E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia,

Lucas 24:5-6 

INTRODUÇÃO

    A morte parece ser o fim, totalmente frustrante, irreversível. Os discípulos tinham exatamente assim, um exemplo é o relato de dois deles, quando iam para Emaús quando disseram com expressão de dúvidas: “...esperávamos que fosse ele que fosse redimir Israel...” (Lucas 24:21). Mas são estes pressupostos realmente verdadeiros? Não! O relato de Lucas da ressurreição de Cristo assegura-nos que a nova e ressurreta vida é possível porque Jesus ressurgiu dos mortos.

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UM ENSINO CENTRAL NA MENSAGEM DO CRISTIANISMO

   Muito tem sido escrito tanto na literatura secular quanto na cristã concernente à ressurreição. Um respeitado comentarista, John R. W. Stott, advoga que nossa examinação precisa conter três elementos: “O que ela significa?” (Semântica), “Ela de fato aconteceu?” (História) e “Por que ela é importante?” (Relevância). (Contemporary Christianity, p. 71).   Para responder à primeira questão, ele declara categoricamente: 

   “A evidência aduzida pelos Evangelhos é que, antes e depois da ressurreição, Jesus é a mesma pessoa com a mesma identidade (Sou eu mesmo!’ Lucas 24:39 NVI). Porém a ressurreição deu-lhe um corpo transformado, transfigurado, glorificado. A ressurreição foi um ato dramático de Deus através do qual Ele deteve o processo natural de deterioração e decomposição... , resgatando Jesus do reino da morte e transformando seu corpo em um novo veículo para sua personalidade, doando-lhe de novos poderes e possuindo a imortalidade”. (ibid. p. 76).

   A evidência histórica da ressurreição de Cristo pode ser colocada em três categorias simples: o desaparecimento do corpo, as aparições do Senhor e a emersão da igreja. A primeira parte de Lucas 24 lida com a primeira linha de evidência. Agora, porque a ressurreição de Jesus é importante? Stott assevera que ela nos capacita a encararmos nosso passado, presente e futuro porque podemos confiar no perdão, poder e por fim no triunfo de Deus (ibid, p.85). Um dos grandes benefícios do Evangelho é que ele traz confiança e segurança em momentos de desesperança e insegurança. 

   A ressurreição é o evento que separa o cristianismo das outras crenças. Nós servimos a um Salvador ressurreto. Isto é nossa única fonte de esperança. Se historicamente a ressurreição fosse inverossímil, então toda a nossa fé seria vã.

O RELATO DAS ESCRITURAS

   O capítulo 23 de Lucas conclui com as mulheres preparando as especiarias e o bálsamo e descansando no sábado. De acordo com o verso 10 de Lucas 24, essas mulheres eram Maria Madalena, Joana, Maria irmã de Tiago e outras mulheres. Maria Madalena foi a primeira a ver o Senhor ressurreto, segundo os relatos de Marcos 16:9 e João 20:11-18. O versículo 1 do relato de João, capítulo 20, na versão revista e atualizada traduz por “de madrugada”, enquanto que outras traduções versam “de manhã cedo”, no primeiro dia da semana. Mateus 28:1 e Marcos 16:2 usam linguagem similar, embora João 20:1 indique que ainda estava escuro quando as mulheres foram ao sepulcro. Estas referências têm levado muitos estudiosos a concluírem que a ressurreição ocorreu ao pôr do sol de sábado. Pelos relatos fica óbvio que as mulheres esperavam encontrar o corpo na tumba. Mesmo Jesus tendopredito Sua ressurreição seis vezes, somente em Lucas, elas não estavam convencidas. Marcos 16 descreve a preocupação delas acerca de que forma a enorme pedra seria tirada da entrada do sepulcro; Mateus 27:62-66 expõe a colocação da guarda em torno do túmulo, como um selo para garantir que o corpo não seria roubado. Entretanto, surpreendentemente elas não encontraram o corpo. Lucas reporta a aparição de dois homens com vestes resplandecentes. Mateus e Marcos mencionam somente um homem, ou anjo, ao passo que João menciona as figuras de dois anjos aparecendo a Maria Madalena depois dela ter ido e contado aos discípulos do sumiço do corpo. Diversas explicações têm sido propostas para estas diferenças no detalhes. F.F. Bruce conclui:

   “O fato é que cada escritor está tentando trazer a sua perspectiva única e sua compreensão teológica através dos detalhes que ele incluiu ou deixou de fora... Quando olhamos para a ressurreição através destes olhos, informados pela perspectiva de cada escritor dos Evangelhos, vemos não simplesmente um milagre, nem mesmo o fato da ressurreição, mas a mensagem que a igreja tem crido que Deus queria comunicar através da ressurreição de Jesus Cristo” (Hard Sayings of the Bible, p. 508).

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   Os anjos relembraram as mulheres das profecias prévias, que elas haviam ouvido, várias vezes antes da crucificação, dos próprios lábios de Jesus. Uma vez recordadas das palavras que o Senhor dissera, correram para relatar aos onze discípulos restantes e aos que estavam com eles. Aparentemente, essas mulheres estavam cheias de entusiasmo e alegria pelo que haviam visto e ouvido. Gostaria que você notasse a recepção que elas tiveram: ninguém creu nelas, pensaram que estavam delirando e falando coisas sem sentido. Herschel Hobbs observa que uma das grandes provas da ressurreição de Jesus é que nenhum dos seus seguidores esperava que isto acontecesse (An Exposition of the Four Gospels p. 346).   Fazendo jus à sua natureza, Pedro levantou-se, apesar das suas dúvidas, e correu para investigar a situação. Quando ele olhou para o túmulo, viu os lençóis, porém não o corpo. O relato paralelo de João 20:3-10 oferece detalhes adicionais. Aparentemente, João ultrapassou a Pedro e olhou a tumba vazia por primeiro. Pedro viu o lenço que estivera na cabeça do Mestre, separado do restante das demais vestes. Lucas e João enfatizam a posição da mortalha, o mesmo lugar onde estivera o corpo — um poderoso argumento pró-ressurreição em vez do roubo do corpo.   João creu, mas não entendeu. Lucas disse que Pedro voltou para casa, “maravilhado” com o que acontecera. Pedro creu em algo, ou ele não teria deixado o túmulo. O texto não nos diz se ele entendeu ou aceitou completamente o que havia observado. No caminho de Emaús, um dos dois discípulos menciona que ouvira falar da ressurreição do Salvador e posteriormente reconheceram-No, voltando a Jerusalém para testemunhar aos demais. Neste relato é dito que o Senhor aparecera a Pedro (Lucas 24:34) numa determinada ocasião, mas não há nenhuma indicação de que Pedro tinha uma verdadeira ousadia em testemunhar até o dia de Pentecostes. Talvez ainda estivesse envergonhado de si mesmo por haver negado a Jesus durante as horas de sofrimento.   É muito fácil para os cristãos de hoje criticarem os discípulos pela dificuldade deles em crer na ressurreição. De certa forma, esta é outra peça das evidências que provam a realidade dela. Os escritores dos Evangelhos foram honestos ao retratar a dificuldade das testemunhas da crucificação de Jesus em aceitar a realidade de que o Salvador estava vivo novamente. Em Marcos 16:14, Jesus censurou a incredulidade e dureza de coração deles. Isso deve servir-nos como uma precaução contra tornarmo-nos demasiadamente argumentativos e arrogantes, ao discutirmos esta questão com pessoas que estão buscando sinceramente a verdade. Nós devemos ajudá-las em sua busca.

CONCLUSÃO

   A ressurreição é o clímax da obre redentora de Jesus, em Suas próprias palavras ela comprova sua messianidade (Mt 12:38-40). O apóstolo Paulo apresenta um ensino completo de como esse fato impacta na vida do cristão.   Mas muito mais do que uma doutrina na qual se deve crer a ressurreição desafia em dois sentidos: primeiro diz respeito ao Cristo Vivo, que abita na vida de crente, nesse sentido além do fato histórico da ressurreição ela precisa ser uma realidade em nós. O segundo aspecto diz respeito à proclamação ousada desse acontecimento. Em Atos dos Apóstolos 4:13 os apóstolos testemunharam com tanta ousadia que o Sinédrio reconheceu que, de fato, eles estiverem com Jesus ressurreto. Assim, o desafio, para a Igreja de Cristo, é não apenas crer na ressurreição, mas também proclamar a realidade do Cristo Vivo e que vive no coração dos salvos.

QUESTÕES PARA ESTUDO E DISCUSSÃO EM CLASSE

1. O que você acha que os seguidores de Jesus estavam pensando e sentindo após a morte e o sepultamento doMestre? Como esta situação parecia para eles? Como estes pensamentos e sentimentos enquadravam-se no plano de Deus?R.

2. Por que Deus ordenou que um anjo ficasse na tumba, ao invés de deixá-la vazia? Descreva como as várias personagens envolvidas nesta cena reagiram à mensagem e à presença do anjo na tumba vazia. O que você acha que aquelas pessoas estavam pensando e sentindo com estas mudanças de eventos?R.

3. Por que você acha que foi difícil para os seguidores de Cristo entender e crer que Ele havia ressuscitado? Alguma vez você encontrou dificuldades em crer na ressurreição? Quais os fatos lhe convenceram que este importante evento realmente aconteceu?R.

4. Que diferença a realidade da ressurreição de Cristo faz? Qual a importância dela para a sua vida? Que diferença a ressurreição d’Ele faz quando nós enfrentamos momentos de luto?R

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