Banner da lição da escola bíblica vigentePara se se ter uma vida espiritual saudável, a busca diária através da oração e da leitura bíblica não é algo opcional. Se quisermos permanecer de pé espiritualmente, mesmo sendo bombardeados todos os dias pelo inferno e todos os tipos de tentações, é imprescindível buscar na fonte eterna, que é Cristo Jesus, forças para cada dia de batalha. Cada cidadão do Reino de Jesus deve tomar sua carne, suas vontades e lançar-se de vez, sem olhar as circunstâncias adversas.

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Grandes coisas fez o SENHOR por nós, pelas quais estamos alegres.

O Salmos 126 é um cântico de Sião; trata-se de uma composição da época da restauração de Jerusalém. A descrição presente é de um clima de total alegria, depois de tanta tristeza vivida no cativeiro. O Salmo conta do retorno (v. 1-3) e apresenta uma oração a Deus, pedindo que Ele conclua esse retorno (v. 4). Por fim, há uma comparação do regresso com uma colheita tão esperada (v.v. 5-6).

O retorno havia sido desejado por tanto tempo, e lhes parecia um sonho voltar à amada pátria! Todos expressavam uma alegria incontida e entoavam, constantemente, louvores a Deus. O povo de Judá tinha sido levado cativo para a Babilônia, em meio às lágrimas, mas o senhor resgatava o povo, mais uma vez. Em todas as nações se ouviram os Seus feitos: “Grandes coisas fez o Senhor a estes”.

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CONTEXTO HISTÓRICO: ISRAEL E JUDÁ

É sabido que os reinados de Davi e Salomão foram os mais prósperos da História de Israel.  Após a morte de Salomão, seu filho, Roboão, assume o lugar, mas a sabedoria do pai não lhe foi herdada. E isso fez com que as tribos se dividissem, ficando ele com as de Judá e Benjamim, ao sul, e Jeroboão, ao norte, com as outras 10 tribos. O reino fica dividido em Reino do Norte – Israel, com sua capital Samaria; e Reino do Sul – Judá, com a capital Jerusalém. Todos os reis de Israel (Reino do Norte) foram maus diante de Deus, e o cativeiro veio sobre eles devido à desobediência aos mandamentos do Senhor Deus.

No ano de 722 a.C., o rei assírio, Sargão II (Isaías 20:1), sitiou por cerca de três anos a cidade de Samaria, transportou seus moradores para a Assíria, fez com que se misturassem os povos em suas cidades, resultando na extinção do Reino do Norte (2 Reis 17:5-6). Nas Sagradas Escrituras, nos livros dos reis, o escritor relata que Israel não só se adequou aos seus costumes, como também seguiu os deuses, sempre sob a orientação dos monarcas (governantes) (2 Reis 17:7-12). Assim, o Senhor fez sobre eles o Seu julgamento, levantando a Assíria para tal feito. Após a Batalha de Carquemis, em 609 a.C., os babilônicos assumem o império mundial, no lugar da Assíria. Polta de 605 a.C., são levantados por Deus, como instrumentos de juízo, ao Reino do Sul. A Babilônia ataca Judá em 586 a.C. e conquista Jerusalém. Ademais, toma o domínio do reino das mãos do rei Zedequias, executa seus filhos em sua presença, fura seus olhos, encerra-o em cadeias e leva-o à Babilônia (2 Reis 25). Depois de ser sitiada, Jerusalém não resiste à pressão do exército inimigo e é derrubada.

Nebuzaradã, chefe da guarda babilônica, queima a casa do Senhor (templo), e também a real e as demais, além dos muros de Jerusalém. Os que não se renderam foram levados cativos (2 Reis 25). Tudo isso sobreveio a Judá, por haver esquecido os preceitos do Senhor, de maneira que o juízo de Deus veio para corrigi-los e restaurá-los à Sua presença.

Quando o povo de Deus recebeu a promessa de uma terra que emanava leite e mel, também obteve, da parte de Deus, mandamentos pré-estabelecidos acerca do cultivo da terra e o descanso da mesma (Levíticos 25:1-7/Levíticos 26/Deuteronômio 36:21). Entretanto, as pessoas não cumpriram o descanso do Ano Sabático, nem atentaram para o Jubileu. Desde Saul ao cativeiro, cerca de 490 anos, a terra produziu sem descansar, conforme o mandamento. Deus, então, alerta Judá acerca de seu pecado; porém, ninguém O ouvira. O Senhor levantou, naquele momento da História, o profeta Jeremias para proclamar, pelas ruas de Jerusalém, o estado deplorável em que se encontrava a nação (Jeremias 25:8-11). Judá é sentenciada a ser subjugada por Nabucodonosor, durante 70 anos. O povo presenciou a destruição de tudo que lhe fora dado pelo Senhor. A tristeza foi profunda e foi expressa no Salmo de número 137:1: “Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos ”

AS BOAS-NOVAS REACENDEM A ESPERANÇA

Por volta de 70 anos depois das tribos de Judá e Benjamim serem levadas cativas por Nabucodonosor para a Babilônia, Ciro, rei da Pérsia, em seu primeiro ano de reinado, emite um decreto de libertação aos judeus. Tal feito traz ao coração do povo uma alegria sublime, incalculável; as pessoas descrevem-se como em sonho! Era um fato que excedia um plano político; o povo reconhecia, na atitude do rei persa, uma intervenção sobrenatural, algo que vinha de Deus – Ele havia se lembrado do Seu povo, retirando-o de Seu juízo.

Não era possível conter a alegria! Os que já não cantavam, voltaram a cantar, pois estavam livres e poderiam retornar à amada Jerusalém. É certo que nem todos regressaram; muitos nasceram no cativeiro de domínio dos caldeus, formaram famílias, constituíram patrimônios e empreendimentos, os quais não quiseram abandonar.

Uma comitiva festiva, liderada por Zorobabel, com 42.360 homens, 7.337 servos e ainda 200 cantores (Esdras 2:64-67) seguem radiantes, cheios de alegria, para a sua terra. O anseio de estar em Jerusalém, e poder cantar louvores ao Senhor, era o que pulsava em seus corações. Depois de meses de viagem, quando já é possível contemplar as colinas de Jerusalém, os montes de Sião (alguns pela primeira vez), depois de décadas, faziam ecoar brados de júbilo e alegria, envolvidos em muita lágrima.

Essa vivência do povo de Deus, ao longo de sua trajetória, não é diferente do plano de Salvação que o Senhor mantém a respeito da Igreja (os gentios). Seu tão grande amor, claramente demonstrado na cruz do Calvário, expresso por uma humanidade escravizada por causa do pecado, vivendo alheia aos desígnios do Criador... Como aconteceu com o povo no passado, nunca foi de Sua vontade que o homem, por desobediência, chegasse tão longe e se tornasse escravo, aprisionado pelas consequências de atos infames. Em função disso, viveu sofrendo, angustiado, sem ter como recuperar a comunhão com Deus.

Assim, o Senhor resolve restaurar Sua ligação com o homem, valendo-se da pessoa Bendita de Jesus. Todos os que eram aprisionados em seus vícios e pecados foram libertos e perdoados, podendo cantar de alegria por viverem, a partir de então, em novidade de vida. Podiam, enfim, viver o valor da restauração! (Romanos 5:1)

A alegria de poder estar de volta à presença do Pai deve ser o elemento motivados da vida do crente, seguido de um desejo constante de prosseguir na vida de entrega, submissão e obediência. Éramos cativos, sem esperança, como outrora Seu povo na Babilônia. Como naquela ocasião, muitos não quiseram gozar da liberdade e voltar a Jerusalém, visto que seus corações encontravam-se presos aos bens daquela terra; hoje, inúmeros homens não reconhecem o ato sacrificial de Cristo, que sofreu pelo resgate de cada um. O ser humano ainda ignora esse ato de amor.

No contexto do Salmo, as nações declaram seu reconhecimento, ao verem a alegria estampada no rosto do povo de Deus: “Grandes coisas fez o Senhor a estes...”  Deus havia se lembrado de seus filhos, a felicidade deles era algo contagiante, era notável a mão do Senhor em favor dos judeus exilados.

O povo sabia que seu cativeiro era o preço a ser pago pela desobediência; contudo, ao ser liberto, reconhece e declara a bondade de Deus: “Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres ”. Seus feitos o haviam levado cativo em uma situação de vergonha e dor, mas a bondade, em forma de misericórdia divina, o fazia regressar, por estar vivendo um sonho.

ORANDO POR RESTAURAÇÃO

A alegria de estar de volta e a sensação de liberdade eram sentimentos muito fortes entre o povo de Deus. Porém ao chegar a tão sonhada terra de Sião, o cenário era de total destruição. Diante de tal situação, o que fazer? Sem a intervenção divina, não seria possível vencer mais um desafio. O sentimento de alegria por estar em casa conflitava com a tristeza e a dor de ver tamanha destruição, assim como ter a consciência de que tudo aquilo era resultado de rebeldia e desobediência.

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O salmista, então, coloca-se como porta-voz e clama por restauração. Tradutores mais recentes interpretam, de forma apropriada, a primeira parte do verso 4: “restaura, Senhor, a nossa sorte” (ARA). Outros, como Moffatt, prendem-se ao contexto, traduzindo o versículo inteiro da seguinte maneira: “Traze agora de volta o restante dos nossos cativos para nos encher completamente, assim como enches os ribeiros nos lugares secos do sul”. Aqueles que haviam retornado eram comparados a um fio d’água que podia ser encontrado nos córregos do Nequebe (a região desértica do sul da Palestina). A oração é por todos os exilados, visando a um retorno semelhante ás inundações da temporada de chuvas.

Assim como o povo havia se alegrado em voltar, sempre será motivo de grande alegria servir ao Senhor Jesus, ainda que, durante nossa jornada, haja obstáculos a serem superados. Sempre haverá motivo de alegria por estar com Ele.

Em nossos dias, a Igreja tem vivido dias de esfriamento espiritual; existe uma teologia voltada ao materialismo, na qual o homem é o centro (antropocentrismo), e não mais Cristo (Cristocentrismo). Poucos são os que despertam e clamam por dias melhores. Nunca, na História, cresceu tanto o número dos que professam a fé em Deus, como na atualidade, porém com um “evangelho” festivo e/ou fragilizado, incapaz de suportar as intempéries da vida. Uma política corrompida, igrejas cheias de divisão, divórcios, famílias inteiras destruídas por falta de estrutura; eis um cenário realmente caótico. A visão é de gigantesca dificuldade; então, o que fazer?

Como aquele povo, primeiramente é preciso reconhecer que, sem a intervenção de Deus, nada é possível. E é preciso gritar por socorro, clamar por restauração. E qual seria o clamor da Igreja?

Restaura nossas famílias para que haja compromisso e amor uns para com os outros. Nossos casamentos para que seja cheio de fidelidade, lealdade e respeito entre os cônjuges. Restaura nossas igrejas para que não se abalem diante da visão desesperadora à sua frente. Restaura nossos cultos para que haja mais temor e tremor.

Talvez esse seja o grito da Igreja. É preciso tirar as pedras que não servem para a construção de um novo tempo. O trabalho é árduo e lento, porém compensador. 

A ALEGRIA DA COLHEITA

“Aquele que sai chorando enquanto lança a semente voltará com cantos de alegria, trazendo seus feixes”. (v. 6)

É chegada a hora do recomeço, de sair e plantar a boa semente. Todo processo de plantio traz lições para o aprendizado. Uma das principais é a espera; não se planta pela manhã e se colhe à tarde. Esse é um dos fatores mais difíceis de ser superado em tal processo: a espera. Isso porque é cansativo, lento e até doloroso. Trata-se de um período que não compete ao agricultor, mas à natureza, ou seja, ao criador e Senhor.

Portanto, irmãos, sejam pacientes até a vinda do Senhor. Vejam como o agricultor aguarda que a terra produza a preciosa colheita e como espera com paciência até virem as chuvas do outono e da primavera. Sejam também pacientes e fortaleçam o coração, pois a vinda do Senhor está próxima. (Tiago 5:7-8)

A espera faz com o que a Germinação e o Crescimento aconteçam até que apareça o Fruto. E este, quando aparece, representa o resultado do trabalho; vem como sinal de que tudo saiu bem. O salmista também retrata, por suas palavras, a alegria de colher os feixes (os molhos).

A colheita é algo sobrenatural, no campo físico; como se vê no exemplo do milho. De três ou quatro sementes, nascerem várias espigas com centenas de grãos. Tal qual é maior a manifestação do Pai na colheita, no campo espiritual, quando é notada a operação de milagres e sinais que só seriam possíveis de se ver por sua ação miraculosa. É o fruto a anunciar as boas-novas, por meio de nossa novidade de vida.

CONCLUSÃO

O Salmo apresentou o regresso do povo à pátria, depois do exílio na Babilônia. Tratou também da restauração de Sião e das inúmeras dificuldades de Jerusalém, que fora praticamente destruída, apesar de ser amada pelo povo judeu. A destruição era tamanha que, quando os judeus exilados chegaram lá, parecia que sua aflição não teria fim! Então se ouve, por intermédio do Salmo, o seu clamor.

Que arda no coração de cada um de nós o desejo, o sonho e o reconhecimento da necessidade particular de restauração! A promessa é de que quem semear com lágrimas segará com alegria.

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