Segunda-feira, 02 de janeiro de 2023
Dra. Carlene Wynter
Demonstração de Empatia e Compaixão
Texto: Isaías 35 3-6
À medida que vivemos, muitas vezes nos deparamos com circunstâncias desafiadoras, sejam doenças, problemas financeiros, relacionamentos ruins ou rompidos, desemprego, estagnação na carreira, morte etc. Apesar desses desafios, Deus ainda espera que mostremos: preocupação, pena, compaixão e misericórdia para apoiar outros que estão em nosso espaço.

Na passagem de hoje, observamos tal expectativa ou chamado, ou seja, uma chamada para mostrar empatia e compaixão. Mas o que é empatia? Existem muitos estudos sobre a empatia, mas, infelizmente, não há definições absolutas e, portanto, ela pode ser descrita de diferentes maneiras. Alguns estudiosos argumentaram que é uma habilidade, talento, capacidade ou aptidão essencial que cada pessoa possui. Sendo isso uma verdade, toda habilidade ou talento que cada pessoa tem pode ser desenvolvido, nutrido, fomentado ou encorajado. Mas, em poucas palavras, partindo de uma definição simples: “Empatia é a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos dos outros”. A empatia envolve ter uma perspectiva ou ponto de vista sobre os pensamentos e sentimentos de outra pessoa, é como se você estivesse experimentando e compreendendo suas circunstâncias através dos olhos dela. Em outras palavras, você está andando no lugar deles, mas ao mesmo tempo mantém quem você é”2. Quando a empatia é demonstrada para com os outros, ela desperta cuidado, preocupação e compaixão pelas pessoas, isso muda suas circunstâncias e contribui para sua reintegração na sociedade. Filipenses 2:5-7 nos lembra que a vida de Jesus foi um exemplo perfeito do que a empatia implica. Ele foi “feito à semelhança do homem... sendo modelado como um homem... sendo na forma de Deus.”3 Cuidando de nós, Jesus colocou-se em nosso lugar, para nos reintegrar na família de Deus,  dando-nos descanso, literalmente mudando a forma como vivemos.
A Bíblia contém outros exemplos de pessoas que mostraram empatia. Estes incluem Elias, que chorou e orou ao Senhor por uma viúva angustiada cujo filho morreu, e depois teve o filho ressuscitado (1 Reis 17:17-23). Eliseu, que ouviu a viúva temendo que seus filhos fossem levados como escravos, por isso ele entendeu sua situação, orou e o azeite foi multiplicado para livrá-la da dívida (2Reis 4:1-7). Pedro, que não apenas passou pelo coxo, mas parou, falou com ele e o curou (Atos dos Apóstolos 3 2-6). Finalmente temos Paulo, que organizou a arrecadação de donativos para os irmãos de Jerusalém que passavam fome (1 Coríntios 16:1-4). 2 Decety, J. (2014) (Ed). Empathy: From Bench to Bedside. The MIT Press. 3 Mathew Henry Bible Commentary
O que notamos nas passagens anteriores é que a demonstração de empatia de Jesus, Elias, Eliseu, Pedro e Paulo levou a mudanças que alteraram: a nossa vida, das viúvas, do coxo e dos irmãos de Jerusalém. Para nós que aceitamos a Cristo, temos uma restauração completa de nosso relacionamento com o Pai Celestial. Já no caso do coxo, foi possível reintegrar-se na sociedade, provavelmente arranjar um emprego, pagar os seus impostos, fazer as suas compras, ter a sua própria família, frequentar a sinagoga como fiel etc.
A lição de hoje, Isaías 35 3-4 nos pede para mostrarmos empatia de três maneiras:
1) Fortalecer as mãos fracas
2) Firmar os joelhos fracos
3) Encorajar os medrosos
O chamado para fortalecer mãos e joelhos fracos é para dar apoio, fortalecer, apoiar ou sustentar aqueles ao nosso redor que são frágeis, fracos e esqueléticos. Mas por que devemos realizar essas ações? Queremos que eles fiquem relaxados e calmos, trazendo-os para uma saúde restauradora ou para que sejam saudáveis para que possam lidar com a vida. Lembre-se que a força está principalmente em nossos braços e membros inferiores, ou nos joelhos. Quando as mãos e os joelhos estão fracos, todo o corpo tende a ficar frágil e incapaz de agir. Outra perspectiva é que mãos fracas e joelhos fracos podem se referir ao estado emocional frágil das pessoas. A literatura médica sugere que, quando isso acontece, as pessoas também ficam fracas fisicamente. Quando o corpo fica fraco, o medo, a ansiedade, a preocupação ou a angústia geralmente se instalam (Eclesiastes 12:1-5). Por fim, somos chamados a tranquilizar, confortar, animar e inspirar aqueles que estão amedrontados ou temerosos, lembrando-os do livramento de Deus (Isaías 35 4b). Dessa forma, o chamado à ação empática é o chamado para apoiar os outros, para provocar mudanças em suas circunstâncias para que sejam restaurados. Os versículos 5-7 nos dão vislumbres da mudança de circunstâncias naqueles a
quem a empatia é demonstrada: visão para o cego (novas perspectivas e formas de pensar), audição para o surdo (aumento da consciência, tornando-se mais atento e alerta); andar para o coxo (energia renovada, vigor e vitalidade), cantar para o mudo (alegria, regozijo e espírito de festa)4. Tudo isso representa uma reviravolta nas circunstâncias para aqueles a quem a empatia é demonstrada. Curiosamente, até o ambiente ao nosso redor muda!!! (verso 7).
4 Wynter, C. and Oats, L. (2021). Knock, Knock: The Taxman’s at Your Door! Practice Sense, Empathy
Games, and Dilemmas in Tax Enforcement. Journal of Business Ethics, 169: 279-292.
Ao ressurgir das cinzas, ou seja, de suas respectivas circunstâncias desafiadoras, lembre-se de mostrar empatia e compaixão. Isso fará diferença no mundo. Lembre-se, se você tem pouco, você pode cultivá-lo!


Hoje vamos orar pelos Batistas do Sétimo Dia nos países de:
Canadá*, Chile, República Democrática do Congo, Cuba, República Tcheca, Equador e Egito.
*Conferências que são membros da Federação Mundial Batista do Sétimo Dia.

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