50 personagens citados no Antigo Testamento tiveram sua existência atestada. Sir William Ramsay, geógrafo do século XIX, inicialmente cético, após realizar uma pesquisa profunda sobre o livro de Atos dos Apóstolos, descobriu que a obra estava correta quanto às referências a 32 nações, 54 cidades e nove ilhas diferentes!

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e) Surpreendentes profecias. No livro do profeta Isaías, Deus afirma que Ele é o único capaz de declarar acontecimentos ainda não ocorridos. (Isaías 46:9-10) De acordo com Werner Gitt, a Bíblia apresenta 6.408 versículos proféticos; a maioria deles já se cumpriu, exatamente como predito.  Ao contrário das predições vagas de Nostradamus, ou dos horóscopos publicados em jornais, a Bíblia apresenta profecias reais, envolvendo pessoas específicas (Isaías 44:28), locais determinados (Miquéias 5:2) e até datas marcadas (Daniel 9:24-27). Jesus Cristo cumpriu cerca de 300 profecias do Antigo Testamento, constituindo a sólida confirmação de que Ele é o Messias prometido.

f) Influência positiva. A Bíblia criou a “alma da civilização ocidental”. Sua influência está relacionada ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da pintura, da música, da literatura, da arquitetura, do pensamento racional, da moralidade, da liberdade, entre outras áreas. Acertadamente declarou Horace Greeley: “É impossível escravizar, mental ou socialmente, um povo que lê a Bíblia. Os princípios da Bíblia são os alicerces da liberdade humana.”.

g) Indestrutibilidade. Diversos reis, imperadores e ditadores já fizeram todo o possível para evitar a circulação e até destruir os exemplares existentes das Escrituras Sagradas. Nenhum conseguiu, pois a “Palavra de nosso Deus permanece eternamente”. (Isaías 40:8)

h) Atemporalidade. Ao contrário dos livros humanos, que perdem a “validade” ao mudarem a época e a cultura, dois mil anos depois “a Bíblia é mais atual do que o jornal que irá circular amanhã”. (Billy Graham)

i) Poder transformador. Que outro livro tem sido capaz de transformar milhões de vidas ao longo da História, trazendo-lhes cura, paz, esperança e restauração? O poder transformador da Bíblia indica a sua origem: “Não é a minha palavra como fogo, diz o Senhor, e como um martelo que esmiúça a pedra?” (Jeremias 23:29)

Você já foi transformado por esse livro?

~ A BÍBLIA É A AUTORIDADE FINAL EM ASSUNTOS DE FÉ E PRÁTICA ~

“Hoje, 1675, estou com o Novo Testamento de meu avô Cook, impresso em 1549, que ele escondeu em sua cama de palha para que não fosse achado e queimado nos dias da rainha Maria”, escreveu Samuel Hubbard, em seu diário. Tal Bíblia é o livro mais antigo nos arquivos históricos da Igreja Batista do Sétimo Dia. O exemplar de Hubbard permanece como símbolo das lutas que nossos pioneiros enfrentaram a fim de manterem “sua consciência cativa à Palavra de Deus”.

Como os demais protestantes, os Batistas do Sétimo Dia apegam-se ao princípio do “Sola Scriptura” [Somente a Escritura]. Isso significa que apenas a Bíblia é a regra de fé e de prática para o cristão, estando acima de opiniões, sentimentos, concílios e tradições humanas. Todo ensinamento que não está de acordo com a Palavra deve ser rejeitado, sendo considerado não proveniente de Deus.

Quando desafiado pelas tentações de Satanás, Cristo citou as Escrituras como Sua arma de defesa. (Mateus 4:1-11) Ele criticou fariseus e escribas por colocarem suas tradições acima da Palavra escrita (Mateus 15:3-9); e aos saduceus, por não conhecerem as Escrituras. (Mateus 22:29)

Igualmente os apóstolos utilizaram a Escritura como regra de fé. Em suas pregações, anunciavam a Cristo por meio das passagens do Antigo Testamento. (Atos dos Apóstolos 2:14-36, 3:11-26) No primeiro concílio cristão, ocorrido na cidade de Jerusalém, ao se debater a aceitação dos gentios na comunidade cristã, Tiago fez questão de destacar que “conferem com isto as palavras dos profetas, como está escrito”. (Atos dos Apóstolos 15:15) Paulo declarou a Timóteo que, desde a infância, conhecia as Sagradas Letras; elas poderiam torná-lo sábio para a salvação (2 Timóteo 3:15), e encorajou-o a manejar bem a Palavra da verdade. (2 Timóteo 2:15)

Um dos primeiros pais da Igreja, Irineu de Lyon (130-202 d.C.), declarou: “Nada mais temos aprendido acerca do plano de nossa salvação, senão por meio daqueles por quem o Evangelho chegou a nós, o qual eles pregaram inicialmente em público. Em tempos mais recentes, pela vontade de Deus, foi-nos legado por eles nas Escrituras para que sejam fundamento e pilar de nossa fé.”

Ao crermos que “a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus e é nossa autoridade final em assuntos de fé e prática cristã”, seguimos o exemplo de Cristo, dos apóstolos e dos primeiros cristãos.

~ CONCLUSÃO ~

Conta-se a história de um menino de uma família cristã que, ao encontrar uma Bíblia em sua casa, correu até a mãe e perguntou: “Mãe, é verdade que esse é o livro de Deus?”. “Sim, meu filho, é verdade.”, respondeu a mãe. “Então, por que a gente não devolve para Ele, já que não usamos mesmo?”, completou o menino.

A narrativa ilustra a falta de consideração com que muitos cristãos têm se relacionado com a Bíblia. Em dezenas de países, nossos irmãos são perseguidos e até mortos por portarem um exemplar da Escritura; contudo, em outros, com plena liberdade religiosa, esse livre-arbítrio, muitas vezes, não é aproveitado como deveria.

Não há desculpa para sermos negligentes. Diversas versões da Bíblia estão disponíveis, atualmente, para leitura, bem como ferramentas para auxiliarem na sua compreensão: comentários, concordâncias, atlas, dicionários, enciclopédias e obras de Teologia sistemática. O estudo é inesgotável. Assim como um mergulhador que avança em maiores profundidades e descobre novas riquezas e formas de vida, o “mergulho” na Palavra de Deus apresenta-nos novas maravilhas sobre o Seu caráter e Seus planos para nossa vida. Busque “ler, ouvir e guardar” (Ap1:3) a carta de amor que Deus escreveu-lhe. Ademais, “nós não lemos a Bíblia; a Bíblia nos lê” (David Paul Kirkpatrick), pois “Se queremos impactar DRAMATICAMENTE o mundo para melhor, precisamos que nossos corações e mentes sejam impactados DRAMATICAMENTE pela Palavra de Deus”. (Jayce O’Neal)

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