Texto de Estudo

E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe.

Mateus 18:5 

INTRODUÇÃO

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Todas as pessoas, das mais novas até as de idade avançada, precisam conhecer Jesus. Por isso, há um engano quando se pensa que as crianças não necessitam ser evangelizadas. Os próprios discípulos de Jesus pensavam que elas pudessem incomodá-lO e tentaram afastá-las de d’Ele.

Evangelizar uma criança é gratificante e produtivo; e não existem tantos impedimentos para que o Evangelho entre em seu coração. À medida que vai crescendo, o ser humano oferece maior barreira para aceitar os ensinos de Cristo. A boa semente, a semente da vitória, está na infância. Alexandra Guerra diz:

...temos abortado as semente na infância, perdendo as flores e os frutos. O mundo está com poucas flores, poucas cores, perfume e beleza, pois as sementes foram abortadas. O mundo está com fome de Deus; os frutos são poucos, insuficientes, pois as sementes não foram plantadas na fase ideal. Algumas foram semeadas tardiamente, nasceram fora de época; raquíticas, esforçam-se muito para florescer. Seus frutos são escassos e pouco atraentes, faltaram-lhes as condições ideais para crescer. Já as sementes que foram semeadas em boa terra romperam e nasceram. Fizeram-se belas e fortes, geraram flores e frutos. Tornaram-se plantas viçosas. Deram boa colheita, de trinta, sessenta e cem por um. Perfumaram, embelezaram, alimentaram e geraram outras sementes. “Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça.” (Mateus 13:9) Invista boas sementes na infância e garanta o sucesso da semeadura”!

 

            Sendo assim, é inconcebível que a Igreja omita-se do dever de pregar o Evangelho às crianças. Por isso, teremos toda esta unidade dedicada ao tema.

 

POR QUE DEVEMOS EVANGELIZAR AS CRIANÇAS?

Ministrar às crianças é um chamado grandioso que Deus incumbe a cada um de nós. Sabemos que é imprescindível educá-las considerando os princípios bíblicos; porém, não podemos pensar somente em educação cristã, pois o ministério infantil vai muito além disso. Devemos cultivar em nosso coração o desejo de que essas crianças compreendam o sacrifício de Jesus na cruz e que o aceitem como Salvador. Elas precisam conhecer a Deus como seu criador (Pai, Filho e Espírito Santo), assim como saber que Jesus é o Salvador do mundo. Devem ser preparadas para vencerem males, dificuldades e tentações do maligno que, certamente, enfrentarão.

A criança possui algumas características que facilitam a evangelização; devido à curiosidade, tem mais interesse em ouvir. Estudiosos afirmam que nosso caráter é moldado até os seis ou sete anos; e 50% de nossa formação ocorre durante a infância. Sendo assim, é a fase ideal para receber a Cristo como Salvador. A humildade infantil também permite que aceite a autoridade de Deus; por sua pureza, não impõe barreiras, como maus hábitos e vícios. As crianças são abertas para receberem o Evangelho.

Assim, podemos dizer que a primeira infância é uma fase de grandes aquisições e conquistas. É nessa época que aprendemos a falar, a andar, a nos relacionar, a agir e a reagir diante das situações da vida. Por isso, os princípios da Palavra de Deus devem ser semeados e cultivados em tal fase, como valores que vão conduzir a pessoa por toda a vida.

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura” (Marcos 16:15). “Toda a criatura” inclui as crianças; isso significa que é necessário que evangelizemos todas elas, de forma completa e bíblica. E deixamos que Deus complete a obra. Muitos pensam que as crianças não possuem capacidade de entender sobre o plano de salvação e acabam deixando-as de lado quando o assunto refere-se à evangelização, principalmente quando estão dentro da igreja, acompanhando os pais, desde o nascimento. Primeiramente, precisamos ter em mente que “filho de crente não é crentinho”. É fundamental que todas sejam apresentadas a Jesus, o Salvador, pois se trata do novo nascimento, sem o qual não existem os “cordeiros”. Sim; as crianças cristãs necessitam ser evangelizadas tanto quanto as que nunca ouviram falar sobre Jesus.

Um famoso missionário e explorador escocês disse que nosso trabalho é ensinar às crianças sobre o pecado e o Salvador, sem sequer dar uma pista a respeito da idade em que é capaz de aceitar a Cristo. O Espírito Santo, ao seu devido tempo, convencerá cada uma do pecado. Quando Ele convence do pecado, sem Se importar a idade, quem somos nós para interferir no Seu trabalho? É neste preciso momento que mostramos nosso interesse. De fato, as crianças, independentemente da idade, precisam saber que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna(Romanos 6:23). No momento certo, elas receberão Jesus como Salvador.

Se não as influenciarmos, Satanás o fará, utilizando todas as artimanhas. E, por falar no inimigo, ele tem trabalhado sem cessar, atacando as crianças, tentando prendê-las a ele, arrancando a boa semente da infância e plantando ervas daninhas. É urgente semear princípios bíblicos, portanto, desde cedo, para que, chegando à idade de fazer escolhas, saiba rejeitar o erro e optar pelo que é certo. A criança não pode esperar. Se deixarmos o tempo passar, outros influenciarão seu caráter e seu coração, e poderá ser muito tarde.

 

O QUE A BÍBLIA ENSINA SOBRE O EVANGELISMO INFANTIL?

            Os ensinamentos de Cristo, em Mateus 18:1-14: A idade em que as crianças devem ser evangelizadas é muito debatida. Cristo dá início a esse tópico falando de uma criança pequena, quando a coloca no meio dos discípulos. Esse mesmo texto, em Marcos 9:36 confirma que a criança era realmente muito pequena, pois Jesus toma-a em Seus braços. Aos adultos, Jesus enfatiza que é necessário que se tornem crianças pequenas para entrarem no reino de Deus, ou seja, que retornem às atitudes da infância (humildade); e, não, às ações. O Senhor Jesus deu muito valor a uma criança pequena, e Suas palavras foram muito claras em relação a Seu posicionamento: Ele as quer junto de Si.

            A nossa sociedade já descobriu o valor da criança. Podemos notar isso na variedade de serviços destinados a elas – pediatria, lojas de brinquedos e de roupas, escolas, hoteizinhos etc. Tudo isso para atender, cada vez mais, às suas necessidades. Mas essa é também a realidade das igrejas e dos lares cristãos? Que tipo de investimento pais e educadores têm feito para seguirem o exemplo do Mestre, trazendo as crianças para junto de Si? Jesus valorizou-as, porque sabia que a semeadura na infância é garantia de vitória.

            Quando lemos o texto em que Jesus abençoa as crianças (Mc. 10:13-16), vemos que Ele foi bem enfático ao dizer aos discípulos que não as impedissem de chegar perto d’Ele, pois delas é o Reino de Deus (v.14b).

             Em Deuteronômio 6:5-7, diz: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. E essas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e intimá-las-á a teus filhos e dela falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.” Isso quer dizer que a Palavra é para ser vivida; deve ser ensinada no dia a dia, a todo o tempo, em todo o lugar. Nesses versículos, fica evidente que, desde a infância, todos deviam ouvir a Palavra de Deus; esse ensinamento deveria começar dentro do lar.

Em Salmos 51:5 diz:“Eis que, em iniquidade, fui formado e, em pecado, concebeu-me minha mãe.” Esse texto mostra que já nascemos com a natureza pecaminosa e que ignoramos a natureza adâmica (ver também Romanos 3:23-24; João 3:6-7); por isso, precisamos apresentar às crianças esse Jesus que veio, sacrificou-se com a morte e ressuscitou para salvar as suas vidas. Elas não podem esperar, pois estão em crescimento e desenvolvendo o seu caráter. Invista nos pequeninos; eles estão na melhor fase e precisam receber as boas-novas, antes que seja tarde demais.

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COMO EVANGELIZAR AS CRIANÇAS

A graça e o poder de Deus são maiores que todos os métodos humanos. Porém, nossos instrumentos principais de evangelização devem ser a Bíblia e a oração. Na Bíblia, encontraremos tudo de que precisamos para que as crianças conheçam a Deus; e, com a oração, pediremos que Deus nos direcione e que nos coloque as palavras certas. Devemos ensinar às crianças a amarem a Palavra de Deus, pois com ela aprendemos quem é Jesus, o que Ele fez por nós e que, um dia, voltará para nos remir dos pecados e nos levar à glória celestial.

Nesse contexto, podemos nos perguntar: “Mas quem deve evangelizar as crianças?”. A responsabilidade é de todos nós; porém, a Igreja tem uma responsabilidade especial. Nos lares cristãos, a tarefa de educar, segundo os princípios bíblicos, é dos pais, da família, pois o primeiro conceito que a criança terá sobre Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo, assim como toda a Sua obra, dependerão do que os pais lhe ensinarão. É triste quando vemos as famílias transferindo essa responsabilidade para o professor da Escola Bíblica, ou de forma geral à Igreja, achando que esse papel é tão somente deles. Entretanto, o evangelismo deve ser feito por todos e praticado pela Igreja.

É preciso investir no ministério infantil, envolvendo a igreja, e isso inclui a Classe Bíblica Infantil, nos programas evangelísticos. Acima de tudo, devemos planejar, pois o campo é imenso. Com um bom planejamento, alcançaremos o objetivo. Evangelismo pessoal ao ar livre, programas sociais e educacionais, visitas a hospitais, orfanatos e abrigos para menores, ou ainda com tardes recreativas na igreja. É importante também convidar as crianças do bairro, ter escola bíblica durante as férias etc.

Podemos levar as crianças a Cristo em qualquer lugar e em qualquer momento, mas existem certos passos que devemos seguir para que elas entendam do que estão participando. Assim, realmente serão salvas. Existem muitos métodos para que a evangelização infantil seja eficaz; um deles foi criado por Charles Spurgeon, grande pregador britânico, denominado “O Livro sem Palavras”, que ensina todo o plano de salvação por meio de cores. Além desse, existem outros métodos e atividades que podem ser feitos; basta usar a criatividade. Na internet, também podemos encontrar mais recursos.

Para apresentar o plano de salvação, devemos seguir alguns passos: 1) Falar sobre o amor de Deus (João 3:16); 2) Mostrar sua necessidade de salvação por causa do pecado (Romanos 3:23); 3) Apontar o caminho da salvação: Jesus Cristo, Filho de Deus, morto em nosso lugar e ressurreto (Romanos 10:9-10); 4) Convidar a receber o presente da salvação (João 1:12); 5) Mostrar que, por ter recebido Jesus como Salvador, já conquistou a salvação (João 3:36; Atos dos Apóstolos 16:31).

Após apresentar o plano da salvação, é necessário que se faça o convite, ou seja, é a oportunidade que damos às crianças que ouviram o Evangelho de receberem Jesus como Salvador pessoal. O próximo passo é o apelo, que deve ser curto, claro e pessoal. Ore e peça que a criança repita a oração, confessando que Jesus é o seu único Salvador. Após todo esse processo, é importante verificar se a criança realmente entendeu a sua decisão. Ensine-a sobre a confissão de pecados. E, para que possa crescer espiritualmente, é importante que faça oração, leia a Bíblia e vá à igreja. Dessa forma, estará apascentando o coração de um cordeirinho.

 

QUAL A VISÃO QUE A IGREJA DEVE TER EM RELAÇÃO A ESSE MINISTÉRIO?

             Crianças não vivem sozinhas; e, a partir delas, famílias inteiras serão alcançadas para Jesus. Por isso, a Igreja deve estar de mãos dadas e com os joelhos dobrados pelas crianças que estão sendo evangelizadas e, principalmente, por sua família, pois pode haver muitos impedimentos durante esse processo.

 

A visão de Deus para o ministério consiste em olhar, sob a ótica divina, o serviço que o Senhor nos designou. Foi o que aconteceu com o servo de Eliseu, a partir do momento em que conseguiu enxergar pela ótica do Senhor. Tudo mudou de figura. Será que temos olhado nosso ministério segundo a visão de Deus, com os olhos de nossa denominação? De nosso pastor? Ou com os próprios olhos?

 

            A Igreja precisa se conscientizar de quão importante é tê-las em seu meio; por isso, precisa mudar a visão quanto aos trabalhos a serem realizados, às estratégias e às prioridades, pois tudo isso resultará no desenvolvimento da própria Igreja. Outra questão muito importante, e que não pode ser ignorada, é o investimento que a Igreja deve fazer nos líderes do ministério infantil, pois somente com professores preparados a comunidade eclesiástica alcançará efetivamente as crianças, pois estas precisarão de orientação, alimento espiritual e apoio. E tal papel cabe, em primeiro lugar, ao líder do ministério infantil.

Como igreja e servos de Deus, precisamos rever conceitos e valores visando estabelecer um ministério infantil que prevaleça verdadeiramente, que cresça, que abençoe, que evangelize, que discipule, que pastoreie as crianças desta geração. Não há mais tempo para ficar com as crianças, nem para ensinar-lhes a distância, sem envolvimento.

 

            CONCLUSÃO

Procuremos manter viva a visão de Deus em nossos corações. Se não buscarmos e discipularmos as crianças hoje, para que tenham a visão do Reino, não as teremos amanhã na Igreja. Precisamos nos preparar e buscar a direção de Deus em todos os momentos, para que Ele nos mostre a Sua vontade e, acima de tudo, devemos estar cientes de quem somos e para onde vamos; assim, poderemos direcionar com êxito o caminho certo para as crianças. Tracemos metas, objetivos e sonhos para o ministério infantil, mas tenhamos o cuidado de que esses sonhos sejam os de Deus para nós; e, não, o sonho dos seres humanos. Que nossa oração seja a mesma do Rei Davi: “Ensina-me a fazer a fazer a tua vontade, pois é o meu Deus; guia-me o teu bom Espírito por terra plana.”. (Salmos 143:10)

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