Banner da lição da escola bíblica vigentePara se se ter uma vida espiritual saudável, a busca diária através da oração e da leitura bíblica não é algo opcional. Se quisermos permanecer de pé espiritualmente, mesmo sendo bombardeados todos os dias pelo inferno e todos os tipos de tentações, é imprescindível buscar na fonte eterna, que é Cristo Jesus, forças para cada dia de batalha. Cada cidadão do Reino de Jesus deve tomar sua carne, suas vontades e lançar-se de vez, sem olhar as circunstâncias adversas.

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  Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.    

Quando lemos o Antigo Testamento, não encontramos com frequência o termo “Espírito Santo” (Isaías 63:10-11), diferente do que ocorre no Novo Testamento. Todavia isso não significa que o Espírito Santo não estivesse presente, pelo contrário, Ele estava presente e ativo em toda a história bíblica, pra ser mais exato, desde as primeiras obras. O Espírito Santo, como Jesus, é uma das pessoas da triunidade divina e por isso sempre existiu. Cumpriu Sua obra na criação, na instrução do povo de Deus e na modelagem do caráter dos Seus filhos, como veremos nesta lição.

O TERMO “ESPÍRITO SANTO” NO ANTIGO TESTAMENTO

Como vimos anteriormente, o termo “Espírito Santo” não ocorre muitas vezes no Antigo testamento, mas se apresenta de outras formas. Ele é normalmente chamado de “Espírito de Deus” ou “Espírito do Senhor”. A palavra hebraica para espírito é ruah, que pode significar fôlego, vento ou espírito. Quando aplicada a Deus, ela indica “Deus em ação no mundo”. No Novo Testamento, em especial no texto que se refere à descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, percebemos claramente Sua manifestação como “um vento impetuoso e encheu toda a casa onde estavam assentados” (Atos dos Apóstolos 2:2). Este episódio representa muito bem a definição para Espírito Santo de Deus no Antigo Testamento, pois a Sua ação é como um vento: invisível, mas notoriamente perceptível. As obras do Espírito Santo no Antigo Testamento ocorrem de diversas maneiras, a seguir veremos algumas delas.

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NA CRIAÇÃO DO MUNDO

Não precisamos ler muitos versos do Velho Testamento para encontrar uma referência ao Espírito Santo; na verdade, no segundo verso das Escrituras Ele já nos é apresentado: “...e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gênesis 1:2). No princípio, antes de tudo, Ele já estava lá. O Espírito Santo é a primeira manifestação de Deus sobre a Terra, mesmo sendo esta “sem forma e vazia” (Gênesis 1:2). Assim como Jesus estava com o Pai e teve participação ativa na Criação (João 3:3), o Espírito Santo também.

No relato da Criação, destaca-se a ação do Espírito Santo quando o ser humano foi criado, como vemos: “Também disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1:26). O texto aqui é claro ao expor a Triunidade divina: “Façamos”. Deus não poderia estar falando com os anjos, pois Ele não precisaria da concordância dos seres celestiais para criar o homem. Também temos outros textos que comprovam a ação do Espírito Santo na obra da criação. Jó disse algo importante sobre o assunto: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-poderoso me dá a vida” (Jó 33:4). Este texto concorda com o ato da criação, pois Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) primeiro cria o homem e depois sopra nele o fôlego de vida ( Gênesis 2:7).

O autor do Salmos 104 ao compor uma bela poesia que engrandece o Deus Criador afirma também o poder do Espírito de Deus na obra da Criação: “Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra” (104:30).

NO HOMEM

A atuação do Espírito Santo no homem, na Antiga Aliança, é notoriamente percebida em muitos aspectos. Muitos discordam que o Espírito Santo tenha operado alguma obra dentro das pessoas do Antigo Testamento. Essa ideia tem sido inferida das palavras de Jesus em João 14:17: “Ele habita convosco e estará em vós” (grifo nosso). Ou seja, somente a partir da Nova Aliança o Espírito Santo passou a habitar dentro do homem. Anteriormente (no Antigo Testamento) era apenas como um agente exterior que impulsionava o homem a praticar as obras específicas de Deus. Todavia essa visão não concorda plenamente com os exemplos do Antigo Testamento em que notamos a ação do Espírito Santo no homem, vejamos:

Na revelação: O Espírito do Senhor dava aos profetas o conhecimento da vontade e dos desígnios de Deus, bem como o poder para comunicarem a mensagem divina (Números 11:25; Neemias 9:30; Isaías 2:2; Ezequiel 8:3; Ez 11:1-2).

Concedendo dons aos homens: O Antigo Testamento tem muitos exemplos de homens, que pela ação do Espírito de Deus, foram agraciados com dons provenientes da ação divina sobre os tais. Um bom exemplo é o de Bezalel e Aoliabe, aos quais Deus concedeu a plenitude do seu Espírito para que fizessem o trabalho artístico necessário à construção do Tabernáculo, e também para ensinarem aos outros (Êx 31:1-11; Êx 35:30-35). Temos também José, a quem fora outorgado o Espírito para capacitá-lo a agir de modo eficaz na casa de Faraó (Gênesis 41:38-40), como também o havia capacitado para interpretar sonhos (Gênesis 40:9-16; Gênesis 41:25-32).

Concedendo força: Deus concedeu, pelo Seu espírito, força sobrenatural para Sansão a fim de que este pudesse livrar Israel da opressão dos filisteus (Juízes 13:25; Juízes 14:6-19; Jz 15:14;). No caso deste personagem, o Espírito de Deus Se retirou dele por causa da sua desobediência (Juízes 16:20). Isso concorda com o conselho que Paulo dá aos efésios: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Efésios 4:30).

Inspirou salmistas a comporem os cânticos do povo de Deus: em especial citamos Davi que disse: “O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua” (2 Samuel 23:2). Além do mais, muitos salmos de Davi e de outros autores são proféticos, pois apontavam para o Messias (Salmos 2; Salmos 22; Sl 89:3-4; Salmos 132:11; Sl 110). O Novo Testamento confirma Davi como profeta inspirado pelo Espírito Santo (Atos dos Apóstolos 1:16; Atos dos Apóstolos 2:30).

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Ungiu e revestiu homens para liderar o povo de Deus: Embora saibamos que todos os líderes de Deus que foram chamados para liderar o Seu povo estivessem sob a direção do Espírito Santo, o Antigo Testamento aponta alguns exemplos que nos ajudam a perceber a ação do Espírito do Senhor revestindo tais homens para missão. Josué foi comissionado para que sucedesse Moisés como líder, Deus indicou que “o Espírito” estava nele (Números 27:18). O mesmo Espírito veio sobre Gideão (Juízes 6:34), Davi (1 Samuel 16:13) e Zorobabel (Zacarias 4:6). Noutras palavras, no Antigo Testamento, a maior qualificação para a liderança era a presença do Espírito de Deus.

Ainda há outros exemplos no Antigo Testamento da ação do Espírito Santo no homem e através deste, mas os aqui citados são suficientes para percebermos que a terceira pessoa da Triunidade sempre esteve presente na história da humanidade.

PROMESSA DO DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO SOBRE TODOS OS FILHOS

Até aqui notamos que nos tempos do Antigo Testamento o Espírito Santo vinha apenas sobre umas poucas pessoas, enchendo-as a fim de lhes dar poder para o serviço ou a profecia. Não houve nenhum derramamento geral do Espírito Santo sobre Israel na antiga aliança. Entretanto alguns textos apontam sobre a promessa de um derramamento do Espírito de Deus sobre todos os Seus filhos.

Isaías profetiza sobre aquele que inauguraria este tempo, sendo o Messias, ungido pelo Espirito de Deus (Isaías 61:1-2). Ezequiel profetizou mostrando que a ação do derramar do Espírito sobre o povo de Deus provinha de Sua própria vontade (Ezequiel 36:25-27) e Joel foi mais específico ao dizer: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito”.(Joel 2:28-29). Esta última profecia, especificamente, se cumpriu no dia de Pentecostes posterior à ascensão de Jesus ao céu (Atos dos Apóstolos 2:14-21).

Portanto, não só percebemos a ação do Espírito Santo no Antigo Testamento, como também percebemos que os escritos veterotestamentários apontam a continuidade da obra de tal Espírito na Nova Aliança, não mais como um privilégio de poucos, mas como acessível a todo aquele que nasce de novo segundo a nova vida dada por meio de Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

No estudo de hoje pudemos perceber que o Espírito Santo cumpre sua obra desde sempre. Ele esteve presente na Criação, como também cumpriu Seus desígnios durante toda a história do povo de Deus. Ele inspirou os autores que escreveram o Antigo Testamento e falou pela boca dos profetas. Capacitou pessoas para guiar, libertar e liderar o povo do Senhor. Ele foi a chama que nunca se apagou e que de uma forma mais intensa Se revelou na obra de Jesus Cristo e hoje já não é um privilégio de alguns, mas um presente para todos que se submetem à vontade de Deus. Ele continua também, como outrora, guiando, ungindo, capacitando, ensinando e dando poder a homens e mulheres a fim de edificar e fortalecer a Igreja.

QUESTÕES PARA ESTUDO EM CLASSE

  1. A palavra hebraica para espírito é ruah. Quais são os seus significados? Como estas definições expressam a obra e ação do Espírito Santo?
  2. Como é chamado o Espírito Santo no Antigo Testamento (Gênesis 1:2; Juízes 13:25; Jó 33:4)?
  3. Como sabemos que o Espírito Santo esteve presente na obra da criação? (Gênesis 1:2,26; Jó 33:4; Salmos 104:30)
  4. Com base na lição estudada, cite pelo menos três formas pelas quais o Espírito Santo cumpriu Sua obra na vida dos homens do Antigo Testamento.
  5. No Antigo Testamento, o Espírito Santo Se manifestava plenamente na vida de poucas pessoas. Todavia, os escritos veterotestamentários apontam para a promessa de um derramamento do Espírito de Deus sobre todos os Seus filhos. Que profecias apontam para isso e quando elas se cumpriram (Isaías 61:1-2; Ezequiel 36:25-27; Joel 2:28-29)?
  6. Que aspectos da obra do Espírito Santo no Antigo Testamento ainda são presentes na Nova Aliança?

Notas de rodapé 

1. SEVERA, Zacarias de Aguiar. Manual de Teologia Sistemática. Curitiba – PR. A. D. Santos Editora, 2010, p.317.

2. SEVERA, Zacarias de Aguiar 2010, p.317.

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