Texto de Estudo

E ACONTECEU que, acabando Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles.

Mateus 11:1

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A igreja que vive o verdadeiro Evangelho, no século XXI, precisa encarar e refletir acerca da realidade das cidades. A visão teológica precisa perceber que os centros urbanos são lugares estratégicos e pouco servidos pelo ministério do Evangelho. Deve reconhecer também que praticamente todos os contextos de ministérios são, cada vez mais, moldados por influências urbanas e globais.

                 O mundo está a caminho de se tornar 70% urbano; diante disso, precisamos de uma visão teológica com perfil urbano. Dessa forma, faz-se necessária essa reflexão sobre a seguinte pergunta: Como falar e fazer missão urbana hoje? Essa resposta é um desafio, mas também uma responsabilidade nossa.

 

CONTEXTUALIZAÇÃO DO EVANGELHO

                 Contextualizar não é – como normalmente se afirma – “falar o que as pessoas querem ouvir”. Significa oferecer às pessoas respostas bíblicas (que elas talvez não queiram ouvir) às perguntas sobre a vida que estão vivendo, na época e no lugar em que se encontram, numa linguagem e de forma que compreendam, por meio de argumentos fortes, que sejam capazes de sentir, ainda que, no fim de tudo, rejeitam.

                 Nesse sentido, falamos em contextualização saudável. Ou seja, traduzir e adaptar a comunicação e o ministério do Evangelho a determinada cultura, sem comprometer a essência e as particularidades do próprio Evangelho.

                 O Evangelho contextualizado é marcado por clareza e poder de atração; mesmo assim, desafia a autossuficiência do pecador e o chama para o arrependimento. Tem o objetivo de fazer contato com cultura a fim de desafiá-la e confrontá-la. A cultura afeta cada aspecto da vida humana. Igualmente determina como as decisões são tomadas, como as emoções são exprimidas, o que é considerado individual e público, como os indivíduos relacionam-se com o grupo, como o poder social é usado e como os relacionamentos, especialmente entre sexos, gerações, classes sociais e raças, são conduzidos. Entender a cultura do local a ser evangelizado é importantíssimo para pensarmos num ministério do Evangelho. David Wells afirma:

 

Contextualização não é simplesmente a aplicação prática de uma doutrina bíblica, mas a tradução dessa doutrina em uma forma de conceituação que se entrosa com a realidade das estruturas sociais e dos padrões dominantes de vida em nossa sociedade contemporânea.

 

A habilidade de contextualizar é um dos segredos, hoje, do ministério eficaz. De modo particular, as igrejas dos centros urbanos devem ser extremamente sensíveis às questões da contextualização, porque costuma ser nessas áreas que a cultura da sociedade é forjada, tomando novos rumos. Também são áreas em que as culturas humanas múltiplas convivem em tensão; assim, os componentes culturais são mais complexos.

 

Alguns perigos da contextualização

Os círculos acadêmicos teológicos, ao longo do século XX, foram fortemente influenciados pela teologia liberal, seguindo os passos do pensamento teológico existencial de Rudolf Bultmann. Essa teoria defendia que os cristãos tinham liberdade de identificar, de qualquer maneira que fosse adequada à sua cultura, qual era a tônica interior da revelação bíblica. Assim, podiam descartar ou adaptar o restante.

            Essa abordagem à contextualização pressupõe que tanto o texto bíblico quanto o contexto cultural são relativos e igualmente dotados de autoridade. Nesse sentido, praticamente qualquer aspecto da fé cristã pode ser descartado ou receber conteúdo novo, dependendo do ambiente cultural em questão. Em nome da contextualização à sua cultura, a Igreja tem o potencial de fazer mudanças ousadas à doutrina histórica cristã.

            O Cristianismo liberal adaptou-se à cultura quando deveria desafiá-la. Para tornar a religião agradável à sociedade moderna, os líderes do Cristianismo liberal redefiniram toda a doutrina com contornos naturalistas. Algumas características dessa visão teológica:

  • A Bíblia está repleta de sabedoria divina, mas isso não quer dizer que seja inerrante. É um documento humano que contém erros e contradições.
  • Jesus é Filho de Deus, mas isso não quer dizer que seja Filho Divino e preexistente de Deus. Ele foi um homem extraordinário e impregnado do Espírito Santo.
  • A morte de Jesus não é um acontecimento cósmico que aplaca a ira de Deus. É um exemplo de amor sacrificial que nos transforma ao nos comover com Seu exemplo.
  • Assim, tornar-se cristão não exige o ato sobrenatural do novo nascimento. Significa seguir o exemplo de Jesus, obedecer aos ensinos do Sermão do Monte e viver uma vida de amor e de justiça no mundo.

 

A contextualização do Evangelho ainda é usada como capa para o sincretismo religioso. Por isso, devemos ter a rígida compreensão se saímos de uma contextualização legítima ou um sincretismo religioso. Natee Tanchanpongs afirma que os evangélicos, geralmente, tentam defender a contextualização, argumentando que isso nada mais é que adaptar aspectos menos essenciais do Cristianismo. De acordo com eles, o sincretismo acontece quando “os elementos decisivos e básicos” do Evangelho são perdidos. Sob essa perspectiva, a contextualização envolve conservação dos elementos essenciais e flexibilidade dos não essenciais.

O autor argumenta, contudo, que é errado examinar a Bíblia e imaginar que alguns ensinos essenciais e básicos são mais importantes do que outros, considerados periféricos. O sincretismo tem mais probabilidade de acontecer quando, em nome da cultura, proibimos que a Bíblia fale como um todo. Cada cultura achará algumas partes mais atraentes; e outras, mais ofensivas. Será, então, natural que as pessoas, conforme a sua cultura, considerem as partes mais inofensivas mais “importantes” e “essenciais” dos que as ofensivas.

Sincretismo, portanto, é rejeitar a total autoridade da Bíblia, separar e escolher seus vários ensinos com o objetivo de criar um Cristianismo que não desafie, nem ofenda. A contextualização fiel deve adaptar a comunicação e a prática de todo o ensinamento bíblico a uma cultura.

 

Alguns perigos de não contextualizar

Um elemento importante em nossas pregações é que elas e toda a forma de comunicação do Evangelho já estão profundamente adaptados a certa cultura. Assim, a falta de consciência cultural produz vida e ministério cristãos distorcidos. Por exemplo, crentes que vivem em culturas individualistas estão cegos à importância de viver em comunhão profunda. É por isso que muitos que pulam de igreja em igreja frequentam uma variedade delas, sem se filiarem a nenhuma.

Cristãos de culturas individualistas entendem que ser membro de igreja é algo opcional. Tomam um aspecto não bíblico da cultura e o integram à sua vida cristã. Por outro lado, cristãos de culturas mais autoritárias não entendem o que a Bíblia diz sobre liberdade de consciência e sobre aspectos do Cristianismo relacionados à graça. Ao contrário, seus líderes ressaltam a obrigação e lideram com mão de ferro, em vez de desejarem obedecer às palavras de Jesus, quando Ele disse “quem quiser ser o primeiro, tem de ser o último, e servo de todos” (Marcos 9:35).

A incapacidade de enxergar a própria aculturação torna nosso ministério superadaptado à própria cultura (como vimos no parágrafo anterior) quanto subadaptado a novas culturas, o que leva a uma distorção da mensagem bíblica. Essa afirmação é observada nos métodos litúrgicos ou tipos de programações eclesiásticas. Líderes e pastores copiam, integralmente, métodos de determinado ministério e reproduzem tudo em outro lugar, sem mudar nada. Sem perceber, tornam-se guiados por métodos e programações e, não, pela teologia. Estão contextualizando sua expressão de ministério para eles mesmos, e, não, para o público-alvo que desejam alcançar.

Devemos temer que nossas igrejas copiem programas das midiáticas ou de outros ministérios sérios e bem-sucedidos, sem entenderem o contexto da nossa e, especificamente, do contexto em que nossas igrejas locais estão inseridas. Em outras palavras, devemos nos preocupar com a difícil tarefa da contextualização, refletindo sobre a própria situação e a respeito das perspectivas culturais para melhorarmos a comunicação do Evangelho no contexto. Não devemos apenas contextualizar, mas também pensar como o fazemos. Devemos tornar nossos processos de contextualização visíveis e, depois, intencionais a nós e aos outros.

 

Exemplo de contextualização na Bíblia

Craig Blomberg afirma que, na parábola do grão de mostarda, em Mateus, o lavrador planta sua semente em um “campo” (agros, Mateus 13:31); mas, em Lucas, a semeadura é feita em “horta” (Kepos, Lucas 13:19). Os judeus nunca plantavam mostarda em hortas, mas sempre nos campos, ao passo que os gregos da Bacia do Mediterrâneo faziam exatamente o contrário. Parece que cada autor muda a palavra usada por Jesus.

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Em Marcos, o termo é traduzido por “terra” ou “chão”, em benefício dos ouvintes. Existe uma contradição técnica dos vocábulos de Mateus e de Lucas, afirma Blomberg, “mas não algo que mude a substância do que se quer transmitir. Lucas muda o termo exatamente para que os leitores não percam de vista uma prática improvável. Consequentemente, os leitores de Lucas, recebem seu ensino com a mesma força do auditório original.

 

Outro exemplo de contextualização pode ser visto nos discursos paulinos. Com cada auditório Paulo usa base diferente de autoridade. Diante dos cristãos, citava as Escrituras e João Batista; diante dos pagãos, ele argumentava da perspectiva da revelação e da grandeza da criação. O conteúdo bíblico de sua apresentação também varia, dependendo dos ouvintes. Paulo muda a ordem da apresentação das verdades, como também a ênfase que dá a vários aspectos da teologia. Com os judeus e tementes a Deus, o apóstolo gasta pouco tempo na doutrina sobre Deus e vai direto a Cristo. Mas, com os pagãos, concentra a maior parte do tempo desenvolvendo o conceito de Deus. Com os gregos e romanos, Paulo fala primeiramente sobre a ressurreição de Cristo – e, não, sobre a cruz.

Concluindo, à análise da contextualização, deve-se ter em mente que a Bíblia é a autoridade suprema em nossa vida. Assim, a integração cultural tem por objetivo compreender melhor o texto (e, não, alinhá-lo à cultura) a fim de ser aplicada e transmitida a uma cultura.

 

O QUE SÃO CIDADES?

Muitos cristãos, hoje, são indiferentes e até hostis para com as cidades. Alguns as consideram uma força negativa que mina a crença e os padrões morais, enquanto outros as veem como irrelevantes à missão e ao viver cristão. Alguns jovens estão adotando uma visão romantizada da cidade. No entanto, a visão bíblica é bem diferente. Elas não são hostis, nem românticas. A cidade tem natureza dupla, porque é humanidade intensificada – uma lupa que destaca o melhor e o pior do ser humano.

Assim, a Bíblia relata as cidades como lugares de perversão e violência, mas também de refúgio e paz. Os capítulos 4 e 11 de Gênesis descrevem os seus edificadores como descendentes de Caim. Gênesis também retrata o pecado citadino de Sodoma e Gomorra. Contudo, no Salmos 107 fala-se de um grupo de pessoas que andou “sem encontrar cidade onde [os homens] pudessem habitar e, sedentos, desfaleciam”. Em sua angústia, clamaram ao Senhor e conduziram-nos por um caminho certo, para irem até uma cidade que habitassem.

O salmista retrata a vida das pessoas sem cidade com algo ruim. Desse modo, o retrato é rico em nuanças. A estrutura da cidade revela o potencial positivo que pode ser usado para glória de Deus, mas também como pode ser um instrumento que intensifica a rebeldia humana contra o Senhor.

            O teólogo Meredith Kline observa o seguinte: “A cidade não deve ser vista como uma invenção maligna do homem caído. Desde o início, o objetivo principal, estabelecido para a humanidade, foi que a cultura humana tomasse a forma de cidade. A incumbência cultural dada na Criação foi para que fossem construídas. Porém, depois da Queda, a cidade continua a ser um benefício, servindo à humanidade como refúgio contra a situação lamentosa do deserto em que a raça humana caída, exilada do Paraíso, foi acabar.

            Ao analisar o Novo Testamento, o povo de Deus tornou-se missionário nas cidades. O Cristianismo foi forjado na vida urbana. Ao mesmo tempo, quando o futuro de Deus chegar na forma de uma cidade (a Nova Jerusalém), Seu povo conseguirá sentir-se completamente em casa. A natureza caída da cidade será totalmente derrotada e resolvida. No final, as habilidades da vida urbana serão livres para servirem a Deus. Todo o povo do Senhor irá servi-lo na Cidade Santa.

 

O DESAFIO DO MINISTÉRIO NAS CIDADES

O crescimento e a influência importante das cidades, nos dias atuais, provocam à missão cristã um enorme desafio. O primeiro problema diz respeito simplesmente a questões de escala e de economia. É vital que haja cristãos e igrejas onde houver pessoas, mas os habitantes do mundo estão se mudando para as grandes cidades, e essa migração acontece em maior escala que a implantação de igrejas. A comunicação e o ministério cristãos têm sempre de ser traduzidos em cada novo contexto e língua. No entanto, a Igreja cristã não está reagindo rápido o bastante para acompanhar o intenso crescimento da população urbana.

            O desafio não é apenas numérico; é também conceitual e metodológico. Nossos próprios moldes de Evangelho têm que se tornar cada vez mais urbanos. Missionários estadunidenses que serviriam ao Senhor na China disseram a respeito da dificuldade em evangelizar nos grandes centros urbanos. Afirmaram que o treinamento foi focado na língua e cultura chinesas. Contudo, depois de um tempo, eles perceberam que não sabiam nada sobre a vida urbana. Todos os membros da equipe eram oriundos de pequenas cidades do Meio-oeste dos Estados Unidos. O líder explicou: “Aprender a língua foi a única boa ajuda que tivemos. Não recebemos treinamento sobre como viver nas cidades grandes ou como alcançar a população urbana; assim, temos sido ineficientes.”

Outro desafio é o processo de globalização e mundialização das megalópoles. O processo de migração de cristãos de regiões do mundo, como países do hemisfério Sul, onde a crença do Cristianismo ortodoxo e sobrenatural está em crescimento. O resultado, então, é que milhares de novas igrejas estão sendo plantadas por imigrantes em Londres, Paris e Nova Iorque, até então, cidades seculares. De início, essas igrejas permanecem isoladas da sociedade mais ampla, evangelizando e crescendo dentro da própria etnia. Entretanto, à medida que os filhos desses cristãos vão se formando em universidades nacionais e mudam para o centro da cidade, começam a exercer mais poder e influência nas áreas das finanças, de comunicação e cultura. Assim, consequentemente, espalham-se pela sociedade e pela cidade.

Uma igreja que floresce na cidade desenvolverá uma comunidade cujos membros espalhar-se-ão naturalmente pelas regiões do entorno e por outras grandes cidades, ou retornarão aos países de origem, ou influenciarão os familiares. Ou seja, um dos melhores métodos para alcançar uma região e um país é alcançar a própria cidade.

 

A complexidade da cidade e as missões urbanas

Há uma complexidade contextual que envolve as grandes cidades e a questão da evangelização, Damy Ferreira escreve sobre isso:

Grandes cidades sempre atraem levas de imigração. É constante o fluxo migratório de pessoas vindas de todas as partes, sem garantia de meio de vida, e que passam a ser problema no contexto social. É o que acontece no Brasil, nas cidades grandes. Em alguns casos, temos até um bom contingente de estrangeiros chegando para as nossas grandes cidades. São pessoas que passarão a fazer parte da nossa lista de preocupações evangelísticas e que merecerão, sem dúvida, um tratamento muito especial e dispendioso. Com um crescimento assim, rápido, e que será, por isso mesmo, desordenado, o tecido social torna-se muito complexo. Surgem as favelas e os bairros extremamente pobres; aumenta a mendicância; proliferam a criminalidade, a prostituição, o consumo de drogas. Ainda mais, complica-se o sistema de transportes uma vez que a cidade tende a se espraiar para a periferia, mas o povo procura os centros em busca de trabalho e de ganho de vida. Por outro lado, a parcela da população que foge aos compromissos cívicos, aliada à corrupção, leva o poder público a não dispor de recursos no sentido de estruturar a cidade para o seu crescimento adequado. E, então, falta água, falta luz, falta saneamento básico. Toda essa situação exerce uma enorme pressão sobre o povo da cidade grande. Os mais ricos enclausuram-se em seus palacetes e suas fortalezas, com medo dos assaltos e sequestros, e são de difícil abordagem evangelística. Os de classe média correm dia e noite para se manterem em certo status e não dão tempo à religião. Os mais pobres recorrem à religião com interesses materiais básicos, muitas vezes. Não raro, procuram a cura para suas doenças, ou pão para seu estômago.

 

O evangelismo urbano exige minuciosos estudos sobre a complexidade sociocultural de cada cidade, e é com o resultado dessas análises que se pode adaptar métodos e estratégias eficientes. Por causa da grande diversidade de características que cada cidade possui é precário achar que uma estratégia desenvolvida e bem-sucedida em uma alcance êxito em outra.

O que se percebe é que o maior desafio do evangelismo urbano é dispor de pessoas especializadas, com grande amor e interesse na evangelização. Precisa-se de pessoas que conheçam os princípios gerais da evangelização e a Palavra de Deus, acima de tudo. Devem ter capacidade para criar métodos, adaptar a mensagem e formular técnicas adequadas. Na evangelização urbana, especialmente em se tratando de metrópoles, pode-se utilizar tanto o evangelismo pessoal como o de massa; todavia, precisa-se da aplicação de estratégias e técnicas apropriadas.

            De uma forma concisa, apresentamos as sugestões que Damy Ferreira oferece, em sua obra, quanto ao evangelismo urbano:

  1. Evangelismo de casa em casa – Dependendo do bairro, principalmente os mais simples (e/ou carentes), ainda é possível bom resultado com o evangelismo de porta em porta. Isso dependerá de treinamento dos participantes.
  2. Pregação ao ar livre – Esse tipo tradicional ainda é bem aceito, desde que bem-feito.
  3. Série de conferências – Igualmente a um método tradicional, dá certo se a igreja for devidamente preparada.
  4. Conferências simultâneas – Igrejas da mesma denominação, quando são muitas numa mesma cidade, poderão juntar-se para conferências simultâneas;
  5. Campanhas ou cruzadas evangelísticas de grande porte – Em metrópoles, onde as igrejas da mesma fé e ordem multiplicam-se e crescem em número, grandes campanhas ou cruzadas são de valor inestimável. Nada melhor do que um impacto para despertar o mundo que dorme no pecado. No entanto, tais campanhas exigem muito esforço e bastante organização;
  6. Evangelização de grupos específicos – Classificamos pessoas envolvidas com homossexualidade, tribos urbanas etc. Também entram aqui quem está na prostituição, envolvida em vícios (drogas, álcool), grupos que sofrem grande discriminação. Tais pessoas precisam de um tratamento evangelístico especial, com estratégias bem elaboradas. Da mesma forma, é vital o grande preparo do evangelista.
  7. O uso dos meios de comunicação – O evangelismo deve valer-se de todos os recursos de comunicação para atingir a unanimidade de pessoas, em todos os lugares. Nesse caso, não podem ser ignorados rádio, televisão, telefone, internet, outdoor, revistas e jornais. No entanto, é preciso agir com sabedoria, planejamento e poder de Deus.
  8. Evangelização de pessoas portadoras de necessidades especiais (exemplo, cegos, surdos-mudos ou quem possua uma deficiência física) – É também um grupo muito especial, que se avoluma nas metrópoles, e precisa ser percebido e alcançado em amor Para isso, devemos dispor de um tratamento especial, sensível às necessidades dessas pessoas.
  9. Projetos especiais – O evangelismo precisa ser feito com muita criatividade e dependência do Espírito Santo (como qualquer um). A situação de certos projetos que possam atingir as pessoas em seus contextos próprios é de grande valor. E falamos de assistência social, impactos do centro das cidades, em meio ao trânsito, estudos bíblicos nos lares, nas células (algo já difundido em muitas igrejas).
  10. Estudantes – Eis uma classe muito especial, principalmente os universitários. Nem sempre os métodos comuns de evangelismo os atingem. É necessária uma estratégia atualizada e bastante preparo dos evangelizadores.
  11. Presidiários – A população carcerária é numerosíssima no Brasil, geralmente localizada na periferia das metrópoles, em presídios. Para evangelizá-los, é exigido preparo, conhecimento da legislação e de normas do presídio (devem ser respeitadas). A palavra de salvação precisa chegar até eles e, muitas vezes, aos familiares que ficam sem apoio ou amparo.

 

CONCLUSÃO

            A evangelização urbana tem complexidades que a Igreja de Cristo deve levar em conta. O que se quer dizer é que, por numa variedade enorme de públicos, é necessário sensibilidade e preparo para atingi-los com o Evangelho, de forma significativa. Não se pode ficar preso a uma estratégia.

            Sendo assim, todos os métodos e estratégias são aplicáveis, desde que se estude caso a caso. Na verdade, temos de procurar usar a diversidade metodológica na diversidade cultural. A razão de não obtermos frutos é exatamente porque, às vezes, estagnamos, insistindo num ponto apenas, num mesmo jeito, num único método.

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