Banner da lição da escola bíblica vigentePara se se ter uma vida espiritual saudável, a busca diária através da oração e da leitura bíblica não é algo opcional. Se quisermos permanecer de pé espiritualmente, mesmo sendo bombardeados todos os dias pelo inferno e todos os tipos de tentações, é imprescindível buscar na fonte eterna, que é Cristo Jesus, forças para cada dia de batalha. Cada cidadão do Reino de Jesus deve tomar sua carne, suas vontades e lançar-se de vez, sem olhar as circunstâncias adversas.

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  Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.    

2 Coríntios 5:19 

INTRODUÇÃO

 

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            No trimestre passado estudamos sobre “o pecado” e nada melhor do que agora tratarmos sobre “salvação”, como temos feito. A Bíblia afirma que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 6:23), e a vida eterna é a nossa salvação, e essa salvação é obtida tão somente por meio de Jesus Cristo. Mas quando esse plano de salvação começou a ser posto em prática? De fato, foi no mesmo instante em que o pecado entrou no mundo. Temos maior facilidade de enxergar o plano de salvação de Deus ao lermos os textos do Novo Testamento, mas a verdade é que no início da história da humanidade, logo após a sua queda, esse plano já é posto em prática, até porque Deus, em Sua presciência já sabia que o homem iria pecar.

Então, logo no Gênesis, vislumbramos a graça de Deus delineando o plano de salvação para a humanidade (Gênesis 3:15) quando no Éden, após a queda, foi feita a promessa do Redentor que viria, da semente da mulher, e destruiria a maldição da serpente. Ali no Éden, também temos o primeiro sacrifício (Gênesis 3:21), um inocente animal morreu por causa do pecado de Adão. Isso te lembra alguma coisa? Não só no Gênesis, mas em toda leitura do Antigo testamento percebemos que cada livro Aponta para Jesus, aponta para Salvação. Por isso, a morte de Jesus é o fim, ou seja, desfecho e cumprimento de muitos atos e símbolos prescritos no Antigo Testamento. A lição de hoje dará continuidade, ao tema do sábado passado, tratando de mais três efeitos da morte de Jesus pertinentes ao Plano de salvação estabelecido pelo Pai. Vejamos então:

 

RECONCILIAÇÃO

 

            De forma bem genérica, podemos definir “reconciliação” como: restabelecimento das boas relações com quem se estava brigado. Biblicamente, em especial no Novo Testamento, o significado etimológico de “reconciliação” é “mudança”, mas o uso sempre inclui a união de duas ou mais partes pela remoção de bases ou causas de desarmonia. A reconciliação é necessária para pôr fim à inimizade existente. A doutrina da reconciliação está relacionada com a restauração da comunhão entre o homem pecador e Deus, o Santo Criador, através de Jesus Cristo, o Redentor[1].

            Se reconciliação é restabelecimento de uma boa relação, precisamos antes de mais nada, esclarecer quando a relação, no caso entre Deus e o homem, foi rompida e/ou comprometida. Para isso, voltemos às gênesis do universo, onde o Senhor, ao finalizar a obra de criação de todas as coisas, coroa essa obra com o mais importante de Seus feitos: o homem, criado Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26). Deus não apenas fez o homem, mas passou a relacionar-se com ele (Gênesis 3:8). O Senhor confiou o Jardim aos cuidados do homem (Gênesis 2:15) e cuidou para que este não sentisse falta de nada. Adão tinha um lugar para viver, uma esposa e fartura de alimento, além do mais e mais importante, tinha um relacionamento íntimo de comunhão com Deus. Era um relacionamento perfeito, mas que infelizmente foi comprometido por causa da desobediência do homem. A partir de então, o pecado corrompeu o relacionamento entre Deus e o homem. O pecado construiu uma barreira de separação entre o Criador e a criatura, conforme diz Sua Palavra: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Isaías 59:2).

             Diante de tudo isso, é necessário acentuar que a relação entre Deus e o homem foi corrompida exclusivamente por causa das ações do homem, que se corrompeu com o pecado manchando a imagem e semelhança de Deus impressas em si. Deus é santo (Levíticos 20:7; 1 Pedro 1:16) e por isso não pode conviver com o pecado. O Senhor não muda (Malaquias 3:6), portanto não faz concessões ao mal. Então, na relação entre Deus e o homem, somente nós fomos os culpados, ofendemos ao Senhor, quebramos a confiança depositada em nós, desobedecemos e nos voltamos para os prazeres da carne.

            Mas como pôr fim a essa inimizade? Geralmente, em um ato de reconciliação o ofensor se aproxima do ofendido a fim de que haja reconciliação. Todavia a nós, por causa dos nossos pecados, é impossível nos achegarmos a Deus para tal ação. Por isso Deus, segundo Sua graça e misericórdia, decidiu voluntariamente nos reconciliar consigo mesmo, não levando em conta “os pecados dos seres humanos[2]”. Tal ato é incompreensível a nós, pois o ofendido (Deus) provê o meio (Jesus) para que o ofensor (homem) possa se reconciliar com Ele. Impossível neste momento não lembrar das palavras de Paulo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9 Grifo nosso).

            Então, Deus proveu o meio e o único meio para que nós pudéssemos nos reconciliar com Ele, e isso se deu pela morte de Jesus, por meio de Seu sangue derramado na cruz (2 Coríntios 5:18-19; Efésios 2:16; Colossenses 1:20-22). Como disse Isaías: “o castigo que nos traz a paz estava sobre ele” (Isaías 53:5). O apóstolo Paulo, dentre muitas de suas afirmações sobre este tema, diz:

 

        “Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação”. (Romanos 5:9-11)

 

            Logo temos que, como observamos, um dos efeitos da morte de Jesus é a reconciliação, e esta reconciliação afetou-nos no sentido de que agora temos novamente paz com Deus, somos novamente seus amigos e fomos novamente reaproximados a Ele.  

               

 

PROPICIAÇÃO

 

            Anteriormente vimos que em Cristo nós fomos reconciliados com Deus. Agora veremos que isso só foi possível pelo ato propiciatório de Jesus, quando a exemplo do Pai que voluntariamente decidiu doar o Filho, decidiu obedecer ao Pai e voluntariamente se entregou como propiciação pela humanidade. Mas o que isso significa exatamente? Propiciação é alguma coisa que leva alguém a perdoar uma ofensa recebida, ou a proceder misericordiosamente para com o ofensor. Pense no seguinte: muitas vezes nós ofendemos ou somos ofendidos por pessoas que nós amamos e estas nos amam também. Então é necessário um ato de reconciliação e esse ato ocorre por um meio. Às vezes é um pedido de perdão, um presente que ofertamos ou uma ação que praticamos. Cristo tornou-Se o meio, o ato que tornou possível que nos reconciliássemos com Deus, Ele foi a propiciação.

            Na lição passada (lição 6) vimos que na Antiga Aliança, era exigido o sacrifício de um animal para que os pecados fossem expiados e a ira de Deus não consumisse o Seu povo por causa das suas iniquidades. Sabemos que estes sacrifícios apontavam para Jesus, que foi definitivamente o sacrifício final e perfeito que serviu como propiciação pelos pecados da humanidade conforme afirmou João: “E ele é a propiciação pelos nossos pecados – e não somente pelos nossos próprios, mas pelo do mundo inteiro” (1 João 2:2). Então, não é mais necessário que derramemos sangue de animais como sacrifícios em forma de propiciação por nossos pecados, Jesus o fez de uma vez por todas (Hebreus 7:27). Além do mais, tais sacrifícios eram imperfeitos como aponta as Escrituras em Hebreus 9:9.

            Propiciação também tem o sentido de “um sacrifício que aplaca a ira de Deus, transformando-a em favor[3]”, ou seja, graça, um favor imerecido. Por isso a ação propiciatória é um ato de amor que parte de Deus e não de nós, como também afirma João: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou primeiro” (1 João 4:10). A doutrina da propiciação ensina que a morte de Cristo na cruz representava uma substituição por causa do pecado. Sua morte satisfazia as justas exigências de Deus Pai, provocadas pelo pecado do homem. Como resultado dessa propiciação, Deus ficou satisfeito e o relacionamento do mundo todo com Ele foi alterado. O sacrifício da propiciação de Cristo foi a base para a reconciliação do homem com o próprio Deus (2 Coríntios 5:19)[4].

 

FIM DOS RITOS E ORDENAÇAS

 

            Em último sentido, mas não em ordem de importância, a morte de Cristo pôs fim às ordenanças e ritos da lei mosaica. Como? No sentido de que essas coisas apontavam para Jesus e tiveram n’Ele o seu cumprimento. O sistema sacrificial, os rituais de purificação, as festividades, a circuncisão, e outras coisas pertinentes à lei mosaica eram sombras do que se manifestou na Nova Aliança, em Cristo Jesus.   Paulo escrevendo aos Efésios diz: “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede de separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei de mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz” (2:14-15).

            Muitas dessas ordenanças, no tempo devido, distinguiam o povo de Israel das demais nações, mas ao mesmo tempo os separavam dos demais povos. Obviamente tudo isso também apontava para o povo que Deus iria formar em Cristo Jesus por intermédio da cruz. Os ritos de purificação com água apontavam para Jesus, a água da vida. A circuncisão da carne, que era a marca da aliança entre Deus e o povo Judeu apontava para a marca entre Deus e Seus filhos, a saber o selo do Espírito Santo (Efésios 4:30). As leis sanitárias apontavam para a importância de o homem cuidar do seu corpo que é templo do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16-17), a páscoa apontava para o Cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo trazendo salvação (1 Coríntios 5:7).

            Por isso, hoje sabemos que não é o lavar as mãos que nos torna puros. Não é o alimento que comemos que nos torna pecadores, mas sim quando alimentamos os maus desígnios que já estão dentro de nós (Mateus 15:17-20). Não é circuncisão da carne que nos faz participantes do Reino de Deus, mas a circuncisão do coração, no espírito (Romanos 2:29). Sabemos que quando tocamos um cadáver isso não nos torna impuros diante de Deus, pois Jesus mesmo tocou (Marcos 5:41), mas quando tocamos no pecado sim, nos tornamos indignos de estar na presença do Senhor.

            Tornar a observar essas e outras ordenanças mosaicas é retroceder e anular o sacrifício de Jesus na cruz. Essas coisas, como disse Paulo, serviram de aio para nos conduzir até Jesus (Gálatas 3:24). Elas não têm poder para nos justificar e nos tornar dignos ou puros diante de Deus. Se pensarmos de outra forma, seremos como os fariseus que achavam que podiam se justificar por suas próprias obras de Justiça.

           

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APLICAÇÃO

 

            No relacionamento entre Deus e o homem só existem duas situações em que o homem pode se encontrar: ou é amigo de Deus ou inimigo. Não existe um meio termo. Existem só dois grupos: salvos e perdidos. Nós precisamos tomar uma decisão, como disse Tiago: “Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (4:4). Por meio do sacrifício de Jesus nós temos a oportunidade de nos reconciliar com Deus. Todavia não existe outra maneira para isso ocorrer, pois Jesus mesmo afirma: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6).

            Jesus, de uma vez por todas, fez propiciação pelos nossos pecados. Isso significa que não podemos viver pecando deliberadamente. É impossível ao homem não pecar, mas viver na prática do pecado é outra coisa. Jesus não voltará a morrer na cruz novamente, Seu sacrifício foi eficaz e suficiente para nos regenerar e nos dar uma nova vida.

            Hoje nós fazemos parte de um único povo, o novo Israel de Deus (Gálatas 6:16). Somos um povo diferente como afirma Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia” (1 Pedro 2:9-10). As marcas deste povo não são exteriores, mas estão profundamente gravadas no coração e na alma.

 

CONCLUSÃO

 

            Como bem afirmou João: “Deus é amor” (1 João 4:16). E se não fosse por Seu amor, nós estaríamos ainda muito longe d’Ele. Seríamos ainda seus inimigos. Mas Ele mesmo proveu um meio para que pudéssemos nos reconciliar. Que Deus é esse? Tremendo! Ele, mesmo sendo ofendido, deu Seu Filho como propiciação, para que pudéssemos obter o perdão pelos nossos erros. É quase impossível entender isso. Só há uma explicação: graça.

 

QUESTÕES PARA DISCUSSÃO EM CLASSE

 

1 – Defina com suas palavras o que é “reconciliação”. Como isso se aplica no nosso relacionamento com Deus?

R.:

 

2 – Como a morte de Jesus nos reconciliou com Deus?

R.:

 

3 – O que significa dizer que Jesus foi a nossa propiciação para com Deus?

R.:

 

4 – Por que não precisamos mais seguir as ordenanças e ritos da lei mosaica?

R.:

 

5 – Por que todo aquele que não aceita o sacrifício de Jesus é inimigo de Deus?

R.:

 

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