“Todo cidadão tem direito de escolher a forma como deseja ser chamado.” Essa foi a decisão do Supremo Tribunal Federal no dia 1º de março de 2018, por unanimidade, ao reconhecer que pessoas transexuais podem alterar o nome e o gênero no registro civil, ainda que não sejam submetidas a cirurgia. Na decisão foi bastante invocado pelos ministros o princípio do respeito à dignidade humana.

Essa sessão foi a retomada do julgamento do dia 28 de fevereiro deste ano, que já havia formado maioria em tal decisão. A controvérsia na corte foi decidir se a medida valeria sem decisão judicial, e esse entendimento acabou também prevalecendo, por maioria.

A partir desse resultado decisório, qualquer interessado na troca do nome e do gênero no registro civil poderá se dirigir diretamente a um cartório para solicitar a mudança, sem a necessidade de comprovar sua identidade psicossocial, essa será atestada por autodeclaração. Não foi definido, ainda, a partir de quando vigorará essa decisão nos cartórios.

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O referido tema havia sido abordado em Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pela Procuradoria-Geral da República, com base no artigo 58 da Lei 6.015/1973. Segundo o referido dispositivo de lei, qualquer alteração posterior de nome deve ser motivada e aguardar sentença do juízo a que estiver sujeito o registro.

Um Recurso Extraordinário, com repercussão geral reconhecida, também havia tratado a respeito do tema. Recurso este que era contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que manteve decisão de primeiro grau permitindo a mudança de nome no registro civil, mas colocado a condição que a parte fosse submetida à cirurgia de transgenitalização.

O Superior Tribunal de Justiça já reconhece esse direito, desde o ano passado, 2017. A 4ª Turma concluiu que há uma prevalência da identidade psicossocial sobre a identidade biológica, não havendo a necessidade de intervenção médica nos órgãos sexuais para que haja o direito à alteração de gênero nos documentos públicos.[1]

Obviamente, essas decisões se pautam na Ideologia[2] de Gênero ao decidir que a identidade biológica não determina o gênero e que este pode ser alterado a partir da identificação da pessoa com uma identidade psicossocial[3]. Esse é um resumo a respeito das ideias extraídas da citada Ideologia.

Os defensores de tal Ideologia não a chamam de ideologia, mas de “Estudos a respeito de gênero” ou “teoria de gênero”; e a filósofa Judith Butler é a pessoa mais utilizada como fonte para essas ideias por conta de suas palestras sobre gênero e principais obras: “Problemas de Gênero: Feminismo e a subversão da identidade” e “Undoing Gender”. Ela tem como suas fontes filósofos e escritores como Foucault, Simone de Beauvoir, Freud, Karl Marx, Nietzsche, Sartre entre outros[4].

Como cristãos, cremos em um Deus criador de todas as coisas, entre elas, nós seres humanos, por isso, não há melhor fonte do que Ele próprio para tratarmos a respeito de identidade e gênero. Dessa maneira, à luz da Bíblia vamos analisar alguns conceitos tratados pelos estudos a respeito de gênero.

Dos conceitos universalmente aceitos “homem” e “mulher”:

Ideologias de Gênero negam a natureza humana tal qual criada por Deus, e tentam desfazer da essencialidade da ideia de homem e mulher.

Em suas teorizações afirmam que “não decorre da estabilidade do sexo binário que a construção de ‘homens’ aplique-se exclusivamente a corpos masculinos, ou que o termo ‘mulheres’ se aplique somente a corpos femininos (...) não há razão para supor que os gêneros também devam permanecer em número de dois” (Judith Butler. “Problemas de Gênero – feminismo e subversão da identidade”, página 24).

Essa ideologia quer seres humanos “polimorfos” e que todas as possibilidades de relação sexual tenham igual valor, mas o corpo humano não foi, em sua biologia, projetado para essa configuração.

Deus criou apenas dois sexos e dois gêneros, esse é o padrão de Deus para nós:

  Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra".    

Gênesis 1:27-28

O ser humano não é como os animais, ele foi criado à imagem e semelhança de Deus, e há uma distinção entre masculino e feminino. Sexo é algo determinado biologicamente e gênero é a decorrência natural do sexo, uma coisa está ligada a outra, por isto devemos prezar, não podemos aceitar o rompimento disso, essa fratura causada pelas ideologias anti-cristãs.

Além disso, Deus determinou papéis diferentes do homem e da mulher dentro da família e da sociedade, o que demonstra a decorrência da dualidade de sexo influenciando na dualidade de gênero (Gênesis 2:18; Gênesis 3:16; Provérbios 31:10-12; Tito 2:3-5; Efésios 5:22-24; 1 Pedro 3:7; Efésios 5:25; Colossenses 3:19; 1 Timóteo 3:2-4 etc).

O egocentrismo e o egoísmo velados:

Muitos autores da ideologia de gênero, inspirados pelo humanismo[5] e pelas ideias do filósofo existencialista ateu francês Jean Paul Sartre, fazem uma defesa sobre uma “liberdade” total do indivíduo, negando a realidade estabelecida, as normas dadas, para que o indivíduo viva conforme suas próprias decisões e opções “livres”, para que ele viva completamente para si. Sartre diz:

“O homem é o único legislador de sua vida, e a única lei de sua existência diz apenas: ‘escolhe-te a si mesmo’. Ou então, ‘fazer e, ao fazer, fazer-se’. A cada momento o homem deve escolher o seu Ser, lançando-se continuamente a seus possíveis e constituindo pouco a pouco a sua essência, através dessas escolhas, contando, para agir, somente com a voz de sua consciência.” (Sartre, 1987, p. 21).

Podemos concluir que essa completa autonomia do homem, ao ser seu próprio legislador, pode e leva a duas questões bastante perigosas: o egoísmo e o egocentrismo, pelo menos em suas acepções mais comuns na sociedade.

O egoísmo leva as pessoas a pensarem somente em si mesmas, é um sentimento em que são valorizados somente os interesses próprios, o ato de amar, por exemplo, é direcionado só para si mesmo. 

O egoísmo é uma idolatria, uma adoração a si mesmo, ao próprio EU. Por mais que a nossa vida tenha importância, ela não é digna de ser adorada e idolatrada. A definição bíblica do egoísta é bem esta: “Porquanto, todos procuram cuidar apenas de seus próprios interesses, e não se dedicam ao que é de Cristo Jesus.” (Filipenses 2:21). Não é uma disposição de vida considerada leve pela Palavra de Deus, é a quebra de um Mandamento, Deus diz em Deuteronômio 5:7 “Não terás outros deuses diante de mim”.

O egocentrismo é manifesto no momento em que as pessoas fazem tudo que as agrade, submetendo tudo a elas, as coisas só têm valor enquanto agradam e satisfazem ao egocêntrico, nada deve privá-lo de algo. Essas são fortes características que saltam aos nossos olhos a partir da declaração acima e do rumo tomado por Sartre. Claramente reflete uma diminuição do domínio do Espírito Santo sobre nossas vidas e um viver que despreza os valores bíblicos e exalta a vontade própria.

“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles.
Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo,mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.” Romanos 16:17-18

Com base nisso, para que não nos deixemos levar pelo egoísmo, Paulo nos adverte na primeira carta aos Tessalonicenses, capítulo 5, versículo 19 a não apagarmos o Espírito, pois é Ele que nos conduz e nos convence do pecado, da justiça e do juízo (João 16:7-11). Nossa tendência, por natureza, não é escolher sempre o bem para nós, muito menos aquilo que agrada a Deus (Salmos 14:3; 53:3; Romanos 3:10-12).

Portanto, não podemos fazer de nós mesmos senhores, colocando o Senhor Jesus de lado. Que sejamos servos de Cristo Jesus, Aquele que, por amor, nos tirou das trevas para o Seu Reino de Luz, nos livrando do castigo da morte (que é o fim e o resultado do pecado) por meio do seu sacrifício na cruz em nosso lugar e nos deu a oportunidade de nos relacionarmos com Ele em submissão e amor por meio da sua poderosa ressurreição.

  Pois aquele que, sendo escravo, foi chamado pelo Senhor, é liberto e pertence ao Senhor; semelhantemente, aquele que era livre quando foi chamado, é escravo de Cristo. Vocês foram comprados por alto preço; não se tornem escravos de homens.    

1 Coríntios 7:22-23

  Obedeçam-lhes não apenas para agradá-los quando eles os observam, mas como escravos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus.    

Efésios 6:6

 

 Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.    

Romanos 8:2

A “liberdade” que escraviza:

Não cabe a nós dedicarmo-nos inteiramente às nossas vontades carnais, nem considerarmos todas as nossas escolhas de vida alinhadas com a vontade de Deus, principalmente quando O excluímos da nossa vida. Em nossas experiências pessoais, podemos ver que ao sermos dominados por nossos instintos, nossas emoções e sentimentos é, certamente, escravizante e, na maioria das vezes, nubla a racionalidade, nos veremos sempre necessitados de suprirmos essas dependências emocionais e viciados em nossos sentimentos e emoções.

Nessa situação, não conhecemos a realidade de podermos escolher algo que seja diferente das nossas inclinações instintivas, nos tornamos escravos das nossas próprias paixões (2 Pedro 2:19 NVI). Nossas vontades puramente carnais nos escravizam, o próprio Jesus diz isso em João 8:34:

 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.    

João 8:34

Essa escravidão pode ser vista também em outras diversas referências bíblicas como Romanos 6:17; Tiago 3:1-12; Tito 3:3; Efésios 2:3 etc.  Ademais, nossos pensamentos são enganosos (Jeremias 17:9; Marcos 7:21-23; Mateus 15:19 etc). Mas a verdadeira liberdade está em Cristo Jesus:

 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.    

João 8:36

A identidade:

Diz uma das vertentes da ideologia de gênero, a “teoria queer”, que “a orientação sexual e a identidade sexual ou de gênero dos indivíduos são o resultado de uma construção social e que, portanto, não existem papéis sexuais essencial ou biologicamente inscritos na natureza humana, antes formas socialmente variáveis de desempenhar um ou vários papéis sexuais.”[6]. Para o sexólogo John Money, um dos influenciadores da ideologia, é possível escolher uma identidade de gênero diferente da identidade biológica, como, por exemplo, a homossexualidade[7].

Antes do século 19 a sexualidade era compreendida como um verbo, era algo que uma pessoa fazia, e não o que uma pessoa era, a sexualidade não era vista como uma identidade. A mudança nessa mentalidade e o termo “identidade de gênero” passou a ser usado a partir dos anos 60[8]. Freud identificou a orientação sexual como o ponto alto da humanidade[9], a meu ver, reduzindo a identidade do ser humano a seus atos sexuais (que por sinal a identidade é muito mais ampla e complexa do que nossas escolhas sexuais). A visão de Freud desconstrói completamente uma visão bíblica do mundo e da vida.

Deus já nos deu uma identidade, nós nascemos masculinos ou femininos, com almas que existirão para sempre (Salmos 49:7-9; Daniel 12:2-3), nossa identidade é exclusivamente masculina ou feminina biologicamente determinadas na criação, que carrega a imagem de um Deus Santo (Gênesis 1:27).

Quando a orientação sexual ou a identificação mental com um gênero difere do sexo biológico, tornando-se também um termo de identidade, isso se torna um problema, pois, primeiramente, ocorre uma ruptura entre corpo e alma/mente (o homem foi criado como um todo indissociável, a ruptura é fruto da “queda” do homem – Gênesis 2:7) e corrompe a imagem de Deus no homem (Gênesis 1:27), separa-os também das alegrias que são inerentes a nossa verdadeira identidade: filhos de Deus, por meio de Jesus Cristo, criados à Sua imagem e semelhança.

Em Cristo, e com a união em Cristo, podemos lutar com qualquer forma de pecado nesta terra, mas fazemos isso com a boa companhia do Senhor, fazemos como o filho ou a filha de Deus que permanece com vestes de justiça; não como alguém que se aprisiona em uma categoria da carne que, de maneira nenhuma, terá lugar no céu.

 Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a Ele.
Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro.    

1 João 3:1-3

Diante de testemunhos de pessoas que vivem, sentem e se identificam com uma orientação sexual ou de gênero diferente do que seu sexo biológico determina, em todas se observa ou muitas vezes é alegado por elas mesmas que isso as identifica, elas sentem que esse sentimento forte define sua identidade, para elas, sua identidade está baseada nisso[10].

O problema disso é que, se somos o que fazemos sempre precisaremos fazer mais e conquistar mais para encontrar nosso valor ou aumentar esse valor. Se somos o que os outros dizem que somos, sempre nos veremos fracassando, pois impossível é agradar a todos e estaremos mais preocupados em agradar as pessoas do que ao Pai celestial. Mas, se ouvirmos o que Deus diz que somos e abraçarmos a identidade d’Ele em nós, iremos encontrar a liberdade para viver tudo o que Ele planejou para nossa vida.

Deus nos chama de filhos (João 1:12), restaurados e nova criação em Cristo (2 Coríntios 5:17), santos escolhidos e sem culpa diante de Deus (Efésios 1:4), obras primas (Efésios 2:10), amados por Deus (1 Tessalonicenses 1:4), feitos completos pela Graça e pela misericórdia de Jesus nosso Salvador (2 Coríntios 12:9). Quando nos vemos do jeito que Deus nos vê, andamos com confiança, porque confiamos n’Aquele que responde a pergunta: “Quem eu sou?”. Percebamos quão grande amor é revelado por Deus ao nos dar essa identidade verdadeira, ainda que sejamos falhos e pecadores nossa identidade não está baseada no que fazemos e nos nossos pecados.

Como cristãos devemos apresentar às pessoas com crise de gênero, ou a quem busca ajuda nas igrejas, sua verdadeira identidade, mostrar que sua identidade não está reduzida e baseada no desejo sexual que sentem ou a não-identificação com seu próprio corpo, que sua identidade é muito maior que isso, que Cristo quem verdadeiramente diz quem somos, não nossos sentimentos, a sociedade, nem as pessoas que nos cercam; mas sempre com a consciência de que quem convence é o Espírito Santo (João 16:7-11).

O pecado:

Os desvios de gênero abordados pela ideologia são considerados pela Palavra como pecados.

A demonstração que tudo isso é uma rebelião contra Deus Paulo descreve no primeiro capítulo da carta aos Romanos quando trata sobre a idolatria e a depravação dos homens a partir do versículo 18. Começa demonstrando que Deus revela sua ira sobre aqueles que violam constantemente a Sua revelação manifestada na natureza (versículo 18), a decadência moral vem quando nos rebelamos contra Deus ao rejeitarmos a Sua revelação disponível a todos nas coisas criadas, na natureza (versículo 20). A partir dessa rejeição em conhecer a Deus e reconhecer que Ele existe, nos recusamos a honrá-Lo e a dar graças a Ele, nos tornamos “nulos em nossos próprios raciocínios, obscurecendo o coração insensato” (versículo 21).

Nos versículos seguintes (22 e 23) Paulo mostra o passo seguinte que é a arrogância intelectual diante de Deus, demonstrando um senso invertido de valores e, assim, a adoração a Deus é trocada pela devoção a ídolos feitos por homens[11], esses ídolos podem ser nós mesmos, o sexo, a sexualidade, pessoas ditas “intelectuais”, ideias que concordam com nossa forma de pensar e etc, não somente ídolos visíveis e materiais.

Com base em toda essa rebelião do homem contra Deus, continuando de geração em geração, teve como resultado o exercício da ira de Deus pela eliminação de Suas repressões, tanto em relação às ações pecaminosas da humanidade quanto em relação às consequências dessas ações[12], resultando em tais “desvios de gênero”:

“Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;
Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.
Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;” Romanos 1:24-28

Outros versículos demonstram a pecaminosidade dos desvios ao que é verdadeiramente natural, com base na forma em que Deus criou o homem e a mulher e Seus preceitos:

 Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é.    

Levíticos 18:22

  Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo.    

1 Coríntios 6:18

 Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados[13], nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.    

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1 Coríntios 6:10

  A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa, não com a paixão de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus.    

1 Tessalonicenses 4:3-5

 Não trarás o salário da prostituta nem preço de um sodomita[14] à casa do Senhor teu Deus por qualquer voto; porque ambos são igualmente abominação ao Senhor teu Deus.    

Deuteronômio 23:18

 Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles.    

Levíticos 20:13

 Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus.    

Deuteronômio 22:5

Não somente é pecado por estar claramente descrito nos versículos acima, como pelo que já foi citado nos tópicos sobre os conceitos de homem e mulher e o tópico da identidade.

Cabe ressaltar que, como todos os pecados, desvios, rebeliões e rebeldias contra Deus, são plenamente perdoáveis e redimidos por meio do sacrifício vivo de Jesus Cristo na cruz. Deus ama a todos e quer que todos sejam salvos. Jamais esses desvios são pecados imperdoáveis e não há referência na Bíblia sobre a falta de perdão em relação a eles.

Quem ama a Jesus e entende que tudo isso é errado, pode pedir ajuda a Deus para vencer todo esse conflito e tentação ou interceder em prol de alguém, Ele certamente ajudará.

  Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.    

1 João 1:9

 Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.    

1 João 4:10-11

 Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.
Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;
Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.    

Romanos 6:11-14

Como o cristão deve se posicionar diante da influência da ideologia de gênero:

As lutas daqueles que sentem atração pelo mesmo sexo ou vivem a confusão por não conseguir se identificar com o próprio corpo jamais devem ser rejeitadas ou ignoradas pelos cristãos; pelo contrário, se muitos permanecem servindo a Cristo e na Igreja, buscando transformação pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus, ainda que lutando com isso, não devem ser considerados pela comunidade cristã como não-cristãos, jamais devem ser rejeitados, condenados ou excluídos da igreja. Precisamos ajudá-los a crer no Evangelho novamente ou pela primeira vez todos os dias, Cristo faz isso conosco também, para que haja avivamento, regeneração, transformação real, santificação, na lembrança de que todas as transgressões são perdoadas.

Com base em alguns testemunhos, um dos diversos fatores que pode estar contribuindo para que essa luta não esteja cessando é a culpa que tomou o lugar do arrependimento, outras vezes é a mentira lançada pelo maligno a respeito de suas identidades que está sendo firmada em suas mentes, em outros momentos traumas que retornam do passado em suas lembranças etc. Temos a responsabilidade como aqueles que estão cuidando dos irmãos, ou como pastores ou líderes de ministério, de buscar sabedoria e revelação de Deus para identificar as fontes e raízes que estejam alimentando esse mal em cada uma das pessoas que estão sofrendo com as lutas citadas anteriormente e nos dispor a acompanhá-las, ouví-las, aconselhá-las sempre com base na Palavra, direcionados em todo momento a eliminar a fonte que tenha gerado tal desvio, tudo isso somente na condução do Espírito Santo.

Deve ser feito um trabalho de retirada do peso da culpa que essas pessoas podem carregar (e, certamente, muitas carregam), não justificando ou amenizando a gravidade dos desvios de gênero, mas apresentando a elas dia a dia a redenção por meio de Jesus Cristo, o quanto essa Graça é poderosa para desfazer qualquer prisão de pecado ou fardo de culpa, que Cristo é o advogado entre elas e Deus, que Ele verdadeiramente perdoa, limpa e coloca novas vestes em todos aqueles que se aproximam dEle com o coração arrependido e contrito (Isaías 61; Mateus 9:13; João 6:37; Apocalipse 3:5 - pequeno resumo do plano de salvação por meio de Jesus). Esse amor e cuidado espirituais que devemos dispensar sobre eles cobre multidões de pecados (1Pedro 4:8).

Pessoas que sofrem com todos os desvios abordados pela ideologia de gênero devem ser acolhidas com muito amor, compreensão de suas histórias de vida, intercessão constante por suas vidas e acompanhamento de ensino e meditação bíblicas - principalmente, pois a Palavra de Deus verdadeiramente liberta. A Palavra de Deus é viva e eficaz, verdadeiramente (Hebreus 4:12), que possamos crer e confiar na regeneração, transformação completa e libertação dessas pessoas por meio do poder do Espírito Santo de Deus através de Cristo e Sua Palavra.

Devemos ser compreensivos (mas não coniventes) até com a luta dos que estão fora da Igreja e distantes de Deus, pois carecem da redenção por meio de Jesus Cristo.

Precisamos nos firmar no conhecimento da Palavra de Deus para que possamos identificar as sutis contradições e mentiras que estão presentes nas filosofias do mundo e nos posicionar com firmeza e convicção contra essas ideologias, teorias ou estudos, com sabedoria buscar de Deus a revelação da verdade e a forma de agir.

Nos posicionarmos em clamor constante a Deus na luta contra as influências do mundo e do maligno também sobre as crianças e instruí-las no caminho em que devem andar (Provérbios 22:6).

Por fim, que tenhamos nossa mente renovada e transformada dia-a-dia pela Palavra de Deus, conhecendo cada dia mais a Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador, para que não sejamos moldados por esse mundo e saibamos o que é bom, perfeito e agradável.

 E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.    

Romanos 12:2

A ideologia de gênero, ainda que não seja um consenso, está sendo imposta:

“O pretenso conteúdo da norma mundial [...] não foi submetido a debate democrático aberto: declarou-se um ‘consenso’, sem que o conceito tivesse sido definido” (PEETERS, Marguerite. O Gênero: Uma norma política e cultural mundial. Ferramenta de discernimento. Prefácio do cardeal Robert Sarah. São Paulo: Paulus, 2015. P.85).

Declaração da socióloga alemã Gabriele Kuby:

“A Ideologia de Gênero é a mais radical rebelião contra Deus que é possível: o ser humano não aceita que é criado homem e mulher, e por isso diz: 'Eu decido! Esta é a minha liberdade!' — contra a experiência, contra a Natureza, contra a Razão, contra a ciência! É a perversão final do individualismo: rouba ao ser humano o que lhe resta da sua identidade, ou seja, o de ser homem ou mulher, depois de se ter perdido a fé, a família e a nação.

É uma ideologia diabólica: embora toda a gente tenha uma noção intuitiva de que se trata de uma mentira, a Ideologia de Gênero pode capturar o senso-comum e tornar-se em uma ideologia dominante do nosso tempo.”

Em Dezembro de 2012, o Papa Bento XVI declarou em um discurso à cúria romana, que o uso do termo “gênero” pressupõe uma “nova filosofia da sexualidade”:

“De acordo com esta filosofia, o sexo já não é considerado um elemento dado pela Natureza e que o ser humano deve aceitar e estabelecer um sentido pessoal para a sua vida. Em vez disso, o sexo é considerado pela Ideologia de Gênero como um papel social escolhido pelo indivíduo, enquanto que no passado, o sexo era escolhido para nós pela sociedade. A profunda falsidade desta teoria e a tentativa de uma revolução antropológica que ela contém, são óbvias.

As pessoas que promovem a Ideologia de Gênero colocam em causa a ideia segundo a qual têm uma natureza que lhes é dada pela identidade corporal que serve como um elemento definidor do ser humano. Elas negam a sua natureza e decidem que não é algo que lhes foi previamente dado, mas antes que é algo que elas próprias podem construir.

De acordo a ideia bíblica da criação, a essência da criatura humana é a de ter sido criada homem e mulher. Esta dualidade é um aspecto essencial do que é o ser humano, como definido por Deus. Esta dualidade, entendida como algo previamente dado, é o que está a ser agora colocado em causa.

(…)

Quando a liberdade para sermos criativos se transforma em uma liberdade para nos criarmos a nós próprios, então é o próprio Criador que é necessariamente negado e, em última análise, o ser humano é despojado da sua dignidade enquanto criatura de Deus que tem a Sua imagem no âmago do seu ser.
(…)

A Ideologia de Gênero é uma moda muito negativa para a Humanidade, embora se disfarce com bons sentimentos e em nome de um alegado progresso, alegados direitos, ou em um alegado humanismo. Por isso, a Igreja Católica reafirma o seu assentimento em relação à dignidade e à beleza do casamento como uma expressão da aliança fiel e generosa entre uma mulher e um homem, e recusa e refuta as filosofias de gênero, porque a reciprocidade entre o homem e a mulher é a expressão da beleza da Natureza pretendida pelo Criador.”

A Associação Americana de Pediatria é formalmente contra a ideologia de gênero:

Um dos países com as mais altas taxas de “igualdade de gênero”, a Noruega, curiosamente, sempre observou a engenharia civil repleta de homens e a profissão de enfermagem repleta de mulheres, ainda que houvesse no país múltiplos esforços educacionais para convencer os jovens que não há nada de diferente entre os sexos. Essa observação foi feita no documentário “Hjernevask” (“Lavagem Cerebral”), exibido e gravado pelo comediante nórdico Harald Eia, expondo os “estudos de gênero” por alguns cientistas famosos na área. Como consequência do que foi exposto nesse documentário, em 2011 o Conselho Nórdico de Ministros retirou boa parte dos investimentos ao Instituto Nórdico de Gênero[15]. O documentário pode ser visto neste link.

Vídeo: A forma absurda que a ideologia de gênero está sendo imposta na Europa.


[1]https://www.conjur.com.br/2018-mar-01/stf-autoriza-trans-mudar-nome-cirurgia-ou-decisao-judicial

[2] Segundo o dicionário Priberam, Ideologia é a ciência da formação das ideias ou um conjunto de ideias, convicções e princípios filosóficos, sociais, políticos, que caracterizam o pensamento de um indivíduo, grupo, movimento, época, sociedade.

[3] http://sofos.wikidot.com/ideologia-de-genero

[4] https://pt.wikipedia.org/wiki/Judith_Butler

[5] “Humanismo é a filosofia moral que coloca os humanos como principais, numa escala de importância, no centro do mundo” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo. Acesso em 14/12 às 18:40)

[6] https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_queer

[7] Ideologias de gênero e novas opções sexuais - História, ênfases e posicionamento cristão Prof. Dr. Claus Schwambach (Seminário ministrado no 37º Congresso de Jovens da MEUC).

[8] https://ensaiosdegenero.wordpress.com/2011/10/11/de-onde-surgiu-genero/

[9] http://ceccarelli.psc.br/pt/?page_id=163

[10] Os testemunhos dos ex-ativistas dos direitos LGBT Michael Glatze e Rosaria Butterfield são bastante edificantes e suas experiências e trabalhos com pessoas que viveram isso trazem boas informações e conhecimento.  O documentário “Tranzformed” também traz boas informações a respeito da transsexualidade, seus danos e apresentam pessoas profundamente arrependidas de suas escolhas na trasnssexualidade.

[11] Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra.

[12] Comentário da Bíblia de Estudos de Genebra.

[13] Segundo o dicionário bíblico Strong a palavra vem do grego Malakoi ou Malakos, do grego μαλακος, significa “afeminado” e dentro desse termo existem os sub-termos como:  “de um catamito“, “de um rapaz que mantém relações homossexuais com um homem“,  “de um homem que submete o seu corpo a lascívia não natural“, “de um homem que se prostitui.”

[14] As palavras Sodomita e Sodomia estão ligadas a Cidade de Sodoma, na Palestina, onde seus moradores eram praticantes da relação sexual anal, geralmente Homens com Homens. Os Homens de Sodoma e Gomorra recusaram as duas filhas de Ló, as quais eram virgens e queria coabitar com os dois Homens hospedados na casa de Ló (Gênesis 19:4-9). A palavra usada é “Arsenokoitai” ou “Arsenokoites” do grego αρσενοκοιτης, que também de acordo com o Dicionário Bíblico Strong é “alguém que se deita com homem e com mulher, sodomita, homossexual.”

[15] https://padrepauloricardo.org/blog/documentario-expoe-farsa-do-genero-na-noruega


Autor anônimo

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