Uma campanha de Valorização do Sábado

Versículos para reflexão:

Gênesis 2:2-3Êxodo 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15; Neemias 9:14; Neemias 13:15-22; Isaías 58:13-14; Mateus 12:10-13;  Marcos 2:27-28; João 14:21 João 14:23-24; Atos dos Apóstolos 13:42-44; Atos dos Apóstolos 16:13; Atos dos Apóstolos 18; 1 João 2:3-5; Apocalipse 14:12

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“Cremos que o sábado sagrado da Bíblia, o sétimo dia da semana, é tempo sagrado, um dom de Deus para todas as pessoas, instituído na Criação, confirmado nos Dez Mandamentos, reafirmado no ensino e exemplo de Jesus e dos apóstolos. Acreditamos que o repouso do sábado sagrado é uma experiência da presença eterna de Deus com Seu povo. Assim, em resposta amorosa à graça de Deus, acreditamos que o sábado sagrado deve ser fielmente observado como um dia de descanso, adoração e celebração”.

Declaração de Fé Batista do Sétimo Dia

Os Batistas do Sétimo Dia possuem uma rica história e sempre foram conhecidos por um povo que busca honrar ao Senhor e glorificar o Seu nome, dando bom testemunho. É, porém, inegável que diversos cristãos de outras denominações também louvaram e louvam a Deus no seu modo de vida, dentro das características de sua fé ou grupo eclesiástico. Reconhecemos isso porque entendemos que a graça de Deus se estende a todos os que confessam que Jesus Cristo é o Senhor, graça esta que se sobrepõe a diferenças denominacionais. Não nos consideramos “a igreja que salva” ou a “igreja correta”.

Entretanto, da mesma maneira, enfatizamos que pontos essenciais de nossa fé Batista do Sétimo Dia não podem ser relativizados ou minimizados, por compreendermos serem bíblicos e inerentes a um estilo de vida compatível com o cristão. Dentre esses pontos encontra-se a guarda do Sábado Bíblico.

Em conversas, seja de maneira informal, em  simples comentários na igreja ou fora dela e por postagens nas redes sociais, nota-se que muitos irmãos que se declaram sabatistas, nitidamente, não dão testemunho algum sobre a guarda do Sábado ou pior, dão, por meio de atos e palavras, testemunho contrário ao quarto mandamento. Faz-se um apelo aqui para a compreensão de que este texto não é um serviço de fiscalização sobre a fé dos irmãos, agindo como uma polícia secreta existente em regimes ditatoriais, mas uma tentativa de fazer a própria denominação “Igreja Batista do Sétimo Dia” a rever seus conceitos e atitudes, dos líderes aos membros, sobre o Dia do Senhor.        

Percebe-se que muitos irmãos da nossa denominação sentem certo receio de praticar a guarda do sétimo dia da semana por alguns motivos que listamos aqui, com algumas objeções:

  • risco do legalismo: realmente o legalismo é um problema que deve ser evitado. Existem, sim, sabatistas muito zelosos, mas que o fazem para ter uma “sensação de dever cumprido” ou apenas por demonstração externa de fé. Se o Sábado for maior do que Jesus ou o amor que Ele mandou demonstrar, a guarda deste dia não vale nada. Mas, nos omitir não parece uma atitude adequada.
  • Ser considerado membro de outra denominação sabatista: sabemos que há outros grupos sabatistas mais famosos e numericamente muito superiores aos BSDs e que, apesar de defenderem esta verdade sobre o sábado, o fazem devido a pontos teológicos divergentes da visão da graça bíblica, isso além de possuir em suas doutrinas questões polêmicas e mesmo extra ou anti-bíblicas. Sobre este ponto de vista, nós devemos guardar o Sábado porque é bíblico, por demonstração de amor ao Pai, e deixar de fazê-lo por que outros (que julgamos praticarem por motivos errados) o fazem é tolice. Existem denominações que são, sim, cuidadosas e organizadas com este dia e buscam sempre dar programação e atividades aos seus membros para que lembrem que este é o dia bíblico de santificação e isso está longe de estar errado. Se seguirmos esta linha de pensamento (de agir ou deixar de agir para parecer ou não membro de alguma seita), defender o dízimo pode passar a impressão de que pertenço a uma igreja da “teologia da prosperidade”; auxiliar aos necessitados e excluídos pode sugerir que busco salvação por obras; amar pecadores, como, por exemplo, homossexuais, ateus, outros desviados e não cristãos, pode dar a entender que pertenço à teologia neoliberal. Foram exemplificadas atitudes cristãs, que devemos procurar fazer, mas que darão margem a comentários de outrem. O fato é que sempre seremos questionados pelo que fazemos como cristãos e por isso devemos estar sempre prontos para explicar a razão da nossa fé (1 Pedro 3:15).
  • Usar como escudo afirmações como “A Liberdade de Consciência me permite” ou  “guardar as leis e praticar boas obras não salvam”: ora, em nenhum versículo da Bíblia existe a permissão para se fazer o que é contra a vontade de Deus e nem para se omitir quanto ao Decálogo. Não podemos usar esses argumentos como uma liberação para infringir qualquer mandamento que seja, incluindo o quarto. Ademais, sabemos que, na medida em que nos acostumamos a não fazer mais a vontade de Deus, nossa consciência “cicatriza” e pode já não ser mais uma boa conselheira. Também lembramos que em Tiago 2:26 há a afirmação de que a fé sem obras é morta, é vã.
  • Conformismo: infelizmente, também existem muitos membros BSDs que não guardam o sábado por preguiça, desdém ou por que isso afetaria seu trabalho, faculdade, negócios ou rotina, ou seja, não há a confiança de que Deus possa auxiliar aquele que busca andar em Seus caminhos, sendo que, assim, não violam apenas o quarto mandamento, mas também o primeiro “não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3 e Deuteronômio 5:7). A estes que receiam perguntamos: Será que o poderoso Senhor, Aquele que cura doenças, restaura vidas e faz maravilhas não ajudaria um filho Seu a cumprir a Sua vontade?

A violação da santificação do sétimo dia da semana é um desrespeito óbvio, primeiramente a Deus, pois o dia é Dele. Depois, à Sua Palavra, que nos testifica sobre o mandamento (aliás, sobre os mandamentos e toda Sua vontade, que fique claro!) e, por conseguinte, aos irmãos Batistas do Sétimo Dia que, historicamente, sofreram muito para que hoje tivéssemos essa liberdade de guardar o Dia do Senhor. Muitos irmãos, durante a história da igreja, foram perseguidos, presos e alguns até morreram por esta causa. Ainda hoje, diversos membros de nossa igreja dedicam seus sábados para auxiliar o próximo, ajudar na igreja e realizar atividades condizentes com este dia. Esses irmãos também acabam sendo desrespeitados pelos Batistas do Sétimo Dia, que desdenham do quarto mandamento na sua prática.

Enfim, deve-se perguntar: o que o Sábado representa para a IBSD e para mim? Por que faço (ou não) questão de guardá-lo e, durante a semana, me preparar para ele? Que medos eu tenho ao testemunhar ou guardar o Sábado? Por que não cantamos hinos sobre o Sábado? Por que eu não vejo testemunhos sobre o Sábado nas nossas igrejas?

        Diante do exposto, sabemos que o Sábado é geralmente bem entendido teoricamente por muitos irmãos, sejam desde membros sem cargos oficiais até os líderes, mas, e a prática? Há poucos anos, a IBSD no Brasil lançou na sua escola bíblica um estudo sobre a carta de Tiago, onde o título era “Na prática, a teoria é a mesma”. Tristemente não se vê isso em relação ao sétimo dia da semana, mesmo dentro de nossos templos. Mas, podemos mudar. Deus nos quer hoje melhores do que ontem, amanhã melhores do que hoje e assim sucessivamente em todos os pontos de nossa vida, inclusive o Sábado.

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Buscando a reflexão entre os irmãos, de forma individual e coletiva, vemos como válidas as seguintes perguntas (de um ponto de vista prático). Procure ser sincero com Deus e consigo mesmo:

  • Sou sabatista (a pergunta é se sou sabatista, vivo como tal, e não se apenas creio ou entendo que o sábado é dia do Senhor)?;
  • A igreja (comunidade local) que frequento é sabatista (ela realmente guarda o sábado de maneira coletiva, estimula os membros a fazerem o mesmo, se importa se não o fazem e se diferencia das igreja “dominicanas” ou apenas diz que entende que o quarto mandamento é válido e faz reuniões no sábado)?;
  • Guardar o sábado muda minha rotina durante a semana?
  • As pessoas que me cercam, como familiares, colegas, patrão, subordinados, amigos, prestadores de serviços, clientes e fornecedores sabem que sou sabatista?
  • Por que sou sabatista?

        Finalmente, para que não fiquemos apenas lamentando e fazendo comentários teóricos, propomos algumas atitudes que podem ser executadas entre os membros, lideranças, comunidades locais e igreja nacional. Longe de ser uma lista de “pode ou não pode” ou de regras fixas, que rigidamente devem ser seguidas, são apenas sugestões que intentamos serem práticas e que podem nos ajudar. Apresentamos:

  • Oração: temos que ser dependentes de Deus em tudo, inclusive quando pretendemos fazer Sua vontade.  
  • Ore para que você cumpra a vontade do Pai quanto à guarda do Sábado;
  • Ore para que a igreja, tanto membros quanto liderança, se deem conta do mandamento que nos identifica e busquem honrar a Deus também guardando-o;
  • Ore pelo seu irmão que trabalha aos sábados, para que este consiga um emprego que o permita santificar o sétimo dia da semana;
  • Ore pelo seu irmão que trabalha ou estuda no Sábado, mas parece que não se importa com isso. Peça a Deus que toque seu coração;
  • Consagre-se (Josué 24:15): Consagre-se a Deus, junto com a sua família desde o pôr-do-sol de sexta e durante o dia sábado. Faça um pôr-do-sol, ou pelo menos uma oração entre seus próximos para receber o sábado.
  • Torne este dia diferente: Detalhes podem ajudar. Use algum utensílio que lembre o dia. Quem sabe um conjunto de louças que fica guardado pode ser usado todo sábado, para lembrar a data. Ouça músicas cristãs. Convide familiares e ou amigos para assistir um filme cristão. Façam alguma comida diferente e fortaleça os vínculos familiares. Use a criatividade para santificar.
  • Entregue o dia a Deus (Salmos 37:5): Muitos confundem o “ir à igreja” com o santificar o dia. Ir à igreja é essencial neste dia, mas não deve ser uma atitude isolada. Aprenda a não se preocupar neste dia, de pôr-do-sol a pôr-do-sol, com as contas a pagar e a receber, a prova da faculdade, a grama alta demais ou o balaio de roupas sujas. Sua atenção neste dia deve ser outra. Contate Deus (Ele está esperando você!), brinque com seus filhos, converse com seu cônjuge, visite amigos, perceba a beleza da natureza, enfim, descanse no Senhor. Uma outra ideia é desligar (ou procurar usar o mínimo) o celular. Sinceramente, você precisa do Facebook ou Whatsapp neste dia?
  • Cuide com as atividades domésticas e rotineiras: procure deixar atividades domésticas para os outros dias da semana. Faxinas, limpeza do quintal, lições de casa, compras, negócios e passeios no shopping podem ser feitas num outro momento. Lembre-se que o mandamento diz para “santificar (separar)” e para “não se preocupar com a sua obra”.
  • Ajude o próximo: se fazer atividades domésticas suas não seria um bom testemunho, quem sabe cortar a grama de um vizinho inválido ou auxiliar a reconstrução de um telhado desmanchado por um vendaval pode ser uma ótima oportunidade de demonstração de boas obras num bom dia! Sugestões aqui também não faltam: visita em asilos, orfanatos, hospitais, a um conhecido solitário são atitudes que farão bem a você e à igreja.
  • Aprenda a dizer não: existirão momentos em que você enfrentará dilemas como “fazer ou não fazer”, “ir ou não ir”. Ore, pense, reflita, julgue e, se entender que não é adequado ou não edificante, diga não. E isso vale para o trabalho ou estudos também. Certamente haverá situações ou eventos que você gostaria de ir ou participar, mas não irá por ser sábado, porém não se preocupe. Você sobreviverá a isso. Pense no testemunho que você pode estar dando e que um dia haverá um lugar que você não sentirá falta de nada!
  • Leia literatura cristã: existem muitos livros com bom conteúdo cristão. Peça indicações ao seu pastor ou a irmãos que você sabe que praticam boa leitura. E por que não ler mais sobre o sábado? Nossa igreja publicou bons livros e folhetos sobre o assunto e muitos BSDs são totalmente ignorantes quanto a isso. O livro “Fiel ao Sábado, Fiel ao Nosso Deus”, por exemplo, é excepcional para nos ajudar e refletir sobre a prática sabática;
  • Procure datas alternativas para organizar seus eventos: rotineiramente, somos convidados a participar de celebrações entre amigos e familiares, como aniversários, casamentos, colações de grau, outras comemorações. E não há problemas em ir se o dia for sábado. Celebre e alegre-se com a alegria dos outros! Mas será que organizar um evento destes no dia do Senhor é uma boa declaração? Igrejas sabatistas promovendo eventos no sábado é no mínimo irônico e contraditório. Veja, por exemplo, um casamento marcado para sábado à noite (no calendário usual). Mesmo sendo após o pôr-do-sol, durante o dia houve inúmeras negociações e preocupações envolvendo aluguel de trajes, enfeites do local, cabelos e maquiagens, cuidados com comidas e bebidas. Ninguém lembrou que era sábado. Ninguém testemunhou. Será que se fizesse noutro dia, os convidados não se perguntariam “por quê?”, oportunizando um testemunho? Certamente aparecerão contratempos e empecilhos, mas vai do cristão sabatista julgar o que considera maior e prioritário.
  • Pregue: pedido especial aos pastores e demais líderes. Preguem mais sobre o sábado, façam com maior frequência estudos sobre o quarto mandamento. Dê fundamentos bíblico-teológicos para a sua congregação, para que os membros entendam e relembrem.
  • Divulgação: fale sobre o sábado com membros de outras igrejas. Muitos não conhecem nada sobre isso e outros ficam curiosos. Existem também muitos membros de denominações sabatistas que não conhecem a nossa igreja. Pode ser uma oportunidade interessante propagar nossa fé e nossa denominação (você está pronto para isso?);

Leitura indicada

Livro: Fiel ao Sábado Fiel ao Nosso Deus
Leia a sinopse

Irmã e irmão, nossa intenção com estes escritos não é criticar ou julgar ninguém, mas estimular a revisão e renovação nas atitudes que tomamos sobre o ponto distintivo da nossa fé: a santificação do sétimo dia da semana.  Relembramos que guardar o sábado não salva, mas ele está lá, junto com os outros nove mandamentos da Santa Lei e, como diz o Pastor André Garcia, “acreditamos que guardar a lei não é meio para salvação, mas resultado dela”¹, entendemos que em retribuição ao amor divino, queremos obedecê-lo e cumprir Sua vontade.

Se você já procura ter zelo com o Sábado, porém cuidando para não o transformar em algo maior do que ele realmente é, não descuide e não se desvie. Por outro lado, se você percebeu que está relaxando e desdenhando deste mandamento e quer mudar, comece a repensar seus atos. Ore, busque a Deus e comece, de imediato, a preparar sua semana para a chegada do Santo Dia de Deus! Não adie!

Que Deus nos cuide, nos abençoe e nos ajude a cumprir Seu propósito, testemunhando do amor divino a este mundo que tanto precisa Dele!

Amém!

 

¹ GARCIA, André. Sábado Sagrado. Declaração de Fé Batista do Sétimo Dia. Curitiba: CBSDB. 2018.

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