Banner da lição da escola bíblica vigentePara se se ter uma vida espiritual saudável, a busca diária através da oração e da leitura bíblica não é algo opcional. Se quisermos permanecer de pé espiritualmente, mesmo sendo bombardeados todos os dias pelo inferno e todos os tipos de tentações, é imprescindível buscar na fonte eterna, que é Cristo Jesus, forças para cada dia de batalha. Cada cidadão do Reino de Jesus deve tomar sua carne, suas vontades e lançar-se de vez, sem olhar as circunstâncias adversas.

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Buscai o bem, e não o mal, para que vivais; e assim o SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. Odiai o mal, e amai o bem, e estabelecei na porta o juízo. Talvez o SENHOR Deus dos Exércitos tenha piedade do remanescente de José.

Amós 5:14-15 

INTRODUÇÃO

   Justiça e comunhão, como lidar com esta questão em um ambiente de tanta perversidade, egoísmo e desprezo da Palavra de Deus? O pior cego é aquele que não quer ver”, esse ditado popular expressa o momento em que Israel estava vivendo nos tempos de Amós.   Sobre Amós David Allan Hubbard comenta que:

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   O abuso de poder no âmbito social e as concessões ao paganismo no âmbito religioso eram os dois pecados dominantes que Amós denunciava. A culpa maior recaía sobre os poderosos, os que possuíam terras, os ricos e os influentes, em suma, a liderança, que não somente havia corrompido os desprivilegiados, afastando-os da adoração obediente a Javé, mas também havia tomado suas terras, confiscado seus bens, violentado suas mulheres e os enganado nos negócios nesse meio-termo. O rugido do leão era um “não” divino, anunciando através do profeta diante de cada aspecto básico da vida política, social, econômica e religiosa de Israel.

   No reinado de Jeroboão ll sobre Israel, havia a uma grande injustiça social, religiosidade vazia, decadência moral e cegueira espiritual de uma nação que apesar de estar abastada materialmente, estava arruinada espiritualmente.   Nesse contexto, Deus levanta Amós, um boiadeiro e colhedor de sicômoros, para profetizar contra Seu povo. Amós denuncia a corrupção moral e espiritual, os poderosos e as lideranças em geral que ficavam mais e mais ricos através da exploração dos pobres e desfavorecidos. Ele profetiza o juízo divino inevitável, que destruiria tanto o altar quanto o palácio, a sobrevivência da dinastia de Jeroboão ll e a continuidade política do reino do norte (Israel) estavam com os dias contados, conforme indica o próprio texto sagrado: “Porque sei que são muitas as suas transgressões e que são graves os pecados que vocês cometem. Vocês afligem os justos, aceitam suborno e rejeitam as causas dos necessitados no tribunal(Am 5:12).

INFORMAÇÕES SOBRE O PROFETA

   Amós significa, provavelmente, “aquele que carrega fardos” ou “carregador de fardos” (derivado do verbo ãmas,“erguer um fardo, carregar)28”. Um homem que tem um fardo sobre si procura levar este fardo aos devidos donos,dentre esses, o peso maior cai sobre a nação de Israel. Um peso que é colocado em seus ombros para denunciar o povo ousadamente.   Amós morava em uma região pobre do sul da Palestina (cidade de Tecoa) próxima a Belém de Judá – no reino de Judá.   Amós era um homem do campo, não criado nas escolas de profeta e sem nenhuma linhagem ou correlação comos profetas (Amós 7:14-15), mesmo assim, Deus o chama, de Judá para ir ao reino de Israel, outro reino, outra jurisdição política, para profetizar o juízo de Deus contra as práticas pecaminosas de Israel. Além disso, ele também profetizou contra outras 7 nações, Síria, Filístia, Tiro, Edom, Amom e Judá, mas principalmente contra a nação de Israel.

   Amós era um “carregador de fardo”, o que refletia muito em sua mensagem, pois assim era o povo, seus cultos haviam se tornado um “fardo para Deus”.

 

SEU CONTEXTO

   O governo político se corrompeu totalmente, assim como o governo religioso. Israel estava mergulhada numareligiosidade apenas ritualística que agradava aos homens, porém distanciava-se de Deus. Suas práticas de cultos ao paganismo e cultos superficiais eram capazes de camuflar a negligência de uma sociedade cujo coração estava enrijecido: “Eu odeio e desprezo as suas festas e com as suas reuniões solenes não tenho nenhum prazer” (Amós 5:21). Deus não ouvia os louvores da elite porque ela não ouvia os gritos por misericórdia da classe empobrecida, miserável e explorada, que cada vez mais afundavam-se em empréstimos abusivos cobrados pela classe alta de Israel: “Afastem de mim o barulho dos seus cânticos, porque não ouvirei as melodias das suas liras” (Amós 5:23).   O que se faz quando a justiça não conversa mais com a comunhão? O egoísmo, o luxo exagerado e a exploração dos ricos de Israel não deixava a Deus se não apenas uma opção, o juízo eminente: “Em todas as vinhas haverá pranto, porque passarei pelo meio de vocês, diz o Senhor” (Amós 5:17). Amós se levantou em um momento de grande crescimento econômico de Israel e de Judá, porém em meio ao caos moral, social e religioso.   Conforme L. Alonso Schokel – J. L. Sicre Diaz,

   “Graças ao comércio com a Arábia, a Fenícia, o mar vermelho e as minas de cobre da Arabá se produz prosperidade desconhecida desde os tempos de Salomão. A população atinge a sua maior densidade neste século. Os edifícios são esplêndidos e luxuosos. Aumentam os recursos econômicos e agrícolas florescem a indústria têxtil e a tinturaria. Enfim, o reino de Israel encontrava-se melhor do que nunca.    Entretanto, esta prosperidade e bem-estar estavam ocultando a decomposição social. A sorte dos cidadãos modestos era terrivelmente dura e o estado pouco ou nada fazia para aliviá-la. Existiam grandes injustiças e também contraste brutal entre ricos e pobres. Este sistema duro em si mesmo, piorava pela ambição dos ricos e dos comerciantes, os quais aproveitavam os empréstimos concedidos aos pobres para aumentar suas riquezas e domínios; falsificavamos pesos e as medidas, recorriam a artes legais e subornavam os juízes”.

   “O Dinheiro Corrompe. Esse ditado foi verdadeiro no reino de Israel. A prosperidade material nem sempre é sinônimo de benção. Na nossa cultura tem-se a costumeira tradição de correlacionar bens com bênçãos. Mas ao analisar os ricos de Israel, corruptos, supersticiosos e com todos os tipos imoralidade, definitivamente percebe-se que esta riqueza não era sinônimo de benção. Deus levanta Amós para confrontar este grupo perverso. Amós profetizou no século Vlll a.C, época em que governava o Rei Jeroboão ll e do sacerdote Amazias que era líder da falsa religião do Reino do Norte (Israel). Amazias era sacerdote do santuário da cidade de Betel. Ali era um dos três santuários mais importantes que havia em Israel, os outros eram Gilgal e Berseba. Este expulsou Amós de Israel acusando-o de profetizar mentiras por dinheiro: “Depois Amazias disse a Amós: — Saia daqui, vidente! Fuja para a terra de Judá e vá ganhar a vida por lá. Em Judá você pode profetizar. Mas em Betel, daqui em diante, você não poderá profetizar, porque este é o santuário do rei e o templo do reino” (Amós 7:12-13). Apesar de Israel conhecer a Deus, acabou pervertendo-se e andando em seus próprios caminhos.   Esse conflito entre Amós e Amazias representa nesta época e nos dia atuais, o conflito entre a verdadeira religião e a falsa, que procura desviar o povo de Deus da verdade.   Ao mesmo tempo em que nos alegramos por saber que sempre Deus levantará pessoas para defender a verdade, devemos estar atentos, pois sempre se levantarão “Amazias” para tentar desviar o povo de Deus.   “Assim diz o Senhor: ‘Por três transgressões de Israel, sim, por causa de quatro, não suspenderei o castigo. Porque vendem o justo por dinheiro e condenam o necessitado por causa de um par de sandálias. Esmagam no pó da terra a cabeça dos pobres e pervertem o caminho dos necessitados. Um homem e seu pai têm relações com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo nome. Eles se deitam ao lado de qualquer altar sobre roupas recebidas como penhor e, no templo do seu deus, bebem o vinho dos que foram multados’” (Am2:6-8).   A base desta situação tem origem no abandono dos caminhos do Senhor, no abandono de Sua lei que amparava aos mais pobres (ver Lev. 25:8-55), na falta de responsabilidade moral e social e toda esta situação tem sua origem espiritual.   Se Deus não está no centro do coração do homem a decadência é um fato irremediável, pois o Senhor reprova toda forma de injustiça e corrupção: Caiu a virgem de Israel, para nunca mais se levantar! Está estendida na sua própria terra, e não há quem a levante. “Porque assim diz o Senhor Deus: “A cidade da qual saem mil conservará apenas cem, e aquela da qual saem cem conservará apenas dez para a casa de Israel” (Amós 5:2-3). A destruição de Israel foi desastrosa em 722. Uma derrota imposta pela Assíria, como castigo aplicado pelo próprio Deus.

   Israel estava mergulhada numa religiosidade apenas ritualística que agradava aos homens, porém distanciava-se de Deus. Suas práticas de cultos ao paganismo e cultos superficiais eram capazes de camuflar a negligência de uma sociedade cujo coração estava enrijecido

 

DEUS INSISTE NO CHAMADO AO ARREPENDIMENTO

   “Pois assim diz o Senhor à casa de Israel: “Busquem a mim e vocês viverão. Porém não busquem Betel, nem venham a Gilgal, nem passem a Berseba. Porque Gilgal certamente será levada cativa, e Betel será reduzida a nada. Busquem o Senhor e vocês viverão. Do contrário, ele irromperá na casa de José como um fogo que a consome, e não haverá em Betel quem consiga apagá-lo” (Amós 5:4-6).   Por que o Senhor foi tão enfático sobre Betel? Lá Jacó viu a Deus (Gênesis 31:13). E Berseba? Foi onde Abraão, Isaque e Jacó tiveram experiência e comunhão com Deus (Gênesis 22:19), mas nos dias do profeta Amós não tinha mais comunhão com o Senhor. Em Gilgal eles tomaram posse da herança (Josué 4:19-24), símbolo de vitória, posse, benção, mas o real sentido do culto foi perdido. O que se percebe aqui é um grande contraste, locais onde antes foram cenários de bênçãos tornaram-se redutos de culto idólatra, atraindo maldição sobre o povo. Eles misturaram o Santo com o profano. O culto, que é extensão da vida e fonte vigor espiritual, havia se tornado um “fardo para Deus” (Amós 5:21).

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PONTOS DE CONVERGÊNCIA COM O NOVO TESTAMENTO

   É possível destacar a referência de Amós 8:9 “Naquele dia”, diz o Senhor Deus, “farei com que o sol se ponha ao meio dia e com que a terra se cubra de trevas em pleno dia”, fazendo referência às 3 horas de escuridão quando Jesus expirou (Mateus 27:45 e Lc23:44). No discurso de Estevão em Atos dos Apóstolos 7:42 que repete a passagem de Amós 5:25 citando a inclinação do povo à idolatria. Em outra citação (Amós 9:11 em Atos 15:16) falando a respeito da restauração da dinastia de Davi, apesar de pouco utilizado no Novo Testamento, ainda assim, podemos encontrar sua relevância em várias referências:

   “Quanto ao mais no novo testamento aparece em referências mais ou menos diretas ao texto de Amós. Romanos 12:9 que fala de detestar o mal e apegar-se ao bem, faz com que pensemos em Amós 5:15. Os Gálatas, ao se sentirem incomodados pela sinceridade de Paulo (Gálatas 4:16), assumem a atitude semelhante à censurada por Amós 5:10. A referência de Efésios 5:16 ao fato de que transcorrem dias funestos, lembra Amós 5:13. e Apocalipse 10:7 compartilha com Amós 3:7 a ideia de que Deus revela os seus desígnios aos profetas.   Enfim, há uma parábola em Lucas 16:19-31, a do rico e Lázaro, a qual parece calcada sobre o modelo de Amós 6:4-6. Ambos os textos acentuam a vida luxuosa do rico e a sua despreocupação pelas pessoas necessitadas”.   As profecias de Amós ecoam no Novo Testamento e sempre exortando um povo que insiste nos mesmos pecados, injustiça social e profanação ao que é santo.

    O Novo Testamento faz ecos ao profeta Amós quando fala do amor ao dinheiro, da verdadeira adoração, da necessidade de arrependimento e da perfeita relação entre justiça social e a verdadeira religião. Esses são temas atuais, mas que Amós já falava em seus dias.

 

CONCLUSÃO

   Sacerdotes calaram os profetas, governos açoitaram e mataram os apóstolos tentando impedi-los de proclamarem o Evangelho. O próprio Cristo foi morto por causa de Sua mensagem: “Ele dizia: — Arrependam-se, porque está próximo o Reino dos Céus”(Mateus 3:2). Mas como no exemplo de Cristo e dos apóstolos, Amós não se deixou intimidar: “Mas o Senhor me tirou do trabalho de andar atrás do gado e me disse: “Vá e profetize ao meu povo de Israel” (Amós 7:15). Esta era a missão de Amós, e é nossa missão, de profetizar aos quatro cantos da terra pregando, admoestando, denunciando o pecado deste mundo e sem dúvida mostrando o caminho do arrependimento e da salvação antes do “grande dia”, assim como o próprio profeta: “Busquem o bem e não o mal, para que vocês vivam. E assim o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará com vocês, como vocês dizem. Odeiem o mal e amem o bem. Promovam a justiça nos tribunais. Talvez o Senhor, o Deus dos Exércitos, se compadeça do remanescente de José”(Amós 5:14-15).   Hoje Deus continua a chamar para o despertamento espiritual uma humanidade rebelde através agora do próprio Filho, antes que venha o grande dia, “Ele dizia: — Arrependam-se, porque está próximo o Reino dos Céus”(Mateus 3:2) “Produzam fruto digno de arrependimento!”(Mateus 3:8) Se o povo não ouvir esse último clamor não resta o que fazer.

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

1. Quais pecados Amós denunciava?R

2. Por que o Senhor via o culto em Israel como algo enfadonho?R.

3. Quando a prosperidade financeira deixa de ser uma benção?R.

4. Como o profeta Amós pode ser considerado atual em sua mensagem, considerando os assuntos tratados no Novo Testamento?R.

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