É um dos propósitos do Comitê de Crise da Igreja Batista do Sétimo Dia no Brasil evitar que as pessoas utilizem informações falsas como base para a tomada de decisões e ações que possam colocar em risco a si mesmas e outras pessoas. Por isso, na presente nota, busca-se responder brevemente a alguns questionamentos e afirmações que têm sido veiculados nos últimos tempos, especialmente através de correntes nas redes sociais, a respeito dos testes de vacinas contra o coronavírus, e que foram direcionadas a esse comitê. O Comitê coloca-se à disposição para esclarecimentos adicionais, se necessário.
1) As vacinas interferem ou manipulam o material genético humano (DNA/RNA)?
Não. Nenhuma das vacinas sendo analisadas em ensaios clínicos em todo o mundo é capaz de modificar o material genético humano ou causar síndromes e defeitos genéticos irreversíveis. O mesmo vale para as vacinas de mRNA produzidas pela tecnologia mais recente, pois a sequência de mRNA não se integra ao genoma humano.
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2) Os testes de vacinação não seguem protocolos científicos sólidos para garantir que sejam seguros?
As novas vacinas passam por verificações de segurança rigorosas antes de sua recomendação para uso geral.
3) É possível acreditar na segurança das vacinas, dada a produção em um intervalo de tempo bastante limitado?
Em relação à vacina de Oxford, as duas primeiras fases chegaram à uma rápida conclusão devido ao avanço proporcionado pelo trabalho anterior sobre vacinas, a aceleração dos processos administrativos e de financiamento e o enorme interesse no ensaio, o que significa que havia uma grande quantidade de voluntários à disposição para os testes. Esta vacina está passando por testes de fase 3 no Brasil – a última etapa antes que possa ser liberada para uso geral.
4) O primeiro voluntário dos testes da vacina de Oxford não morreu devido à vacina?
Não, essa informação é falsa.
5) A vacinação geral não foi responsável por 50 milhões de mortes, durante a pandemia de gripe espanhola em 1918?
Não, pois não havia vacina na época. A infecção inicial da gripe e a acentuada resposta imune provocada pelo vírus no organismo, levando os pulmões a ficarem cheios de fluidos, são as causas principais das mortes.
6) É verdade que meninas virgens engravidaram depois de receberem vacinas?
Não, não há evidências disso. A gravidez resulta da fecundação, a união do gameta masculino (espermatozoide) com o gameta feminino (óvulo), o que ocorre através de relações sexuais ou procedimentos de reprodução medicamente assistida.
7) A pandemia do coronavírus é parte de um plano político para impor a vacinação e reduzir a população global?
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Não há evidências de que isso seja algo mais do que uma teoria da conspiração. Em geral, as mensagens que veiculam esse tipo de informação são vagas, alarmistas e não empregam fontes e dados confiáveis para as alegações que fazem.
8) Mas Bill Gates não disse que seria importante reduzir a população mundial através da vacinação em massa?
O que Bill Gates afirmou é que devemos pensar na redução do crescimento populacional (não na redução da população em si), mas não falou nada quanto a vacinas.
9) A vacina contra o coronavírus não irá causar autismo, homossexualidade, mudanças de gênero, câncer e infertilidade?
Não existe a mínima evidência de que a vacina contra o coronavírus (ou qualquer outro tipo de vacina) tenha alguma relação com os itens citados.
10) Receber a vacina contra o coronavírus não é aceitar a "marca da besta", proibida em Apocalipse 13?
Um estudo sério e contextualizado do livro de Apocalipse, seguindo o método histórico-gramatical, mostra que tal interpretação não possui qualquer fundamento.
11) O posicionamento histórico da Igreja cristã não é contrário à vacina?
De forma alguma. Segundo Albert Mohler Jr., atual presidente do Seminário Teológico Batista do Sul dos Estados Unidos, "logo após a morte de Jonathan Edwards [1758], os cristãos evangélicos nos Estados Unidos se tornaram alguns dos mais ardorosos defensores das vacinas, entendendo-as como um presente de Deus por meio da racionalidade da Medicina moderna, que refletia o universo ordenado que Deus nos deu e era uma demonstração da graça comum".
12) Como saber se uma informação que recebo nas redes sociais é verdadeira?
Algumas dicas são: 1) leia integralmente a informação, não apenas o título; 2) verifique a indicação de autoria e data; 3) verifique a existência de fontes confiáveis para a informação; 4) verifique se a mesma informação está disponível nos diversos veículos de alta circulação e confiabilidade; 5) se souber inglês, verifique se a informação está disponível em canais confiáveis da mídia internacional; 6) converse com pessoas que sejam profissionais na área do tema abordado; 7) na dúvida, não compartilhe a informação.
Comitê de Crise
Igreja Batista do Sétimo Dia no Brasil
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